Ferreira de Castro: de passagem

20-05-2011
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[final do «Pórtico»]

Meu irmão longínquo, se um dia não puderes continuar a viver na Terra, não me deixes, aqui, entre os mortos. Antes de partires para outro sistema planetário que a tua ciência houver conquistado, escava o chão onde eu e quem eu tiver amado dormirmos o último sono e leva contigo um pouco de pó que guarde, ainda, algo de nós. Assim, morrerei com a sensação de que viverei mais, de que não ficarei abandonado entre os destroços, quando do que fui não persistir sequer o frágil conforto da minha pobre e atormentada imaginação.


[final do «Pórtico»]

Meu irmão longínquo, se um dia não puderes continuar a viver na Terra, não me deixes, aqui, entre os mortos. Antes de partires para outro sistema planetário que a tua ciência houver conquistado, escava o chão onde eu e quem eu tiver amado dormirmos o último sono e leva contigo um pouco de pó que guarde, ainda, algo de nós. Assim, morrerei com a sensação de que viverei mais, de que não ficarei abandonado entre os destroços, quando do que fui não persistir sequer o frágil conforto da minha pobre e atormentada imaginação.

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