A ruptura é total e definitiva. Razão: a confiança atingiu o grau zero – Pulhice do Governo (6)

09-08-2010
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1. Acabei de ver e ouvir, na RTPN, Uma intervenção de Jorge Pedreira. Antes, o jornalista fez perguntas a Mário Nogueira.

2. A ruptura é total e definitiva. Por mais reuniões que sejam marcadas, o entendimento é impossível.

3. Razão: não existe confiança entre as partes. Nem a ministra confia nos sindicatos nem estes nela.

4. Professores e Governo estão separados por duas concepções antagónicas de escola e de professor.

5. O Governo quer uma escola pública barata e destinada a fornecer “competências” instrumentais aos filhos dos pobres e da classe média baixa.

6. Para que tal seja possível, o Governo sabe que tem de domesticar os professores, pô-los de joelhos, quebrar o seu espírito crítico e anular a liberdade de expressão nas escolas.

7. Ao downgrade do currículo, com a consequente ênfase no ensino das “competências” instrumentais e desvalorização dos conteúdos científicos, artísticos, literários e tecnológicos, corresponde um downgrade do estatuto dos professores. Esse downgrade do estatuto passa pelo empobrecimento dos professores. O empobrecimento exige o estrangulamento da carreira. A consequência do estrangulamento da carreira é que dois terços ficarão muito aquém do topo e não poderão aspirar a ganhar mais do que 1700 euros líquidos (valores actuais) ao fim de 30 ou mais anos de serviço.

8. Para que o estrangulamento da carreira se faça, é preciso construir hierarquias e diferenciações artificiais na escola. É essa a razão da divisão da carreira em titulares e professores. É também por isso que o ME e as DREs pressionam as escolas para a criação de megadepartamentos.

9. Para impor a hierarquia e a diferenciação artificiais e assegurar a domesticação dos professores e o seu silenciamento, o Governo precisou de pôr fim à gestão democrática nas escola. A imposição dos directores tem esse objectivo.

10. O Governo não aceitará mudar o novo ECD porque a divisão da carreira em duas categorias é a trave mestra de todo o edifício burocrático, hierárquico e empobrecedor criado nos últimos três anos e meio.

Por tudo isto, só resta aos professores prolongarem a sua luta até às próximas eleições legislativas e esperar que essa luta contribua para que o PS não volte a ganhar a maioria absoluta. Se ganhasse a maioria absoluta, a vingança destes pequenos ditadores desumanos e cruéis abater-se-ia sobre os professores com a força de um tsunami. Se o PS não ganhar a maioria absoluta, estão abertas as condições para a revisão radical do ECD e a criação de um modelo de avaliação formativo, justo e simples.

1. Acabei de ver e ouvir, na RTPN, Uma intervenção de Jorge Pedreira. Antes, o jornalista fez perguntas a Mário Nogueira.

2. A ruptura é total e definitiva. Por mais reuniões que sejam marcadas, o entendimento é impossível.

3. Razão: não existe confiança entre as partes. Nem a ministra confia nos sindicatos nem estes nela.

4. Professores e Governo estão separados por duas concepções antagónicas de escola e de professor.

5. O Governo quer uma escola pública barata e destinada a fornecer “competências” instrumentais aos filhos dos pobres e da classe média baixa.

6. Para que tal seja possível, o Governo sabe que tem de domesticar os professores, pô-los de joelhos, quebrar o seu espírito crítico e anular a liberdade de expressão nas escolas.

7. Ao downgrade do currículo, com a consequente ênfase no ensino das “competências” instrumentais e desvalorização dos conteúdos científicos, artísticos, literários e tecnológicos, corresponde um downgrade do estatuto dos professores. Esse downgrade do estatuto passa pelo empobrecimento dos professores. O empobrecimento exige o estrangulamento da carreira. A consequência do estrangulamento da carreira é que dois terços ficarão muito aquém do topo e não poderão aspirar a ganhar mais do que 1700 euros líquidos (valores actuais) ao fim de 30 ou mais anos de serviço.

8. Para que o estrangulamento da carreira se faça, é preciso construir hierarquias e diferenciações artificiais na escola. É essa a razão da divisão da carreira em titulares e professores. É também por isso que o ME e as DREs pressionam as escolas para a criação de megadepartamentos.

9. Para impor a hierarquia e a diferenciação artificiais e assegurar a domesticação dos professores e o seu silenciamento, o Governo precisou de pôr fim à gestão democrática nas escola. A imposição dos directores tem esse objectivo.

10. O Governo não aceitará mudar o novo ECD porque a divisão da carreira em duas categorias é a trave mestra de todo o edifício burocrático, hierárquico e empobrecedor criado nos últimos três anos e meio.

Por tudo isto, só resta aos professores prolongarem a sua luta até às próximas eleições legislativas e esperar que essa luta contribua para que o PS não volte a ganhar a maioria absoluta. Se ganhasse a maioria absoluta, a vingança destes pequenos ditadores desumanos e cruéis abater-se-ia sobre os professores com a força de um tsunami. Se o PS não ganhar a maioria absoluta, estão abertas as condições para a revisão radical do ECD e a criação de um modelo de avaliação formativo, justo e simples.

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