hermesnews: Oito regras para escolher o seguro de saúde da sua família

03-08-2010
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Muitos agregados já têm um seguro de saúde, mas nem todos seguiram os princípios básicos de selecção. Evite pagar pelo que não devepor David Almas in i onlineUm em cada cinco portugueses não depende exclusivamente do Sistema Nacional de Saúde, porque tem ou beneficia de um seguro de saúde, revela o último estudo da Marktest, publicado em Março. Contudo, para evitar que a sua família pague demasiado pela protecção, ou que não tenha as coberturas desejadas, existem algumas regras que deve seguir na selecção do seu seguro de saúde.1. É difícil fazer comparações Não é possível escolher o melhor seguro de saúde apenas tendo por base a comparação de preços. A selecção é bastante complexa e exige muitas vezes que se relaxe a objectividade. É preciso muita sorte para encontrar na vasta oferta das seguradoras dois produtos iguais. A versão-base do Imed da Açoreana Seguros inclui a cobertura de hospitalização e assistência às pessoas, mas o pacote mais barato do HospitAll da Allianz cobre ainda cirurgia em ambulatório, quimioterapia, subsídio diário por hospitalização e deslocação e uma segunda opinião médica. É por isso natural que o HospitAll seja mais caro do que o Imed, mas será que a diferença justifica a cobertura adicional? Apenas os segurados podem responder. Não há soluções válidas para toda a gente.2. A cobertura certa Antes de começar à procura do seguro de saúde para a sua família, decida, em termos genéricos, o que procura. Em geral, há três níveis de seguros de saúde: os que cobrem pouco mais do que a hospitalização, os que cobrem a hospitalização e o ambulatório e os que ainda acrescentam a estomatologia. Saiba que, em média, uma pessoa de 40 anos paga 140 euros por ano na primeira opção, 410 euros no segundo pacote e 570 euros no último caso. Contudo, a idade é um factor decisivo. Aos preços anteriores pode retirar-se 36% caso se trate de uma pessoa de 20 anos. Para os mais velhos, o custo pode facilmente duplicar, embora muitas seguradoras não façam novas adesões para quem tem mais de 55 anos e não renovem para quem já chegou aos 65 anos.A associação para a defesa dos consumidores DECO defende que o seguro de estomatologia deve ser contratado em separado do seguro de saúde, porque é possível pagar menos por uma cobertura superior.3. Ainda há discriminação sexual A legislação em vigor não impede que as seguradoras atribuam preços diferentes se os cálculos actuariais - aqueles que definem o custo do seguro para a companhia - assim o exigirem. É por isso que em metade das simulações de preços poderão perguntar-lhe qual o seu sexo. Nesses casos, as mulheres, especialmente se estiverem entre os 30 e os 50 anos, acabam por pagar mais do que os homens. Os especialistas explicam que são elas que mais recorrem ao seguro quando estão na chamada idade fértil. Uma senhora de 35 anos paga actualmente cerca de 118 euros por ano por um seguro Saúde Real, da Real Seguros, que tem um limite de indemnização de 10 000 euros em hospitalização. Um senhor que queira a mesma cobertura apenas tem de pagar quatro quintos desse valor.4. Aceite o desconto Se quer desconto, faça uma contrato para toda a família. No mercado segurador é normal fazer um desconto de 10% por cada membro adicional, embora haja a desvantagem de as coberturas terem de ser iguais para todos (o que nem sempre é o desejado). Também é usual as companhias de seguros proporem descontos se contratar outros seguros. Por isso, antes de se decidir pelo melhor seguro para a sua família, confirme junto da seguradora do seu carro ou da sua casa qual o desconto que obtém.5. Na rede ou fora dela Há duas modalidades para a comparticipação da seguradora: pode ir a um prestador de cuidados de saúde numa determinada rede convencionada com a seguradora ou pode pagar do seu bolso e ser reembolsado posteriormente. Alguns seguros já têm as duas modalidades em simultâneo.Na opção de assistência na rede, o segurado beneficia de um preço mais baixo no prestador de cuidados de saúde. A comparticipação é normalmente definida em percentagem. Por exemplo, uma comparticipação de 90% em parto, quer dizer que o segurado é responsável pelos restantes 10% da factura. Há casos em que o segurado tem de pagar um valor fixo. Se privilegiar a modalidade da rede, convém que investigue se há um conjunto de prestadores de serviços de saúde na sua área de residência. Embora os lisboetas possam fazer uma ecocardiograma em quase quatro dezenas de parceiros da rede Multicare, os vila-realenses apenas tem uma opção local para o mesmo exame.Na vertente de reembolso, o segurado paga a totalidade da despesa médica, mas envia a factura para a companhia de seguros, que lhe devolverá uma percentagem determinada pelo contrato. Assim, não está limitado a uma rede de prestadores de serviços de saúde. É, provavelmente, a escolha certa para quem não vive num centro urbano.Qualquer que seja a versão de comparticipação, há alguns serviços que exigem autorização prévia da seguradora, tais como parto, hemodiálise e medicina preventiva.6. Não conte já com o seguro Para evitar que se façam seguros de saúde porque se descobriu que se irá gastar dinheiro em breve em despesas médicas, as apólices têm um período de carência, que normalmente é de 90 dias. Assim, nesses primeiros três meses, embora estejam a pagar, os segurados não podem recorrer ao seguro, excepto em caso de acidente. Em algumas situações específicas, as seguradoras alargam o período de carência. É o que acontece tradicionalmente com a gravidez e o parto, cuja carência pode chegar a um ano e meio.7. Doenças fora da cobertura Regra geral, as doenças que já existiam antes de contratar o seguro não estão cobertas, o que tem lógica, uma vez que o seguro serve para precaver imprevistos. Contudo, é usual negociar com a seguradora para incluir algumas dessas doenças, o que, invariavelmente, aumenta o preço do seguro. Há outros tipos de exclusões previstos nos seguros - como tratamentos de fertilidade, cirurgia estética, despesas com objectivo de contracepção, transplantes de órgãos e acupunctura -, mas variam de seguradora para seguradora.8. Conte com benefícios no IRS No IRS de 2009 pode deduzir 30% do custo dos seguros de saúde (o que inclui os de estomatologia) até ao limite de 84 euros por pessoa, ao que se acresce 42 euros por dependente. Assim, no caso de uma casal com um filho dependente, o preço anual do seguro que permite obter o benefício fiscal máximo é de 700 euros, o que resulta numa dedução de 210 euros (€84 x 2 + €42).A porção das despesas de saúde que não é comparticipada pelo seguro é dedutível em sede de IRS, pelo que deve arquivar todas os recibos de co-pagamentos. Assim, pode deduzir 30% dessas despesas, desde que sejam alvo de IVA à taxa de 0% ou 5%. Se a taxa de IVA for superior, só pode deduzir as despesas com receita médica, até ao limite de 64 euros, ou 2,5% do valor das despesas sujeitas a IVA de 0% e 5%. Na modalidade de reembolso, é da responsabilidade da seguradora o envio anual de um documento que indique os valores que não foram comparticipados, para os poder incluir no IRS.


Muitos agregados já têm um seguro de saúde, mas nem todos seguiram os princípios básicos de selecção. Evite pagar pelo que não devepor David Almas in i onlineUm em cada cinco portugueses não depende exclusivamente do Sistema Nacional de Saúde, porque tem ou beneficia de um seguro de saúde, revela o último estudo da Marktest, publicado em Março. Contudo, para evitar que a sua família pague demasiado pela protecção, ou que não tenha as coberturas desejadas, existem algumas regras que deve seguir na selecção do seu seguro de saúde.1. É difícil fazer comparações Não é possível escolher o melhor seguro de saúde apenas tendo por base a comparação de preços. A selecção é bastante complexa e exige muitas vezes que se relaxe a objectividade. É preciso muita sorte para encontrar na vasta oferta das seguradoras dois produtos iguais. A versão-base do Imed da Açoreana Seguros inclui a cobertura de hospitalização e assistência às pessoas, mas o pacote mais barato do HospitAll da Allianz cobre ainda cirurgia em ambulatório, quimioterapia, subsídio diário por hospitalização e deslocação e uma segunda opinião médica. É por isso natural que o HospitAll seja mais caro do que o Imed, mas será que a diferença justifica a cobertura adicional? Apenas os segurados podem responder. Não há soluções válidas para toda a gente.2. A cobertura certa Antes de começar à procura do seguro de saúde para a sua família, decida, em termos genéricos, o que procura. Em geral, há três níveis de seguros de saúde: os que cobrem pouco mais do que a hospitalização, os que cobrem a hospitalização e o ambulatório e os que ainda acrescentam a estomatologia. Saiba que, em média, uma pessoa de 40 anos paga 140 euros por ano na primeira opção, 410 euros no segundo pacote e 570 euros no último caso. Contudo, a idade é um factor decisivo. Aos preços anteriores pode retirar-se 36% caso se trate de uma pessoa de 20 anos. Para os mais velhos, o custo pode facilmente duplicar, embora muitas seguradoras não façam novas adesões para quem tem mais de 55 anos e não renovem para quem já chegou aos 65 anos.A associação para a defesa dos consumidores DECO defende que o seguro de estomatologia deve ser contratado em separado do seguro de saúde, porque é possível pagar menos por uma cobertura superior.3. Ainda há discriminação sexual A legislação em vigor não impede que as seguradoras atribuam preços diferentes se os cálculos actuariais - aqueles que definem o custo do seguro para a companhia - assim o exigirem. É por isso que em metade das simulações de preços poderão perguntar-lhe qual o seu sexo. Nesses casos, as mulheres, especialmente se estiverem entre os 30 e os 50 anos, acabam por pagar mais do que os homens. Os especialistas explicam que são elas que mais recorrem ao seguro quando estão na chamada idade fértil. Uma senhora de 35 anos paga actualmente cerca de 118 euros por ano por um seguro Saúde Real, da Real Seguros, que tem um limite de indemnização de 10 000 euros em hospitalização. Um senhor que queira a mesma cobertura apenas tem de pagar quatro quintos desse valor.4. Aceite o desconto Se quer desconto, faça uma contrato para toda a família. No mercado segurador é normal fazer um desconto de 10% por cada membro adicional, embora haja a desvantagem de as coberturas terem de ser iguais para todos (o que nem sempre é o desejado). Também é usual as companhias de seguros proporem descontos se contratar outros seguros. Por isso, antes de se decidir pelo melhor seguro para a sua família, confirme junto da seguradora do seu carro ou da sua casa qual o desconto que obtém.5. Na rede ou fora dela Há duas modalidades para a comparticipação da seguradora: pode ir a um prestador de cuidados de saúde numa determinada rede convencionada com a seguradora ou pode pagar do seu bolso e ser reembolsado posteriormente. Alguns seguros já têm as duas modalidades em simultâneo.Na opção de assistência na rede, o segurado beneficia de um preço mais baixo no prestador de cuidados de saúde. A comparticipação é normalmente definida em percentagem. Por exemplo, uma comparticipação de 90% em parto, quer dizer que o segurado é responsável pelos restantes 10% da factura. Há casos em que o segurado tem de pagar um valor fixo. Se privilegiar a modalidade da rede, convém que investigue se há um conjunto de prestadores de serviços de saúde na sua área de residência. Embora os lisboetas possam fazer uma ecocardiograma em quase quatro dezenas de parceiros da rede Multicare, os vila-realenses apenas tem uma opção local para o mesmo exame.Na vertente de reembolso, o segurado paga a totalidade da despesa médica, mas envia a factura para a companhia de seguros, que lhe devolverá uma percentagem determinada pelo contrato. Assim, não está limitado a uma rede de prestadores de serviços de saúde. É, provavelmente, a escolha certa para quem não vive num centro urbano.Qualquer que seja a versão de comparticipação, há alguns serviços que exigem autorização prévia da seguradora, tais como parto, hemodiálise e medicina preventiva.6. Não conte já com o seguro Para evitar que se façam seguros de saúde porque se descobriu que se irá gastar dinheiro em breve em despesas médicas, as apólices têm um período de carência, que normalmente é de 90 dias. Assim, nesses primeiros três meses, embora estejam a pagar, os segurados não podem recorrer ao seguro, excepto em caso de acidente. Em algumas situações específicas, as seguradoras alargam o período de carência. É o que acontece tradicionalmente com a gravidez e o parto, cuja carência pode chegar a um ano e meio.7. Doenças fora da cobertura Regra geral, as doenças que já existiam antes de contratar o seguro não estão cobertas, o que tem lógica, uma vez que o seguro serve para precaver imprevistos. Contudo, é usual negociar com a seguradora para incluir algumas dessas doenças, o que, invariavelmente, aumenta o preço do seguro. Há outros tipos de exclusões previstos nos seguros - como tratamentos de fertilidade, cirurgia estética, despesas com objectivo de contracepção, transplantes de órgãos e acupunctura -, mas variam de seguradora para seguradora.8. Conte com benefícios no IRS No IRS de 2009 pode deduzir 30% do custo dos seguros de saúde (o que inclui os de estomatologia) até ao limite de 84 euros por pessoa, ao que se acresce 42 euros por dependente. Assim, no caso de uma casal com um filho dependente, o preço anual do seguro que permite obter o benefício fiscal máximo é de 700 euros, o que resulta numa dedução de 210 euros (€84 x 2 + €42).A porção das despesas de saúde que não é comparticipada pelo seguro é dedutível em sede de IRS, pelo que deve arquivar todas os recibos de co-pagamentos. Assim, pode deduzir 30% dessas despesas, desde que sejam alvo de IVA à taxa de 0% ou 5%. Se a taxa de IVA for superior, só pode deduzir as despesas com receita médica, até ao limite de 64 euros, ou 2,5% do valor das despesas sujeitas a IVA de 0% e 5%. Na modalidade de reembolso, é da responsabilidade da seguradora o envio anual de um documento que indique os valores que não foram comparticipados, para os poder incluir no IRS.

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