A Nossa Candeia: Os Perfis dos Candidatos nos Debates Presidenciais...

21-05-2011
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Os debates televisivos entre os candidatos presidenciais já ultrapassaram metade do seu número total... dos 10 previstos, já se realizaram 6 e faltam, apenas!, 4... M.Alegre e F. Nobre já só têm um debate até ao final desta pré-campanha em directo... Manuel Alegre repete as linhas estratégicas do seu Contrato Presidencial, as mesmas que estiveram presentes na sua anterior campanha eleitoral e que, à época, lhe garantiram um milhão de votos... as mesmas linhas estratégicas efectivamente importantes para a defesa do que sobra do Estado Social e que, a não serem garantidas, conduzirão muito mais centenas e milhares de pessoas a situações mais precárias, no que respeita ao acesso ao emprego, à saúde, à segurança social ou à escola pública. Contudo, a prudência e a contenção discursiva de M.Alegre é, neste momento, uma arma de "dois gumes"... por um lado, tenta não afugentar um triplo eleitorado (PS, BE e independentes) para garantir uma margem capaz de proporcionar uma 2ªavolta nas eleições à Presidência da República... por outro lado, deixa margem à conquista de votos dos candidatos Francisco Lopes e Fernando Nobre... e se a estratégia é alcançar a possibilidade dessa 2ªvolta na esperança que os restantes candidatos recomendem o voto na sua candiatura, há o risco de algum deles preferir não se pronunciar! Entretanto, enquanto o candidato Defensor de Moura denota, nas suas participações nestes debates, uma inutilidade catártica para alguns resistentes do PS que, potencialmente e até ver!, não votarão Cavaco e para os amigos locais que privilegiarão o conhecimento pessoal ao interesse nacional, Francisco Lopes vai consolidando uma imagem positiva assente na capacidade de resposta, na coesão ideológica e numa inesperada simpatia serena e concentrada. Por seu lado, Fernando Nobre tem vindo a melhorar substancialmente a sua prestação e sem acrescentar nada de novo e de credível à sua inexistente mensagem ideológica, progrediu nos debates com Cavaco Silva e Manuel Alegre pelo impacto da sua desmontagem, leve mas perceptível, do discurso de Cavaco Silva e pela "usurpação" do discurso de mudança que, nas eleições presidenciais anteriores, coube a Manuel Alegre... quanto a Cavaco Silva, também sem nada acrescentar ao que dele se sabe e ao que dele se espera, permanece igual a si próprio enquanto Presidente, sem, por um lado, ceder ao seu actual estatuto, neste contexto, de candidato e sem, por outro lado, deixar de recorrer à sua experiência como Primeiro-Ministro onde algumas medidas que tomou (como a inserção dos agricultores no sistema da Segurança Social), apesar de minimizadas pelos opositores, não deixam de lhe granjear a simpatia de alguns potenciais indecisos que, no mar das suas dúvidas entre a abstenção e o descontentamento, podem decidir-se por votar na continuidade, dado que a coexistência com uma maioria parlamentar e depois com uma minoria gestora da governação foi, melhor ou menos bem (mas não mal - para todos os efeitos e em consequência da sua estratégia de longo prazo, no que respeita à sua expectativa de reeleição)... Tudo em aberto, portanto... a decisão, como sempre acontece em democracia, está nas mãos dos cidadãos mas, também, dos candidatos a quem cabe desenvolver o argumentário capaz de determinar o resultado desta correlação de forças que, sendo suave, pode, contudo, ser decisiva na definição do futuro do país.


Os debates televisivos entre os candidatos presidenciais já ultrapassaram metade do seu número total... dos 10 previstos, já se realizaram 6 e faltam, apenas!, 4... M.Alegre e F. Nobre já só têm um debate até ao final desta pré-campanha em directo... Manuel Alegre repete as linhas estratégicas do seu Contrato Presidencial, as mesmas que estiveram presentes na sua anterior campanha eleitoral e que, à época, lhe garantiram um milhão de votos... as mesmas linhas estratégicas efectivamente importantes para a defesa do que sobra do Estado Social e que, a não serem garantidas, conduzirão muito mais centenas e milhares de pessoas a situações mais precárias, no que respeita ao acesso ao emprego, à saúde, à segurança social ou à escola pública. Contudo, a prudência e a contenção discursiva de M.Alegre é, neste momento, uma arma de "dois gumes"... por um lado, tenta não afugentar um triplo eleitorado (PS, BE e independentes) para garantir uma margem capaz de proporcionar uma 2ªavolta nas eleições à Presidência da República... por outro lado, deixa margem à conquista de votos dos candidatos Francisco Lopes e Fernando Nobre... e se a estratégia é alcançar a possibilidade dessa 2ªvolta na esperança que os restantes candidatos recomendem o voto na sua candiatura, há o risco de algum deles preferir não se pronunciar! Entretanto, enquanto o candidato Defensor de Moura denota, nas suas participações nestes debates, uma inutilidade catártica para alguns resistentes do PS que, potencialmente e até ver!, não votarão Cavaco e para os amigos locais que privilegiarão o conhecimento pessoal ao interesse nacional, Francisco Lopes vai consolidando uma imagem positiva assente na capacidade de resposta, na coesão ideológica e numa inesperada simpatia serena e concentrada. Por seu lado, Fernando Nobre tem vindo a melhorar substancialmente a sua prestação e sem acrescentar nada de novo e de credível à sua inexistente mensagem ideológica, progrediu nos debates com Cavaco Silva e Manuel Alegre pelo impacto da sua desmontagem, leve mas perceptível, do discurso de Cavaco Silva e pela "usurpação" do discurso de mudança que, nas eleições presidenciais anteriores, coube a Manuel Alegre... quanto a Cavaco Silva, também sem nada acrescentar ao que dele se sabe e ao que dele se espera, permanece igual a si próprio enquanto Presidente, sem, por um lado, ceder ao seu actual estatuto, neste contexto, de candidato e sem, por outro lado, deixar de recorrer à sua experiência como Primeiro-Ministro onde algumas medidas que tomou (como a inserção dos agricultores no sistema da Segurança Social), apesar de minimizadas pelos opositores, não deixam de lhe granjear a simpatia de alguns potenciais indecisos que, no mar das suas dúvidas entre a abstenção e o descontentamento, podem decidir-se por votar na continuidade, dado que a coexistência com uma maioria parlamentar e depois com uma minoria gestora da governação foi, melhor ou menos bem (mas não mal - para todos os efeitos e em consequência da sua estratégia de longo prazo, no que respeita à sua expectativa de reeleição)... Tudo em aberto, portanto... a decisão, como sempre acontece em democracia, está nas mãos dos cidadãos mas, também, dos candidatos a quem cabe desenvolver o argumentário capaz de determinar o resultado desta correlação de forças que, sendo suave, pode, contudo, ser decisiva na definição do futuro do país.

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