Marginalizante: Este sítio mal frequentado a que chamam país

28-05-2010
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Portugal não é um país, mas um sítio mal frequentado. Quem o dizia era um professor meu e tenho que dar-lhe razão. Vejamos a nossa classe política. O Governo está entregue a um cavalheiro calvo, que continua a usar a mesma quantidade de gel com que encharcava as guedelhas no tempo em que tinha cabelo. Mas isso não é o pior. Mais grave ainda é o sujeito orgulhar-se de ostentar no pulso direito uma daquelas fitas ridículas que não se podem tirar até que rebentem de gastas, momento em que o dono de tal adorno tem direito a pedir um desejo. Agora a sério, o problema é que o Santana é um indivíduo com passado na extrema-direita de Portugal, é um inconstante que muda de mulher como que troca de cuecas e que nunca levou até ao fim um mandato dos muitos cargos em que foi investido. Ideias com substrato não se lhe conhecem. Mas ficou-nos na retina uma frase dita pelo tipo no congresso do PSD que decorreu no passado fim-de-semana: «Quero um País que vá subindo no seu astral». Faz sentido. De tal personagem de opereta, parceiro do ser indefinido José Castelo Branco nas revistas cor-de-rosa, pouca mais se pode esperar do que tiradas telenovelescas.
O parceiro de governação de Santana é aquela figura dantesca que chefia a extrema-direita lusa. O ex-Paulinho das feiras, agora e sempre, o Paulinho da mamã, que, ao que consta, preparou uma dieta que fez o pimpolho perder 13 quilos. Este ser possuidor de uma alva dentuça, cujo tratamento custou uma pipa de massa a todos nós, contribuintes, que somos quem lhe paga o salário, é o ministro da Defesa deste lugar mal frequentado. Estranho cargo para quem não fez sequer a tropa, embora não duvidemos do seu gosto por jovens mancebos fardados. Já agora, como isto parece ser a pedido, deixo aqui um apelo: tenho uma fantasia com jovens vestidas de freiras, não se arranja por aí um lugarzinho de capelão-mor, ou coisa que o valha, num convento de noviças?
Um pouco menos à Direita, temos o irmão PS de Santana. Outra personagem sem grande conteúdo, motivo pelo qual aposta na aparência. Apesar do nome de filósofo, o secretário-geral do PS é um indivíduo assaz pragmático. Despreza a ideologia fundadora do partido, sem a substituir por uma adaptação. Dirige-se ao chamado "centrão", com os olhos postos no teleponto, seguindo as pisadas do padrinho Guterres, aquele tipo que, após uma derrota eleitoral, preferiu fugir e entregar o poder à Direita do que negociar à Esquerda.
Já que falámos da Esquerda, vamos a ela. O PCP centralista burocrático despachou Carvalhas sem dignidade e prepara-se para assumir um populismo, pseudo-trabalhista-operário. O próximo secretário-geral deverá ser o dançarino Jerónimo, que é funcionário do aparelho partidário há 30 anos, mas continua a reclamar-se operário, não tendo noção de quão ofensiva é tal proclamação para aqueles que são verdadeiros operários e que se matam de trabalho todos os dias. Se não for o bailarino, o chefe do PCP deve ser outro cavalheiro que começou por ser operário, mas a quem não se conhece outro local de trabalho do que a sede central do partido, qual toupeira política. É um tal de Francisco Lopes (Quem?), que talvez ainda julgue viver na clandestinidade, tanto o tempo que passa acantonado na Soeiro Pereira Gomes. Pode ainda dar-se o caso de Carvalhas ser substituído por uma "troika" (desde que não tenha o "Peres" antes, tudo bem) de guardiães do templo. Seja como for, uma coisa é certa: os fiéis serão cada vez menos.
Ainda à Esquerda, temos o BE, aquela espécie de albergue espanhol onde todos se dão bem, apesar de uns serem estalinistas, outros trotskistas e outros social-democratas. Cada dia que passa mais iludido com os holofotes da comunicação social, parece-nos que o conteúdo deste bloco é cada vez menos sólido. Espere-se por um resultado eleitoral negativo e certamente iremos ver os inquilinos deste albergue em pé-de-guerra. Infelizmente, pois o BE tem sido a força que se porta menos mal na vida política.
Quase que me esquecia de outra importante figura, aquele senhor que foi eleito presidente da República, mas que desistiu de exercer as funções, embora mantenha o cargo. É uma figura frágil, facilmente emocionável, que, de quando em vez, faz uns avisos que ninguém leva a sério.
Depois temos a massa, a que alguns, piedosamente, chamam "povo", "opinião pública" ou "conjunto de cidadãos". Como massa, esta amálgama é amorfa, por definição. Cada vez são mais aqueles que perdem o emprego, os que têm mais mês do que salário ou pensão de reforma, mas dão todos graças a Deus por terem pouco. Antes isso do que nada, dizem. Do que a massa gosta é de futebóis, telenovelas, com sotaque do Brasil ou da Linha de Cascais, tanto faz, e de quintas de obscuridades, ditas célebres. Mas se querem ver a massa em êxtase só têm que ir ao fim-de-semana a um centro comercial, de preferência a um domingo à tarde. É um regalo!
E assim vai este lugar mal frequentado a que chamam país, Portugal.

Portugal não é um país, mas um sítio mal frequentado. Quem o dizia era um professor meu e tenho que dar-lhe razão. Vejamos a nossa classe política. O Governo está entregue a um cavalheiro calvo, que continua a usar a mesma quantidade de gel com que encharcava as guedelhas no tempo em que tinha cabelo. Mas isso não é o pior. Mais grave ainda é o sujeito orgulhar-se de ostentar no pulso direito uma daquelas fitas ridículas que não se podem tirar até que rebentem de gastas, momento em que o dono de tal adorno tem direito a pedir um desejo. Agora a sério, o problema é que o Santana é um indivíduo com passado na extrema-direita de Portugal, é um inconstante que muda de mulher como que troca de cuecas e que nunca levou até ao fim um mandato dos muitos cargos em que foi investido. Ideias com substrato não se lhe conhecem. Mas ficou-nos na retina uma frase dita pelo tipo no congresso do PSD que decorreu no passado fim-de-semana: «Quero um País que vá subindo no seu astral». Faz sentido. De tal personagem de opereta, parceiro do ser indefinido José Castelo Branco nas revistas cor-de-rosa, pouca mais se pode esperar do que tiradas telenovelescas.
O parceiro de governação de Santana é aquela figura dantesca que chefia a extrema-direita lusa. O ex-Paulinho das feiras, agora e sempre, o Paulinho da mamã, que, ao que consta, preparou uma dieta que fez o pimpolho perder 13 quilos. Este ser possuidor de uma alva dentuça, cujo tratamento custou uma pipa de massa a todos nós, contribuintes, que somos quem lhe paga o salário, é o ministro da Defesa deste lugar mal frequentado. Estranho cargo para quem não fez sequer a tropa, embora não duvidemos do seu gosto por jovens mancebos fardados. Já agora, como isto parece ser a pedido, deixo aqui um apelo: tenho uma fantasia com jovens vestidas de freiras, não se arranja por aí um lugarzinho de capelão-mor, ou coisa que o valha, num convento de noviças?
Um pouco menos à Direita, temos o irmão PS de Santana. Outra personagem sem grande conteúdo, motivo pelo qual aposta na aparência. Apesar do nome de filósofo, o secretário-geral do PS é um indivíduo assaz pragmático. Despreza a ideologia fundadora do partido, sem a substituir por uma adaptação. Dirige-se ao chamado "centrão", com os olhos postos no teleponto, seguindo as pisadas do padrinho Guterres, aquele tipo que, após uma derrota eleitoral, preferiu fugir e entregar o poder à Direita do que negociar à Esquerda.
Já que falámos da Esquerda, vamos a ela. O PCP centralista burocrático despachou Carvalhas sem dignidade e prepara-se para assumir um populismo, pseudo-trabalhista-operário. O próximo secretário-geral deverá ser o dançarino Jerónimo, que é funcionário do aparelho partidário há 30 anos, mas continua a reclamar-se operário, não tendo noção de quão ofensiva é tal proclamação para aqueles que são verdadeiros operários e que se matam de trabalho todos os dias. Se não for o bailarino, o chefe do PCP deve ser outro cavalheiro que começou por ser operário, mas a quem não se conhece outro local de trabalho do que a sede central do partido, qual toupeira política. É um tal de Francisco Lopes (Quem?), que talvez ainda julgue viver na clandestinidade, tanto o tempo que passa acantonado na Soeiro Pereira Gomes. Pode ainda dar-se o caso de Carvalhas ser substituído por uma "troika" (desde que não tenha o "Peres" antes, tudo bem) de guardiães do templo. Seja como for, uma coisa é certa: os fiéis serão cada vez menos.
Ainda à Esquerda, temos o BE, aquela espécie de albergue espanhol onde todos se dão bem, apesar de uns serem estalinistas, outros trotskistas e outros social-democratas. Cada dia que passa mais iludido com os holofotes da comunicação social, parece-nos que o conteúdo deste bloco é cada vez menos sólido. Espere-se por um resultado eleitoral negativo e certamente iremos ver os inquilinos deste albergue em pé-de-guerra. Infelizmente, pois o BE tem sido a força que se porta menos mal na vida política.
Quase que me esquecia de outra importante figura, aquele senhor que foi eleito presidente da República, mas que desistiu de exercer as funções, embora mantenha o cargo. É uma figura frágil, facilmente emocionável, que, de quando em vez, faz uns avisos que ninguém leva a sério.
Depois temos a massa, a que alguns, piedosamente, chamam "povo", "opinião pública" ou "conjunto de cidadãos". Como massa, esta amálgama é amorfa, por definição. Cada vez são mais aqueles que perdem o emprego, os que têm mais mês do que salário ou pensão de reforma, mas dão todos graças a Deus por terem pouco. Antes isso do que nada, dizem. Do que a massa gosta é de futebóis, telenovelas, com sotaque do Brasil ou da Linha de Cascais, tanto faz, e de quintas de obscuridades, ditas célebres. Mas se querem ver a massa em êxtase só têm que ir ao fim-de-semana a um centro comercial, de preferência a um domingo à tarde. É um regalo!
E assim vai este lugar mal frequentado a que chamam país, Portugal.

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