Centrais sindicais acreditam que soluções para o desemprego podem passar pela concertação social

15-09-2010
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Olhando para a subida quase constante do desemprego nos últimos 35 anos, os secretários gerais da CGTP e da UGT, Carvalho da Silva e João Proença, admitem que as quebras pontuais verificadas no desemprego estão relacionadas com períodos de dinamização do diálogo social.

Para justificar a quebra acentuada no desemprego em 1992, uma das excepções no período em análise, Manuel Carvalho da Silva lembrou à agência Lusa “o acordo de grande amplitude” que foi estabelecido com o Governo de Cavaco Silva em Outubro de 1990.

“Foi o início de um período de grande envolvimento dos parceiros sociais na discussão de políticas de rendimento e emprego”, disse o sindicalista.

A CGTP participou até ao fim na negociação deste acordo estratégico, mas acabou por não o assinar porque não conseguiu que nele ficasse consignado o horário semanal de trabalho de 40 horas, o que só viria a acontecer com o Governo de António Guterres.

Carvalho da Silva salientou como positivo o período entre 1997 e 2000, que correspondeu a “um pico de impulso económico”, nomeadamente por causa da Expo 98, e de valorização do trabalho e de incentivo à criação do emprego, através da redução do horário de trabalho.

“A segunda metade dos anos 90 foi um período de esperança quanto ao futuro que não voltou a haver”, afirmou.

O sindicalista referiu ainda os acordos celebrados em 2000, considerando que “este foi um período em que esteve no Ministério do Trabalho uma equipa que dinamizou a concertação e em que se verificou um incremento económico significativo “que depois não teve seguimento”.

O secretário geral da UGT também recordou os acordos de concertação social da década de 1990 e os efeitos no emprego e na economia, manifestando disponibilidade para um novo pacto tripartido, desde que preveja medidas imediatas com impacto no crescimento económico e no emprego.

“Enquanto não houver crescimento económico não há solução para o desemprego, por isso defendemos um acordo que tenha também uma vertente económica e não apenas social”, disse à Lusa.

Proença considerou que, “nos anos em que houve acordos de política de rendimentos, houve crescimento salarial, o que foi bom para a economia e para o emprego”, dando como exemplo o Acordo Económico e Social dos anos 90. “Tal como o acordo de concertação estratégica que fizemos com o Governo de Guterres”, acrescentou.

Para Proença, os actuais níveis de desemprego têm a ver com um insuficiente crescimento económico, que “resulta de uma crise financeira internacional que tem afectado todos os países da UE, que tem tomado medidas para a enfrentar mas que não têm sido suficientes”.

O sindicalista considerou que os problemas económicos se acentuaram a partir de 2002 e 2003, com a adesão ao euro e as políticas de restrição orçamental, que causaram quebras do consumo, das vendas das empresas e aumento do desemprego.

Olhando para a subida quase constante do desemprego nos últimos 35 anos, os secretários gerais da CGTP e da UGT, Carvalho da Silva e João Proença, admitem que as quebras pontuais verificadas no desemprego estão relacionadas com períodos de dinamização do diálogo social.

Para justificar a quebra acentuada no desemprego em 1992, uma das excepções no período em análise, Manuel Carvalho da Silva lembrou à agência Lusa “o acordo de grande amplitude” que foi estabelecido com o Governo de Cavaco Silva em Outubro de 1990.

“Foi o início de um período de grande envolvimento dos parceiros sociais na discussão de políticas de rendimento e emprego”, disse o sindicalista.

A CGTP participou até ao fim na negociação deste acordo estratégico, mas acabou por não o assinar porque não conseguiu que nele ficasse consignado o horário semanal de trabalho de 40 horas, o que só viria a acontecer com o Governo de António Guterres.

Carvalho da Silva salientou como positivo o período entre 1997 e 2000, que correspondeu a “um pico de impulso económico”, nomeadamente por causa da Expo 98, e de valorização do trabalho e de incentivo à criação do emprego, através da redução do horário de trabalho.

“A segunda metade dos anos 90 foi um período de esperança quanto ao futuro que não voltou a haver”, afirmou.

O sindicalista referiu ainda os acordos celebrados em 2000, considerando que “este foi um período em que esteve no Ministério do Trabalho uma equipa que dinamizou a concertação e em que se verificou um incremento económico significativo “que depois não teve seguimento”.

O secretário geral da UGT também recordou os acordos de concertação social da década de 1990 e os efeitos no emprego e na economia, manifestando disponibilidade para um novo pacto tripartido, desde que preveja medidas imediatas com impacto no crescimento económico e no emprego.

“Enquanto não houver crescimento económico não há solução para o desemprego, por isso defendemos um acordo que tenha também uma vertente económica e não apenas social”, disse à Lusa.

Proença considerou que, “nos anos em que houve acordos de política de rendimentos, houve crescimento salarial, o que foi bom para a economia e para o emprego”, dando como exemplo o Acordo Económico e Social dos anos 90. “Tal como o acordo de concertação estratégica que fizemos com o Governo de Guterres”, acrescentou.

Para Proença, os actuais níveis de desemprego têm a ver com um insuficiente crescimento económico, que “resulta de uma crise financeira internacional que tem afectado todos os países da UE, que tem tomado medidas para a enfrentar mas que não têm sido suficientes”.

O sindicalista considerou que os problemas económicos se acentuaram a partir de 2002 e 2003, com a adesão ao euro e as políticas de restrição orçamental, que causaram quebras do consumo, das vendas das empresas e aumento do desemprego.

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