Alberto Souto de Miranda ganhou as eleições para a Federação Distrital de Aveiro do Partido Socialista. Por cerca de 10 por cento. Duzentos votos em pouco mais de dois mil. É um número significativo para quem se inscreveu no PS depois da derrota de 17 de Março. E tem significados curiosos.Em primeiro lugar, há que confirmar que a vitória é claramente dos descontentes de José Mota. Nas últimas eleições já tinha ficado demonstrado que um conjunto de personalidades estava claramente contra José Mota e o problema agora agravou-se. Duas ou três concelhias são mais do que suficientes para dar esta diferença de votos. Devido a isso, a vitória de Alberto Souto demonstra algo: o PS distrital está dividido, a campanha não ajudou a nenhuma união, pelo contrário e pelo meio, há outras feridas...Para o governo autárquico camarário, Alberto Souto já não pode contar com a sua independência. A partir de agora está comprometido com estratégias partidárias nacionais e com posições distritais. Para além disso, Alberto Souto perdeu, no caminho, um braço direito importante – Gonçalo Fonseca. Alguém, do círculo próximo, vai ter que desbloquear contactos, estabelecer as pontes que um adjunto político com o perfil de Gonçalo Fonseca tinha. E para um autarca que desde sempre se tem rodeado de poucas ou nenhumas pessoas – deixando cair alguns, como José Gonçalves – e mantendo outros como Miguel Lemos, vamos ver como as coisas se resolvem... Entretanto, como é que fica a situação distrital e concelhia? Bem, esquecendo a estrutura não personificada dos comunistas, que devido ao método de Hondt dificilmente terão direito a mais do que alguns elementos de uma ou outra assembleia de freguesia – pois em deputados ainda mais difícl é – e Bloco de Esquerda, há um confronto curioso.A nível distrital, Ribau Esteves e Alberto Souto darão espectáculo. Ao primeiro, convém manter uma estrutura sólida, um bom relacionamento com os deputados e a quantidade de câmaras conquistadas. De Alberto Souto já referi atrás mas a condicionante é óbvia: manter ou ganhar é a única missão. António Pinho, remetido ao papel de CDS terá que apaziguar as suas hostes e evitar as feridas abertas contra o PSD devido à derrocada das últimas autárquicas. No concelho, as coisas estão mais “esquisitas”. Filipe Neto Brandão e Ulisses Pereira estão em posição diferente, tal como Miguel Capão Filipe. Enquanto este último comanda uma superestrutura sem equipa, Ulisses Pereira tem a vida mais facilitada – no passado, o PSD era um partido que não sabia criticar e não tinha maneira de o fazer – mas terá que claramente se definir em relação aos seus vereadores na Câmara. Não parecem faces da mesma moeda... Já Filipe Neto Brandão terá em mente aquilo que todos têm: o seu “seguro de vida” Alberto Souto na Câmara em 2005? Ou não? Da derrota à vitória vai a mesma distância que o inverso.
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Alberto Souto de Miranda ganhou as eleições para a Federação Distrital de Aveiro do Partido Socialista. Por cerca de 10 por cento. Duzentos votos em pouco mais de dois mil. É um número significativo para quem se inscreveu no PS depois da derrota de 17 de Março. E tem significados curiosos.Em primeiro lugar, há que confirmar que a vitória é claramente dos descontentes de José Mota. Nas últimas eleições já tinha ficado demonstrado que um conjunto de personalidades estava claramente contra José Mota e o problema agora agravou-se. Duas ou três concelhias são mais do que suficientes para dar esta diferença de votos. Devido a isso, a vitória de Alberto Souto demonstra algo: o PS distrital está dividido, a campanha não ajudou a nenhuma união, pelo contrário e pelo meio, há outras feridas...Para o governo autárquico camarário, Alberto Souto já não pode contar com a sua independência. A partir de agora está comprometido com estratégias partidárias nacionais e com posições distritais. Para além disso, Alberto Souto perdeu, no caminho, um braço direito importante – Gonçalo Fonseca. Alguém, do círculo próximo, vai ter que desbloquear contactos, estabelecer as pontes que um adjunto político com o perfil de Gonçalo Fonseca tinha. E para um autarca que desde sempre se tem rodeado de poucas ou nenhumas pessoas – deixando cair alguns, como José Gonçalves – e mantendo outros como Miguel Lemos, vamos ver como as coisas se resolvem... Entretanto, como é que fica a situação distrital e concelhia? Bem, esquecendo a estrutura não personificada dos comunistas, que devido ao método de Hondt dificilmente terão direito a mais do que alguns elementos de uma ou outra assembleia de freguesia – pois em deputados ainda mais difícl é – e Bloco de Esquerda, há um confronto curioso.A nível distrital, Ribau Esteves e Alberto Souto darão espectáculo. Ao primeiro, convém manter uma estrutura sólida, um bom relacionamento com os deputados e a quantidade de câmaras conquistadas. De Alberto Souto já referi atrás mas a condicionante é óbvia: manter ou ganhar é a única missão. António Pinho, remetido ao papel de CDS terá que apaziguar as suas hostes e evitar as feridas abertas contra o PSD devido à derrocada das últimas autárquicas. No concelho, as coisas estão mais “esquisitas”. Filipe Neto Brandão e Ulisses Pereira estão em posição diferente, tal como Miguel Capão Filipe. Enquanto este último comanda uma superestrutura sem equipa, Ulisses Pereira tem a vida mais facilitada – no passado, o PSD era um partido que não sabia criticar e não tinha maneira de o fazer – mas terá que claramente se definir em relação aos seus vereadores na Câmara. Não parecem faces da mesma moeda... Já Filipe Neto Brandão terá em mente aquilo que todos têm: o seu “seguro de vida” Alberto Souto na Câmara em 2005? Ou não? Da derrota à vitória vai a mesma distância que o inverso.