Debaixo dos Arcos: Aveiro e o “peso político”

03-08-2010
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Publicado na edição de ontem (25.09.2008) do Diário de AveiroSais MineraisAveiro e o “peso político”.É um facto que Aveiro tem recebido uma atenção especial no que respeita ao (re)posicionamento de importantes organismos públicos e investimentos estruturantes que potenciam e relançam esta cidade no plano regional e nacional.Sem esquecer, no entanto, que foram, durante anos, muitos os organismos, instituições e entidades que Aveiro viu, na maioria dos casos injustamente e com alguma sustentação pouco clarificadora, serem transferidos para Coimbra. Não bastava a sobrevalorização do poder centralizador daquela cidade (mesmo que a realidade demonstre que a única mais valia, em relação a Aveiro, é o peso político), foi, deste modo, criado um esgotamento das estruturas políticas e administrativas de Aveiro.Mas novos ventos trouxeram a Divisão da Região Hidrográfica do Centro; o compromisso da Delegação Regional de Economia do Centro governamental (ou melhor, ministerial); a futura instalação do Tribunal Administrativo e Fiscal e o projecto piloto da reforma judicial com a instalação do Sistema de Mediação Penal, Familiar e Laboral. Em curso estão as obras da ligação ferroviária ao Porto de Aveiro. São de destacar os importantes anúncios referentes ao traçado e estação do TGV e à ligação rodoviária Aveiro-Águeda.Mas recentemente, Aveiro vai poder também contemplar na sua estrutura político-administrativa a Entidade Regional de Turismo do Centro - “Turismo do Centro de Portugal” que vem substituir as anteriores regiões de turismo, tal como eram conhecidas.Mais do que colher louros ou dividendos políticos da autoria de tais feitos, o que é verdadeiramente importante e relevante é o reconhecimento do valor que tem para Aveiro e para a sua região a instalação dos organismos e entidades e o investimento que potencia o desenvolvimento e o posicionamento na estratégia regional e nacional. Para além do mérito de conquistar a Coimbra “aberrações” (usando a recente expressão pública do Presidente daquela edilidade) que confrontam o “espólio” político-administrativo há muito arrancado a Aveiro.E isto é tão importante se atendermos que, muitos, para não dizer todos, destes “brindes” podem ser, na verdade, “presentes envenenados”.É que o garante destas importantes estruturas administrativas e investimentos podem não significar peso político ou, até mesmo, num futuro próximo, voltarem a desaparecer (mais uma vez para Coimbra) por força de um processo de regionalização há muito planeado e que acabará por ser mais imposto do que democraticamente aceite (entenda-se, referendado).Processo de regionalização que determinará Aveiro com uma dependência política de Coimbra que não se deseja e que nada de valioso trará.É, por isso, desejável potenciar estes investimentos e estruturas, por forma a tornar Aveiro numa referência estratégica regional e nacional, contrariando a tendência centralizadora regional de Coimbra, que em nada nos beneficiará.Aveiro tem de conseguir encontrar capacidades de liderança regional, já que as potencialidades são evidentes.Ao sabor da pena…


Publicado na edição de ontem (25.09.2008) do Diário de AveiroSais MineraisAveiro e o “peso político”.É um facto que Aveiro tem recebido uma atenção especial no que respeita ao (re)posicionamento de importantes organismos públicos e investimentos estruturantes que potenciam e relançam esta cidade no plano regional e nacional.Sem esquecer, no entanto, que foram, durante anos, muitos os organismos, instituições e entidades que Aveiro viu, na maioria dos casos injustamente e com alguma sustentação pouco clarificadora, serem transferidos para Coimbra. Não bastava a sobrevalorização do poder centralizador daquela cidade (mesmo que a realidade demonstre que a única mais valia, em relação a Aveiro, é o peso político), foi, deste modo, criado um esgotamento das estruturas políticas e administrativas de Aveiro.Mas novos ventos trouxeram a Divisão da Região Hidrográfica do Centro; o compromisso da Delegação Regional de Economia do Centro governamental (ou melhor, ministerial); a futura instalação do Tribunal Administrativo e Fiscal e o projecto piloto da reforma judicial com a instalação do Sistema de Mediação Penal, Familiar e Laboral. Em curso estão as obras da ligação ferroviária ao Porto de Aveiro. São de destacar os importantes anúncios referentes ao traçado e estação do TGV e à ligação rodoviária Aveiro-Águeda.Mas recentemente, Aveiro vai poder também contemplar na sua estrutura político-administrativa a Entidade Regional de Turismo do Centro - “Turismo do Centro de Portugal” que vem substituir as anteriores regiões de turismo, tal como eram conhecidas.Mais do que colher louros ou dividendos políticos da autoria de tais feitos, o que é verdadeiramente importante e relevante é o reconhecimento do valor que tem para Aveiro e para a sua região a instalação dos organismos e entidades e o investimento que potencia o desenvolvimento e o posicionamento na estratégia regional e nacional. Para além do mérito de conquistar a Coimbra “aberrações” (usando a recente expressão pública do Presidente daquela edilidade) que confrontam o “espólio” político-administrativo há muito arrancado a Aveiro.E isto é tão importante se atendermos que, muitos, para não dizer todos, destes “brindes” podem ser, na verdade, “presentes envenenados”.É que o garante destas importantes estruturas administrativas e investimentos podem não significar peso político ou, até mesmo, num futuro próximo, voltarem a desaparecer (mais uma vez para Coimbra) por força de um processo de regionalização há muito planeado e que acabará por ser mais imposto do que democraticamente aceite (entenda-se, referendado).Processo de regionalização que determinará Aveiro com uma dependência política de Coimbra que não se deseja e que nada de valioso trará.É, por isso, desejável potenciar estes investimentos e estruturas, por forma a tornar Aveiro numa referência estratégica regional e nacional, contrariando a tendência centralizadora regional de Coimbra, que em nada nos beneficiará.Aveiro tem de conseguir encontrar capacidades de liderança regional, já que as potencialidades são evidentes.Ao sabor da pena…

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