Testes de stress aliviam pressão sobre dívida pública nacional

14-09-2010
marcar artigo

Os resultados positivos alcançados pelos quatro principais bancos portugueses nos testes de resistência europeus parecem estar a convencer os investidores de que a dívida pública nacional não é, afinal, assim tão arriscada. Os juros das obrigações portuguesas estavam ontem em queda, bem como os preços dos seguros contra o risco de incumprimento no pagamento da dívida.

Hoje realiza-se uma nova emissão de Obrigações do Tesouro (OT) de 4 e 13 anos, no valor de 750 a 1250 milhões de euros. Se a tendência de acalmia se mantiver, Portugal poderá conseguir pagar menos juros para ir buscar dinheiro aos mercados do que nas emissões anteriores.

Ontem, os juros das Obrigações do Tesouro a dez anos desceram mais de 30 pontos percentuais, fixando-se em torno dos 5,2 por cento. Em cerca de dois meses e meio, o "preço" que os investidores exigem para comprar dívida portuguesa recuou mais de um ponto percentual, sinalizando que os testes de stress, divulgados na passada sexta-feira, podem estar a ajudar a diminuir os receios do mercado.

Do mesmo modo, a diferença (spread) face às obrigações alemãs, que são a referência para os investidores, está um por cento abaixo da do início de Maio, o que mostra que os mercados já exigem um prémio menor para comprar dívida portuguesa em detrimento da alemã. Os juros das obrigações com maturidades mais reduzidas acompanharam a descida, o mesmo acontecendo com os títulos de outros países periféricos que sofreram na pele a crise da dívida, como a Espanha e a Grécia..

A queda dos juros da dívida portuguesa verificada ontem não é, contudo, tão grande como a que se registou a 10 de Maio, um dia depois de a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional terem chegado a acordo para criar o megafundo europeu de emergência destinado a estabilizar a zona euro. Nessa altura, os "custos" da dívida a dez anos recuaram até ao patamar dos quatro por cento.

Acompanhando a descida dos juros, caiu também o preço dos credit default swaps (CDS), os seguros que protegem contra um eventual incumprimento no pagamento da dívida. Segundo dados da CMA, os CDS a cinco anos associados à dívida portuguesa situavam-se ontem nos 224 pontos-base e estavam entre os que mais caíam na Europa, ficando apenas atrás Itália, Irlanda e Reino Unido.

Os problemas com a dívida soberana podem, contudo, vir a gerar outra mudança além dos altos e baixos dos juros: um reforço das garantias oferecidas aos bancos para colocar derivados de dívida pública.

O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) deve tornar-se um dos primeiros gestores de dívida europeus a passar a apresentar colaterais bilaterais nos derivados (contratos financeiros) sobre dívida pública com os bancos. A notícia foi ontem avançada pela publicação especializada Risk.net e confirmada ao PÚBLICO pelo presidente do IGCP, Alberto Soares.

Até agora, os emissores de dívida obrigavam os bancos a apresentar garantias colaterais sempre que a transacção era a favor do emissor, mas recusavam dar garantias aos compradores na situação inversa. Isto obrigava vários bancos a adquirir CDS. Contudo, os preços desses seguros contra o incumprimento têm disparado, trazendo custos acrescidos aos bancos.

Estes acordos bilaterais permitiram, assim, diminuir o recurso aos CDS, ao ofereceram garantias aos bancos que estes podem utilizar em caso de perdas nas transacções que envolvem dívida portuguesa.

Os resultados positivos alcançados pelos quatro principais bancos portugueses nos testes de resistência europeus parecem estar a convencer os investidores de que a dívida pública nacional não é, afinal, assim tão arriscada. Os juros das obrigações portuguesas estavam ontem em queda, bem como os preços dos seguros contra o risco de incumprimento no pagamento da dívida.

Hoje realiza-se uma nova emissão de Obrigações do Tesouro (OT) de 4 e 13 anos, no valor de 750 a 1250 milhões de euros. Se a tendência de acalmia se mantiver, Portugal poderá conseguir pagar menos juros para ir buscar dinheiro aos mercados do que nas emissões anteriores.

Ontem, os juros das Obrigações do Tesouro a dez anos desceram mais de 30 pontos percentuais, fixando-se em torno dos 5,2 por cento. Em cerca de dois meses e meio, o "preço" que os investidores exigem para comprar dívida portuguesa recuou mais de um ponto percentual, sinalizando que os testes de stress, divulgados na passada sexta-feira, podem estar a ajudar a diminuir os receios do mercado.

Do mesmo modo, a diferença (spread) face às obrigações alemãs, que são a referência para os investidores, está um por cento abaixo da do início de Maio, o que mostra que os mercados já exigem um prémio menor para comprar dívida portuguesa em detrimento da alemã. Os juros das obrigações com maturidades mais reduzidas acompanharam a descida, o mesmo acontecendo com os títulos de outros países periféricos que sofreram na pele a crise da dívida, como a Espanha e a Grécia..

A queda dos juros da dívida portuguesa verificada ontem não é, contudo, tão grande como a que se registou a 10 de Maio, um dia depois de a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional terem chegado a acordo para criar o megafundo europeu de emergência destinado a estabilizar a zona euro. Nessa altura, os "custos" da dívida a dez anos recuaram até ao patamar dos quatro por cento.

Acompanhando a descida dos juros, caiu também o preço dos credit default swaps (CDS), os seguros que protegem contra um eventual incumprimento no pagamento da dívida. Segundo dados da CMA, os CDS a cinco anos associados à dívida portuguesa situavam-se ontem nos 224 pontos-base e estavam entre os que mais caíam na Europa, ficando apenas atrás Itália, Irlanda e Reino Unido.

Os problemas com a dívida soberana podem, contudo, vir a gerar outra mudança além dos altos e baixos dos juros: um reforço das garantias oferecidas aos bancos para colocar derivados de dívida pública.

O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) deve tornar-se um dos primeiros gestores de dívida europeus a passar a apresentar colaterais bilaterais nos derivados (contratos financeiros) sobre dívida pública com os bancos. A notícia foi ontem avançada pela publicação especializada Risk.net e confirmada ao PÚBLICO pelo presidente do IGCP, Alberto Soares.

Até agora, os emissores de dívida obrigavam os bancos a apresentar garantias colaterais sempre que a transacção era a favor do emissor, mas recusavam dar garantias aos compradores na situação inversa. Isto obrigava vários bancos a adquirir CDS. Contudo, os preços desses seguros contra o incumprimento têm disparado, trazendo custos acrescidos aos bancos.

Estes acordos bilaterais permitiram, assim, diminuir o recurso aos CDS, ao ofereceram garantias aos bancos que estes podem utilizar em caso de perdas nas transacções que envolvem dívida portuguesa.

marcar artigo