Almanaque Republicano

03-08-2010
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REGICÍDIO - OS DISSIDENTES (II): VISCONDE DA RIBEIRA BRAVAEm 2 de Abril de 1852, nasceu no Funchal, na então freguesia da Ribeira Brava, Francisco Correia de Herédia que tomará o título supra referido a partir do Decreto de 4 de Maio de 1871. Era filho de António Correia de Herédia e de Ana de Betencourt Herédia.Estudou no Liceu do Funchal, seguindo posteriormente para Lisboa, onde se matriculou no Curso Superior de Letras, em 1877. Em 1882, foi nomeado para integrar a Comissão Central Antifiloxérica do Sul do Reino, onde participou nos trabalhos ali desenvolvidos durante vários anos. Na década de noventa do século XIX, inicia um periódo de viagens por várias partes do mundo. Conhece e trabalha na Argentina e Paris. Em 1895 participa no primeiro Congresso Vinícola, representando o Sindicato Agrícola da Madeira.Em termos políticos adere inicialmente ao Partido Regenerador e desempenha funções como governador civil de Bragança (18 de Dezembro de 1884 a 12 de Março de 1885) e de Beja (12 de Março de 1885 a 19 de Fevereiro de 1886). Afastando-se do Partido Regenerador adere ao Partido Progressista que permite desempenhar outras funções públicas como governador civil, novamente em Beja (1897-1898). Presidiu também a algumas câmaras municipais. Foi eleito deputado em diversas legislaturas desde 1878. Interrompeu durante algum tempo (1885-1896)a sua participação na Câmara dos Deputados. Regressou em 1897, eleito pelo círculo da Ponta do Sol, no Partido Progressista; em 1900 foi eleito pelo círculo de Ferreira do Alentejo e, finalmente, em 1905-1906, foi eleito pelo círculo de Faro. Da sua actividade como deputado salientam-se as suas presenças como elemento integrante das Comissões de Administração Pública, perticipando ainda na Comssão responsável pela reforma eleitoral de 1883. Foi autor de vários projectos de lei ao longo do tempo, mostrando preocupação com a defesa da sua terra natal e na defesa dos problemas dos proprietários de terras. Com o decorrer dos anos vai ganhando algum distanciamento em relação às estruturas partidárias e estabelece aproximações pontuais com algumas figuras mais independentes. Em 1905 acompanha José Maria de Alpoim na cisão com o Partido Progressista e, com outros parlamentares, fundam a Dissidência Progressista. Inicia aí um processo de aproximação ao Partido Republicano e, em 1907, juntamente com João Chagas, inicia um processo conspirativo que visava despoletar a revolução contra a monarquia. Conseguem a adesão de alguns militares da armada e conseguem angariar fundos para adquirir meterial para o fabrico de bombas. Na sua residência realizam-se as reuniões conspirativas e ali se decide marcar a data de 28 de Janeiro para iniciar a revolta. Descoberta a tentativa revolucionária, o Visconde de Ribeira Brava é detido e libertado dias depois do Regicídio (6 de Fevereiro de 1908). A partir daí envolve-se profundamente na conspiração para derrubar a Monarquia. Após a implantação da República filiou-se no Partido Republicano Português, tornando-se um dos amigos próximos de Afonso Costa. Voltou a ser eleito deputado pela Madeira entre 1911 e 1917. Presidiu à Junta Agrícola da Madeira e pertenceu à Junta Geral do Distrito do Funchal, da Junta Autónoma das Obras do Porto do Funchal, da direcção da Santa Casa de Misericórdia do Funchal e foi governador-civil de Lisboa entre 1914-1915.Foi preso durante o sidonismo e acabou assassinado em Lisboa, na denominada "Leva da Morte" em 16 de Outubro de 1918, quando era conduzido com outros detidos para o Governo Civil de Lisboa, onde seria encarcerado.[Foto: Visconde da Ribeira Brava discursando num comício republicano in Arquivo Fotográfico]A.A.B.M.


REGICÍDIO - OS DISSIDENTES (II): VISCONDE DA RIBEIRA BRAVAEm 2 de Abril de 1852, nasceu no Funchal, na então freguesia da Ribeira Brava, Francisco Correia de Herédia que tomará o título supra referido a partir do Decreto de 4 de Maio de 1871. Era filho de António Correia de Herédia e de Ana de Betencourt Herédia.Estudou no Liceu do Funchal, seguindo posteriormente para Lisboa, onde se matriculou no Curso Superior de Letras, em 1877. Em 1882, foi nomeado para integrar a Comissão Central Antifiloxérica do Sul do Reino, onde participou nos trabalhos ali desenvolvidos durante vários anos. Na década de noventa do século XIX, inicia um periódo de viagens por várias partes do mundo. Conhece e trabalha na Argentina e Paris. Em 1895 participa no primeiro Congresso Vinícola, representando o Sindicato Agrícola da Madeira.Em termos políticos adere inicialmente ao Partido Regenerador e desempenha funções como governador civil de Bragança (18 de Dezembro de 1884 a 12 de Março de 1885) e de Beja (12 de Março de 1885 a 19 de Fevereiro de 1886). Afastando-se do Partido Regenerador adere ao Partido Progressista que permite desempenhar outras funções públicas como governador civil, novamente em Beja (1897-1898). Presidiu também a algumas câmaras municipais. Foi eleito deputado em diversas legislaturas desde 1878. Interrompeu durante algum tempo (1885-1896)a sua participação na Câmara dos Deputados. Regressou em 1897, eleito pelo círculo da Ponta do Sol, no Partido Progressista; em 1900 foi eleito pelo círculo de Ferreira do Alentejo e, finalmente, em 1905-1906, foi eleito pelo círculo de Faro. Da sua actividade como deputado salientam-se as suas presenças como elemento integrante das Comissões de Administração Pública, perticipando ainda na Comssão responsável pela reforma eleitoral de 1883. Foi autor de vários projectos de lei ao longo do tempo, mostrando preocupação com a defesa da sua terra natal e na defesa dos problemas dos proprietários de terras. Com o decorrer dos anos vai ganhando algum distanciamento em relação às estruturas partidárias e estabelece aproximações pontuais com algumas figuras mais independentes. Em 1905 acompanha José Maria de Alpoim na cisão com o Partido Progressista e, com outros parlamentares, fundam a Dissidência Progressista. Inicia aí um processo de aproximação ao Partido Republicano e, em 1907, juntamente com João Chagas, inicia um processo conspirativo que visava despoletar a revolução contra a monarquia. Conseguem a adesão de alguns militares da armada e conseguem angariar fundos para adquirir meterial para o fabrico de bombas. Na sua residência realizam-se as reuniões conspirativas e ali se decide marcar a data de 28 de Janeiro para iniciar a revolta. Descoberta a tentativa revolucionária, o Visconde de Ribeira Brava é detido e libertado dias depois do Regicídio (6 de Fevereiro de 1908). A partir daí envolve-se profundamente na conspiração para derrubar a Monarquia. Após a implantação da República filiou-se no Partido Republicano Português, tornando-se um dos amigos próximos de Afonso Costa. Voltou a ser eleito deputado pela Madeira entre 1911 e 1917. Presidiu à Junta Agrícola da Madeira e pertenceu à Junta Geral do Distrito do Funchal, da Junta Autónoma das Obras do Porto do Funchal, da direcção da Santa Casa de Misericórdia do Funchal e foi governador-civil de Lisboa entre 1914-1915.Foi preso durante o sidonismo e acabou assassinado em Lisboa, na denominada "Leva da Morte" em 16 de Outubro de 1918, quando era conduzido com outros detidos para o Governo Civil de Lisboa, onde seria encarcerado.[Foto: Visconde da Ribeira Brava discursando num comício republicano in Arquivo Fotográfico]A.A.B.M.

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