Os portugueses, que não escrevem e que falam mal a sua própria língua, têm do vocábulo projecto um conceito estranho e uma noção esquisita. Não sendo melhores a matemática do que a língua portuguesa, têm também da tabuada uma degradada reminiscência e do cálculo de percentagens conhecimento idêntico ao que tinha o engenheiro Guterres que, para vergonha de qualquer sistema de ensino, é licenciado com a suficiente média de dezanove valores.Ainda agora se viu quando o governo liderado pelo engenheiro civil Sócrates - sem que a biografia oficial indique por onde se licenciou e com que nota - anunciou como projectos nacionais de grande prioridade o aeroporto da Ota e o TGV. Falou-se deles, telefonou-se a alguns construtores civis, vulgo promotores imobiliários, ao presidente do Benfica, alinharam-se umas largas centenas de milhões, convocou-se a comunicação social e andou-se para diante. Com a "cacha" garantida a popularidade do ministro do cimento subiu em flecha e os velhos de mais de oitenta anos continuaram a alinhar-se de madrugada às portas dos centros de saúde na expectativa de uma consulta. Enquanto os mais saudáveis ficavam na cama até mais tarde, aguardavam pelo pequeno almoço e se candidatavam a presidentes de qualquer coisa.O Porto, seja ou não provinciano, localize-se ou não a norte do rio Douro, domine ou não as questões do apito, é parte integrante do país, porra. E tanto assim quer ser considerado que se esmera quando fala de projectos. Não se preocupa com estudos prévios, nem com custos, tão pouco com a eventual utilidade deles. Anuncia-se, faz-se, abandona-se e espera-se pacientemente que tudo seja esquecido. Quando se não quer propriamente que as coisas se esqueçam faz-se como Rui Rio fez com o túnel de Ceuta: amontoou dois montes de terra à porta principal do Museu Nacional de Soares dos Reis e plantou um painel gigante na Praça Filipa de Lencastre a dizer que aquela merda não funcionava por mesquinha má vontade da ministra que mandara embargar a obra. Sendo a ministra do Porto e tendo feito uma cagada daquelas, o povoléu revolta-se, diz asneiras - coisa de que já tem velha fama e largo proveito -, insulta-lhe os familiares e conclui naturalmente que se terá vendido aos mouros a troco do lugar, do automóvel com motorista, da verba para representação e do convite para a final da taça de Portugal. Só pode!Francisco Assis é o candidato do PS à Câmara do Porto e parte da população que nunca passa de Contumil até chega a pensar que ele é S. Francisco de Assis. Desaponta-se quando lhe vê a fotografia escarrapachada nos painéis dispersos pela cidade e verifica que lhe faltam as barbas e o hábito e lhe imagina, necessariamente, os pés de barro. Sem que tivesse havido mão de Rosa Ramalho ou descendência a moldar-lhe fosse o que fosse. Mas Francisco Assis também tem projectos para a cidade, venha ou não a ser eleito. Alguns sobre o ambiente, sendo que não incluem de forma explicita a aposentação do vereador Gaspar por força do limite de idade e do avanço irreversível da arteriosclerose. E propõe nada mais, nada menos do que:1 parque urbano por ano2 km de margem do Douro recuperados3 novos jardins no centro da cidade4 km de ciclovia.Não sendo demagogia, porque os políticos são seres inteligentes e responsáveis, isto é profético. Francisco Assis fará campanha na Cova da Iria e Nossa Senhora de Fátima o ajude, se ainda tiver disponibilidades de agenda para o atender. E se ele fizer mais um jardim no centro da cidade e construir mais um Km de ciclovia na Rua das Taipas, voto nele!
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Os portugueses, que não escrevem e que falam mal a sua própria língua, têm do vocábulo projecto um conceito estranho e uma noção esquisita. Não sendo melhores a matemática do que a língua portuguesa, têm também da tabuada uma degradada reminiscência e do cálculo de percentagens conhecimento idêntico ao que tinha o engenheiro Guterres que, para vergonha de qualquer sistema de ensino, é licenciado com a suficiente média de dezanove valores.Ainda agora se viu quando o governo liderado pelo engenheiro civil Sócrates - sem que a biografia oficial indique por onde se licenciou e com que nota - anunciou como projectos nacionais de grande prioridade o aeroporto da Ota e o TGV. Falou-se deles, telefonou-se a alguns construtores civis, vulgo promotores imobiliários, ao presidente do Benfica, alinharam-se umas largas centenas de milhões, convocou-se a comunicação social e andou-se para diante. Com a "cacha" garantida a popularidade do ministro do cimento subiu em flecha e os velhos de mais de oitenta anos continuaram a alinhar-se de madrugada às portas dos centros de saúde na expectativa de uma consulta. Enquanto os mais saudáveis ficavam na cama até mais tarde, aguardavam pelo pequeno almoço e se candidatavam a presidentes de qualquer coisa.O Porto, seja ou não provinciano, localize-se ou não a norte do rio Douro, domine ou não as questões do apito, é parte integrante do país, porra. E tanto assim quer ser considerado que se esmera quando fala de projectos. Não se preocupa com estudos prévios, nem com custos, tão pouco com a eventual utilidade deles. Anuncia-se, faz-se, abandona-se e espera-se pacientemente que tudo seja esquecido. Quando se não quer propriamente que as coisas se esqueçam faz-se como Rui Rio fez com o túnel de Ceuta: amontoou dois montes de terra à porta principal do Museu Nacional de Soares dos Reis e plantou um painel gigante na Praça Filipa de Lencastre a dizer que aquela merda não funcionava por mesquinha má vontade da ministra que mandara embargar a obra. Sendo a ministra do Porto e tendo feito uma cagada daquelas, o povoléu revolta-se, diz asneiras - coisa de que já tem velha fama e largo proveito -, insulta-lhe os familiares e conclui naturalmente que se terá vendido aos mouros a troco do lugar, do automóvel com motorista, da verba para representação e do convite para a final da taça de Portugal. Só pode!Francisco Assis é o candidato do PS à Câmara do Porto e parte da população que nunca passa de Contumil até chega a pensar que ele é S. Francisco de Assis. Desaponta-se quando lhe vê a fotografia escarrapachada nos painéis dispersos pela cidade e verifica que lhe faltam as barbas e o hábito e lhe imagina, necessariamente, os pés de barro. Sem que tivesse havido mão de Rosa Ramalho ou descendência a moldar-lhe fosse o que fosse. Mas Francisco Assis também tem projectos para a cidade, venha ou não a ser eleito. Alguns sobre o ambiente, sendo que não incluem de forma explicita a aposentação do vereador Gaspar por força do limite de idade e do avanço irreversível da arteriosclerose. E propõe nada mais, nada menos do que:1 parque urbano por ano2 km de margem do Douro recuperados3 novos jardins no centro da cidade4 km de ciclovia.Não sendo demagogia, porque os políticos são seres inteligentes e responsáveis, isto é profético. Francisco Assis fará campanha na Cova da Iria e Nossa Senhora de Fátima o ajude, se ainda tiver disponibilidades de agenda para o atender. E se ele fizer mais um jardim no centro da cidade e construir mais um Km de ciclovia na Rua das Taipas, voto nele!