Povo de Bahá: O Estado e as Religiões

18-12-2009
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Adriano Moreira, hoje no Diário de Notícias:(...)O notável Alexis de Tocqueville, cuja análise da democracia na América ficou como referência indispensável para avaliar a longa e acidentada marcha do país, evidenciou a relação da religião com a República, afirmando que "a religião é portanto mais necessária na República que eles (laicos franceses) preconizam do que na monarquia que atacam, e mais necessária nas repúblicas democráticas do que nas outras".Acontece agora que o mais severo ataque aos EUA, e ao Ocidente em geral, mobiliza fanáticos decididos à salvação pelo sacrifício da vida, mas sacrificando o maior número possível de inocentes, invocando valores religiosos recolhidos em leituras abusivas dos livros santos. Neste trajecto de destruição, em que os EUA envolveram o seu poder e a sua autoridade no desgaste de uma guerra imprudente e infundamentada em território muçulmano, a evidência parece ser que o conceito de Tocqueville ganhou uma abrangência que ultrapassa largamente os então invocados fundamentalismos republicanos, os regimes democráticos, e todos os outros, para ser um elemento fundamental na redefinição da governança mundial e recuperação da paz do mundo.(...)Concordo. O Estado não pode ignorar a religião, ou fingir que esta não existe. Isso não seria laicidade, mas sim ateísmo. Uma confissão religiosa não é uma mera associação de cidadãos. As especificidades próprias do fenómeno religioso, e a actividade das confissões religiosas (que podem ser forças de desenvolvimento ou de perturbação social) exigem que o Estado acompanhe a actividade destas através de legislação adequada e projectos de cooperação.


Adriano Moreira, hoje no Diário de Notícias:(...)O notável Alexis de Tocqueville, cuja análise da democracia na América ficou como referência indispensável para avaliar a longa e acidentada marcha do país, evidenciou a relação da religião com a República, afirmando que "a religião é portanto mais necessária na República que eles (laicos franceses) preconizam do que na monarquia que atacam, e mais necessária nas repúblicas democráticas do que nas outras".Acontece agora que o mais severo ataque aos EUA, e ao Ocidente em geral, mobiliza fanáticos decididos à salvação pelo sacrifício da vida, mas sacrificando o maior número possível de inocentes, invocando valores religiosos recolhidos em leituras abusivas dos livros santos. Neste trajecto de destruição, em que os EUA envolveram o seu poder e a sua autoridade no desgaste de uma guerra imprudente e infundamentada em território muçulmano, a evidência parece ser que o conceito de Tocqueville ganhou uma abrangência que ultrapassa largamente os então invocados fundamentalismos republicanos, os regimes democráticos, e todos os outros, para ser um elemento fundamental na redefinição da governança mundial e recuperação da paz do mundo.(...)Concordo. O Estado não pode ignorar a religião, ou fingir que esta não existe. Isso não seria laicidade, mas sim ateísmo. Uma confissão religiosa não é uma mera associação de cidadãos. As especificidades próprias do fenómeno religioso, e a actividade das confissões religiosas (que podem ser forças de desenvolvimento ou de perturbação social) exigem que o Estado acompanhe a actividade destas através de legislação adequada e projectos de cooperação.

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