Outubro 2010

02-06-2011
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Tem de ter paciência e ir para uma sala com o bando de loucos que nos governa Apanhado pela perspicácia do Afonso Azevedo Neves.

Em nome da partilha da responsabilidade cívica, que não deve olhar a cores nem a partidos, impõe-se como um imperativo ético contribuir com uma singela edição em video, que permita aos portugueses avaliar, por sua conta e risco, a linha de rumo, a coerência e o desígnio para o país da liderança social-democrata de Passos Coelho: É um video ainda curto, é certo, mas seria manifestamente injusto imputar essa responsabilidade ao seu protagonista. Uma proposta de revisão constitucional, uma desproposta de revisão constitucional, um ziguezague nas sondagens, um fórum de recolha de palpites sobre despesa pública e um-dó-li-tá de voto no orçamento depois, havendo ainda tanto mar para nadar, é cedo para retirar conclusões definitivas. Adenda: É uma pena que este pequeno video não possa ser, ele também, divulgado e promovido pelo Correio da Manhã. Lamentavelmente, entre os fundadores deste blogue não consta um blogger com a influência do Paulo Pinto Mascarenhas para dar uma palavrinha ao jornalista Paulo Pinto Mascarenhas.

Seis anos e quatro líderes depois, estamos resumidos ao triste espectáculo. Em tempo de abutres, onde cada qual mostra a massa de que é feito, fazer o jogo dos predadores financeiros, ajudando alegremente a afundar o país. Depois, apontar o dedo ao governo socialista [afinal, eram eles que lá estavam] e colher os louros da crise política e financeira que carinhosamente fermentaram. Um palpite: a seu tempo, os portugueses saberão agradecer-lhes a irresponsabilidade.

Os tempos difíceis pedem, mais do que nunca, lucidez e estofo. Quem se dedique a acompanhar com alguma atenção o modus operandi do Fundo Monetário Internacional, sabe que esta organização é, por natureza, particularmente severa no conservadorismo das suas projecções. Sabe, também, que é de seu uso corrente proceder à revisão das mesmas, em alta. Sem sequer pestanejar. O FMI que prevê uma contracção da economia portuguesa (em 1,4) para 2011, é, a título de exemplo, o mesmo FMI que previa um crescimento de 0,4 para este ano, revendo-o posteriormente para 1,1 - apenas mais que o dobro. Não é preciso tentar desmentir o FMI, é só preciso conhecer como respira. A última excitação veio da leitura apressada do boletim de outono do Banco de Portugal, onde seria dito que "as medidas de carácter permanente desde já bem especificadas não parecem ser suficientes para garantir a prossecução do objectivo assumido para 2011", pondo em causa, alegadamente, a eficácia do pacote de medidas de austeridade apresentadas pelo governo. Perante o evidente disparate, o BdP sentiu-se obrigado a vir dizer o óbvio: a actual projecção incorpora, em particular, medidas de consolidação orçamental anunciadas em meados de Maio do corrente ano, "não tendo sido incluídas as medidas orçamentais anunciadas a 29 de Setembro, dado que ainda não cumprem plenamente os critérios acordados no âmbito dos exercícios de projecção do Eurosistema". Que um Afonso Azevedo Neves não saiba do que está a falar, não é grave e responde-se bem a si próprio: Oi? Que seja acompanhado na confusão pelo deputado social-democrata Jorge Costa e pelo seu próprio líder parlamentar, dá-nos a exacta medida da preocupação. Anda tudo a patinar na maionese.

Cem anos. E tanto por (continuar a) fazer. República, sempre.

"Ás vezes Vasco, o silêncio é de ouro" no 31 da armada Já desconfiávamos que a divertida tropa fandanga que [até ver...] se encontra ao leme da São Caetano não fazia a mínima ideia do que se passa no mundo exterior, quanto mais do que pretende apresentar ao país. Que tenha agora resolvido criar um site de palpites para cortar na despesa do estado, ao melhor estilo "você decide", não só revela que os célebres encontros com economistas equivaleram a assistir ao festival de cinema experimental do Bangladesh, como é a sua mais sincera confissão de impreparação. O Vasco Campilho - louve-se-lhe a coragem - deu a cara pela divulgação da espectacular iniciativa. O Manuel Castelo-Branco, porventura envergonhado, fez questão de lhe recordar que o 31 da armada ainda não é a agenda cultural do Povo Livre. O Rodrigo Moita de Deus, aproximando as vontades, sintetizou o essencial: o combate político desta malta anda a ser feito por bonecos de ficção científica. Depois admiram-se do crédito que os portugueses lhes dão.

Endless lullabies manufacturadas na Lituânia. Picturesque episodes, para condizer com o tempo.

Tem de ter paciência e ir para uma sala com o bando de loucos que nos governa Apanhado pela perspicácia do Afonso Azevedo Neves.

Em nome da partilha da responsabilidade cívica, que não deve olhar a cores nem a partidos, impõe-se como um imperativo ético contribuir com uma singela edição em video, que permita aos portugueses avaliar, por sua conta e risco, a linha de rumo, a coerência e o desígnio para o país da liderança social-democrata de Passos Coelho: É um video ainda curto, é certo, mas seria manifestamente injusto imputar essa responsabilidade ao seu protagonista. Uma proposta de revisão constitucional, uma desproposta de revisão constitucional, um ziguezague nas sondagens, um fórum de recolha de palpites sobre despesa pública e um-dó-li-tá de voto no orçamento depois, havendo ainda tanto mar para nadar, é cedo para retirar conclusões definitivas. Adenda: É uma pena que este pequeno video não possa ser, ele também, divulgado e promovido pelo Correio da Manhã. Lamentavelmente, entre os fundadores deste blogue não consta um blogger com a influência do Paulo Pinto Mascarenhas para dar uma palavrinha ao jornalista Paulo Pinto Mascarenhas.

Seis anos e quatro líderes depois, estamos resumidos ao triste espectáculo. Em tempo de abutres, onde cada qual mostra a massa de que é feito, fazer o jogo dos predadores financeiros, ajudando alegremente a afundar o país. Depois, apontar o dedo ao governo socialista [afinal, eram eles que lá estavam] e colher os louros da crise política e financeira que carinhosamente fermentaram. Um palpite: a seu tempo, os portugueses saberão agradecer-lhes a irresponsabilidade.

Os tempos difíceis pedem, mais do que nunca, lucidez e estofo. Quem se dedique a acompanhar com alguma atenção o modus operandi do Fundo Monetário Internacional, sabe que esta organização é, por natureza, particularmente severa no conservadorismo das suas projecções. Sabe, também, que é de seu uso corrente proceder à revisão das mesmas, em alta. Sem sequer pestanejar. O FMI que prevê uma contracção da economia portuguesa (em 1,4) para 2011, é, a título de exemplo, o mesmo FMI que previa um crescimento de 0,4 para este ano, revendo-o posteriormente para 1,1 - apenas mais que o dobro. Não é preciso tentar desmentir o FMI, é só preciso conhecer como respira. A última excitação veio da leitura apressada do boletim de outono do Banco de Portugal, onde seria dito que "as medidas de carácter permanente desde já bem especificadas não parecem ser suficientes para garantir a prossecução do objectivo assumido para 2011", pondo em causa, alegadamente, a eficácia do pacote de medidas de austeridade apresentadas pelo governo. Perante o evidente disparate, o BdP sentiu-se obrigado a vir dizer o óbvio: a actual projecção incorpora, em particular, medidas de consolidação orçamental anunciadas em meados de Maio do corrente ano, "não tendo sido incluídas as medidas orçamentais anunciadas a 29 de Setembro, dado que ainda não cumprem plenamente os critérios acordados no âmbito dos exercícios de projecção do Eurosistema". Que um Afonso Azevedo Neves não saiba do que está a falar, não é grave e responde-se bem a si próprio: Oi? Que seja acompanhado na confusão pelo deputado social-democrata Jorge Costa e pelo seu próprio líder parlamentar, dá-nos a exacta medida da preocupação. Anda tudo a patinar na maionese.

Cem anos. E tanto por (continuar a) fazer. República, sempre.

"Ás vezes Vasco, o silêncio é de ouro" no 31 da armada Já desconfiávamos que a divertida tropa fandanga que [até ver...] se encontra ao leme da São Caetano não fazia a mínima ideia do que se passa no mundo exterior, quanto mais do que pretende apresentar ao país. Que tenha agora resolvido criar um site de palpites para cortar na despesa do estado, ao melhor estilo "você decide", não só revela que os célebres encontros com economistas equivaleram a assistir ao festival de cinema experimental do Bangladesh, como é a sua mais sincera confissão de impreparação. O Vasco Campilho - louve-se-lhe a coragem - deu a cara pela divulgação da espectacular iniciativa. O Manuel Castelo-Branco, porventura envergonhado, fez questão de lhe recordar que o 31 da armada ainda não é a agenda cultural do Povo Livre. O Rodrigo Moita de Deus, aproximando as vontades, sintetizou o essencial: o combate político desta malta anda a ser feito por bonecos de ficção científica. Depois admiram-se do crédito que os portugueses lhes dão.

Endless lullabies manufacturadas na Lituânia. Picturesque episodes, para condizer com o tempo.

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