Memorando da discórdia entre Portas e Louçã

21-05-2011
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Paulo Portas e Francisco Louçã foram protagonistas do penúltimo debate da pré-campanha António Cotrim/Lusa

Paulo Portas e Francisco Louçã protagonizaram ontem o penúltimo debate da pré-campanha eleitoral com o Rendimento Social de Inserção (RSI) e as pensões a dominarem grande parte dos temas em agenda. A negociação e o acordo entre Portugal e a “Troika” e os juros a pagar pelo nosso país foram também tema do debate e acabaram por provocar as maiores divergências entre os dois líderes.

O RSI foi um dos temas em debate com o coordenador político do BE, Francisco Louçã, a criticar as propostas do partido de Paulo Portas em particular aquela que prevê o pagamento de parte do subsídio em espécie como, por exemplo, vales para pagar despesas.

"Estamos a falar de pessoas que vão ter que entrar numa mercearia com um vale para trocar por um quilo de arroz", atirou Louçã a Paulo Portas ao mesmo que criticava o líder centrista de fazer “campanha contra si próprio” já que tinha sido um ministro do Governo PSD/CDS-PP, Bagão Félix, a fazer a lei do RSI que, no entender de Paulo Portas, não prevê "todas as formas de fraude".

Paulo Portas pormenorizou que o Governo PSD/CDS-PP apenas alterou a lei do RSI, cujo programa se iniciou com o Governo PS de António Guterres, para logo de seguida acusar Louçã de "não perceber que há abusos" e que “tem que se fazer a separação do trigo e do joio".

Os desempregados foram igualmente tema do debate com Paulo Portas a acusar Francisco Louçã de não ter qualquer medida para promover a criação de emprego, considerando que as propostas do Bloco para a economia "não são realistas" ao mesmo tempo que deixava claro que o seu partido propunha a renovação dos contratos a termo que terminam em 2011 como forma de manutenção do emprego para muitos funcionários.

Memorando da discórdia

O acordo alcançado entre Portugal e a “Troika” foi o tema que mais mobilizou os dois intervenientes com Portas a acusar o BE de não ter conversado com "o triunvirato", como Paulo Portas gosta de chamar à ”Troika” formada por BCE/FMI/CE, porque "era mais cómodo ficar quieto" para "não perder votos para o PCP".

Por outro lado Portas considerou que o CDS-PP ao integrar o grupo de partidos que se sentou à mesa das negociações teve uma atitude responsável por ter decidido "ir conversar" com o FMI/BCE/CE num momento em que o país estava "à beira da falência".

A acusação de Portas foi de imediato recusada por Francisco Louçã, que até a considerou “insultuosa", para atacar de imediato dizendo que Paulo Portas "fingiu participar na negociação" e que nada do que o CDS-PP expôs à "Troika" mudou o acordo final com o qual "está comprometido".

Já em fim de debate a questão de quem será o futuro primeiro-ministro veio também à conversa com Paulo Portas a esclarecer que a Constituição da República prevê que o Presidente designa o líder do Governo tendo em conta os resultados eleitorais e não o partido vencedor.

Foi a oportunidade para Portas lembrar que Cavaco Silva "pediu uma solução de governo maioritário" e questionou a posição do líder do PSD sobre a matéria dizendo que “Passos Coelho diz que mesmo que PSD e CDS tivessem maioria, se não ficasse em primeiro não governava. Então tem maioria e não governa?".

Já Francisco Louçã limitou-se a criticar o facto dos partidos do poder andarem a discutir os "arranjos de poder" quando, em seu entender, "a solução chama-se democracia".

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Paulo Portas e Francisco Louçã foram protagonistas do penúltimo debate da pré-campanha António Cotrim/Lusa

Paulo Portas e Francisco Louçã protagonizaram ontem o penúltimo debate da pré-campanha eleitoral com o Rendimento Social de Inserção (RSI) e as pensões a dominarem grande parte dos temas em agenda. A negociação e o acordo entre Portugal e a “Troika” e os juros a pagar pelo nosso país foram também tema do debate e acabaram por provocar as maiores divergências entre os dois líderes.

O RSI foi um dos temas em debate com o coordenador político do BE, Francisco Louçã, a criticar as propostas do partido de Paulo Portas em particular aquela que prevê o pagamento de parte do subsídio em espécie como, por exemplo, vales para pagar despesas.

"Estamos a falar de pessoas que vão ter que entrar numa mercearia com um vale para trocar por um quilo de arroz", atirou Louçã a Paulo Portas ao mesmo que criticava o líder centrista de fazer “campanha contra si próprio” já que tinha sido um ministro do Governo PSD/CDS-PP, Bagão Félix, a fazer a lei do RSI que, no entender de Paulo Portas, não prevê "todas as formas de fraude".

Paulo Portas pormenorizou que o Governo PSD/CDS-PP apenas alterou a lei do RSI, cujo programa se iniciou com o Governo PS de António Guterres, para logo de seguida acusar Louçã de "não perceber que há abusos" e que “tem que se fazer a separação do trigo e do joio".

Os desempregados foram igualmente tema do debate com Paulo Portas a acusar Francisco Louçã de não ter qualquer medida para promover a criação de emprego, considerando que as propostas do Bloco para a economia "não são realistas" ao mesmo tempo que deixava claro que o seu partido propunha a renovação dos contratos a termo que terminam em 2011 como forma de manutenção do emprego para muitos funcionários.

Memorando da discórdia

O acordo alcançado entre Portugal e a “Troika” foi o tema que mais mobilizou os dois intervenientes com Portas a acusar o BE de não ter conversado com "o triunvirato", como Paulo Portas gosta de chamar à ”Troika” formada por BCE/FMI/CE, porque "era mais cómodo ficar quieto" para "não perder votos para o PCP".

Por outro lado Portas considerou que o CDS-PP ao integrar o grupo de partidos que se sentou à mesa das negociações teve uma atitude responsável por ter decidido "ir conversar" com o FMI/BCE/CE num momento em que o país estava "à beira da falência".

A acusação de Portas foi de imediato recusada por Francisco Louçã, que até a considerou “insultuosa", para atacar de imediato dizendo que Paulo Portas "fingiu participar na negociação" e que nada do que o CDS-PP expôs à "Troika" mudou o acordo final com o qual "está comprometido".

Já em fim de debate a questão de quem será o futuro primeiro-ministro veio também à conversa com Paulo Portas a esclarecer que a Constituição da República prevê que o Presidente designa o líder do Governo tendo em conta os resultados eleitorais e não o partido vencedor.

Foi a oportunidade para Portas lembrar que Cavaco Silva "pediu uma solução de governo maioritário" e questionou a posição do líder do PSD sobre a matéria dizendo que “Passos Coelho diz que mesmo que PSD e CDS tivessem maioria, se não ficasse em primeiro não governava. Então tem maioria e não governa?".

Já Francisco Louçã limitou-se a criticar o facto dos partidos do poder andarem a discutir os "arranjos de poder" quando, em seu entender, "a solução chama-se democracia".

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