Gaivota da Revessa: A ria a correr nas entranhas...

28-05-2010
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Com o úlimo post chegou o ano de 2008... Mas como simples coincidência encontrei um texto que não poderia deixar de colocar pois, tem a ver com o meu anterior post. E é sempre bom começar o ano com novas ideias, boas influências, paixões e grandes ambições...Tal como eu citei, no último post, a forte ligação dos aveirenses com a Ria, o Mar e tudo o que seja marítimo houve alguém que o fez da melhor maneira! Aqui vos deixo um texto de um aveirense cheio de orgulho e paixão pela sua terra. É de D. João Evangelista de Lima Vidal, Bispo e Poeta. Celebra-se a 5 de Janeiro 50 anos após a sua morte.Vale a pena ler e saborear!“Eu nasci em Aveiro ao que suponho na proa de alguma bateira. Fui baptizado à mesma hora nas águas da nossa Ria. Abriram-se-me os ouvidos ao som cadencioso dos remos no mar. Ao pio estríbulo das famintas gaivotas, ao pregueado inocente dos pescadores, encheu-se-me o peito à nascença do ar salgado da maresia.S. Francisco de Assis chamava a estas coisas irmãos: o irmão Vouga, o irmão luar que à noite prateia, os irmãos peixes, as irmãs espumas, areias, estrelas. Mas aqui há mais do que uma simples fraternidade, há mais do que a suave harmonia da natureza e da alma de Aveiro; chego a crer que há uma verdadeira encarnação: o encontro de duas coisas no mesmo ser.Nós, os de Aveiro, somos feitos dos pés à cabeça de Ria, de barcos, de remos, de redes, de velas, de montinhos de sal e areia, até de naufrágios. Se nos abrissem o peito encontrariam lá dentro um barquinho à vela ou então uma bóia ou uma fateixa ou então a Senhora dos Navegantes. Assim plasmado de Aveiro, com os beiços a saber a salgado, a pingar gotas de ria por todo o corpo, por toda a alma, eu sou uma nesga, embora minúscula, desta deliciosa aguarela de Aveiro. Eu sou um pedaço da nossa terra.”D. João Evangelista de Lima Vidal, ilustre aveirense. (02-04-1874/05-01-1958)


Com o úlimo post chegou o ano de 2008... Mas como simples coincidência encontrei um texto que não poderia deixar de colocar pois, tem a ver com o meu anterior post. E é sempre bom começar o ano com novas ideias, boas influências, paixões e grandes ambições...Tal como eu citei, no último post, a forte ligação dos aveirenses com a Ria, o Mar e tudo o que seja marítimo houve alguém que o fez da melhor maneira! Aqui vos deixo um texto de um aveirense cheio de orgulho e paixão pela sua terra. É de D. João Evangelista de Lima Vidal, Bispo e Poeta. Celebra-se a 5 de Janeiro 50 anos após a sua morte.Vale a pena ler e saborear!“Eu nasci em Aveiro ao que suponho na proa de alguma bateira. Fui baptizado à mesma hora nas águas da nossa Ria. Abriram-se-me os ouvidos ao som cadencioso dos remos no mar. Ao pio estríbulo das famintas gaivotas, ao pregueado inocente dos pescadores, encheu-se-me o peito à nascença do ar salgado da maresia.S. Francisco de Assis chamava a estas coisas irmãos: o irmão Vouga, o irmão luar que à noite prateia, os irmãos peixes, as irmãs espumas, areias, estrelas. Mas aqui há mais do que uma simples fraternidade, há mais do que a suave harmonia da natureza e da alma de Aveiro; chego a crer que há uma verdadeira encarnação: o encontro de duas coisas no mesmo ser.Nós, os de Aveiro, somos feitos dos pés à cabeça de Ria, de barcos, de remos, de redes, de velas, de montinhos de sal e areia, até de naufrágios. Se nos abrissem o peito encontrariam lá dentro um barquinho à vela ou então uma bóia ou uma fateixa ou então a Senhora dos Navegantes. Assim plasmado de Aveiro, com os beiços a saber a salgado, a pingar gotas de ria por todo o corpo, por toda a alma, eu sou uma nesga, embora minúscula, desta deliciosa aguarela de Aveiro. Eu sou um pedaço da nossa terra.”D. João Evangelista de Lima Vidal, ilustre aveirense. (02-04-1874/05-01-1958)

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