Notícias, opinião, crónicas, guias de lazer e o melhor conteúdo multimédia

24-12-2009
marcar artigo

Francisco Louçã reage a notícia da SÁBADO

Por:Vítor Matos

19 NOVEMBRO 2009

Na sua estratégia de comunicação, o Estado não pode estar ao serviço de uma lógica político-partidária”, diz Francisco Louçã à SÁBADO. O deputado e coordenador do Bloco de Esquerda, reage assim à notícia da edição de hoje da SÁBADO em que se conclui que os investimentos publicitários do Governo e de empresas ligadas ao Estado têm prejudicado claramente o Público e nalguns casos o Sol – jornais que o primeiro-ministro considera seus adversários. O Bloco está a estudar a inclusão de medidas de não retaliação contra os media, no seu projecto de lei sobre a concentração dos media.

A SÁBADO apurou que há um padrão, em que são beneficiados o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias, do grupo Controlinveste. Segundo dados da Media Monitor – uma empresa da Marktest que analisa o mercado publicitário – só nos primeiros nove meses de 2009, há uma desproporção evidente: o DN publicou publicidade a organismos dependentes do Governo no valor de 350 mil euros, enquanto os valores no Público não chegam a 230 mil euros. Em 2008 a desproporção foi ainda maior de 89,3 mil euros para o Público e 175 mil euros para o DN, sendo que nesse ano o Público vendeu mais e teve mais audiências do que o DN. (Refira-se que estes dados publicitários são a preços de tabela e não contabilizam eventuais descontos feitos pelos jornais.)

Há dois dias, Francisco Louçã fez um requerimento ao Governo, dirigido ao ministro da presidência Pedro Silva Pereira, sobre se “houve políticas direccionadas do Estado” em relação aos media. E pediu “a listagem das despesas em publicidade discriminada pelos diversos órgãos de Comunicação social de dimensão nacional. “O artigo da SÁBADO confirma e reforça as razões da nossa preocupação e a necessidade de ter a contraprova dos dados contabilísticos da despesa pública” em publicidade. “Pedimos não só a despesa directa, como a despesa indirecta, dos institutos públicos e das empresas públicas”. O Governo tem 30 dias para responder.

Mas há mais elementos para tirar conclusões no mesmo sentido: de Janeiro a Setembro de 2009, o BCP, onde o socialista Armando Vara, arguido no caso face Oculta, tinha o pelouro do marketing, cortou 75% da publicidade ao Público e 68% ao Sol. Os investimentos do Millennium no DN (no valor de 203 mil euros a preços de tabela) são muito superiores aos do Público (150 mil euros).

Também foi enquanto Armando Vara era administrador da Caixa Geral de Depósitos com Carlos Santos Ferreira a presidente do banco, que o DN ultrapassou o Público no plafond dos investimentos publicitários do grupo da CGD. Em 2007, a CGD privilegiou o DN, aumentando o valor das suas inserções publicitárias neste diário em 16%, para 900 mil euros. O Público sofreu então um corte de 19% na presença publicitária da Caixa para anúncios no valor de 704 mil euros. Quando a administração mudou, estes valores voltaram a inverter-se.

Na EDP, os valores da publicidade também favorecem os diários de Joaquim Oliveira quando comparados com o Público. O mesmo se passa com a Portugal Telecom.

“Quando não há uma coincidência entre a política de marketing e a forma como é distribuída a publicidade, a única explicação que se encontra, até por factos que se tornaram públicos, é que essas empresas procuraram remiar ou penalizar órgãos de comunicação social”, diz o ex-director do Público José Manuel Fernandes à SÁBADO,

Depois de analisar a resposta do Governo, Francisco Louçã pondera “acrescentar uma proposta preventiva de estratégias retaliatórias que e não subordinadas a dever de informação” no seu projecto de lei sobre a concentração dos media.

Francisco Louçã reage a notícia da SÁBADO

Por:Vítor Matos

19 NOVEMBRO 2009

Na sua estratégia de comunicação, o Estado não pode estar ao serviço de uma lógica político-partidária”, diz Francisco Louçã à SÁBADO. O deputado e coordenador do Bloco de Esquerda, reage assim à notícia da edição de hoje da SÁBADO em que se conclui que os investimentos publicitários do Governo e de empresas ligadas ao Estado têm prejudicado claramente o Público e nalguns casos o Sol – jornais que o primeiro-ministro considera seus adversários. O Bloco está a estudar a inclusão de medidas de não retaliação contra os media, no seu projecto de lei sobre a concentração dos media.

A SÁBADO apurou que há um padrão, em que são beneficiados o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias, do grupo Controlinveste. Segundo dados da Media Monitor – uma empresa da Marktest que analisa o mercado publicitário – só nos primeiros nove meses de 2009, há uma desproporção evidente: o DN publicou publicidade a organismos dependentes do Governo no valor de 350 mil euros, enquanto os valores no Público não chegam a 230 mil euros. Em 2008 a desproporção foi ainda maior de 89,3 mil euros para o Público e 175 mil euros para o DN, sendo que nesse ano o Público vendeu mais e teve mais audiências do que o DN. (Refira-se que estes dados publicitários são a preços de tabela e não contabilizam eventuais descontos feitos pelos jornais.)

Há dois dias, Francisco Louçã fez um requerimento ao Governo, dirigido ao ministro da presidência Pedro Silva Pereira, sobre se “houve políticas direccionadas do Estado” em relação aos media. E pediu “a listagem das despesas em publicidade discriminada pelos diversos órgãos de Comunicação social de dimensão nacional. “O artigo da SÁBADO confirma e reforça as razões da nossa preocupação e a necessidade de ter a contraprova dos dados contabilísticos da despesa pública” em publicidade. “Pedimos não só a despesa directa, como a despesa indirecta, dos institutos públicos e das empresas públicas”. O Governo tem 30 dias para responder.

Mas há mais elementos para tirar conclusões no mesmo sentido: de Janeiro a Setembro de 2009, o BCP, onde o socialista Armando Vara, arguido no caso face Oculta, tinha o pelouro do marketing, cortou 75% da publicidade ao Público e 68% ao Sol. Os investimentos do Millennium no DN (no valor de 203 mil euros a preços de tabela) são muito superiores aos do Público (150 mil euros).

Também foi enquanto Armando Vara era administrador da Caixa Geral de Depósitos com Carlos Santos Ferreira a presidente do banco, que o DN ultrapassou o Público no plafond dos investimentos publicitários do grupo da CGD. Em 2007, a CGD privilegiou o DN, aumentando o valor das suas inserções publicitárias neste diário em 16%, para 900 mil euros. O Público sofreu então um corte de 19% na presença publicitária da Caixa para anúncios no valor de 704 mil euros. Quando a administração mudou, estes valores voltaram a inverter-se.

Na EDP, os valores da publicidade também favorecem os diários de Joaquim Oliveira quando comparados com o Público. O mesmo se passa com a Portugal Telecom.

“Quando não há uma coincidência entre a política de marketing e a forma como é distribuída a publicidade, a única explicação que se encontra, até por factos que se tornaram públicos, é que essas empresas procuraram remiar ou penalizar órgãos de comunicação social”, diz o ex-director do Público José Manuel Fernandes à SÁBADO,

Depois de analisar a resposta do Governo, Francisco Louçã pondera “acrescentar uma proposta preventiva de estratégias retaliatórias que e não subordinadas a dever de informação” no seu projecto de lei sobre a concentração dos media.

marcar artigo