Grécia provocou pânico nos mercados semelhante ao da falência do Lehman Brothers

14-09-2010
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“O pânico que se tem vivido nos últimos dias nas bolsas por causa da Grécia é semelhante ao da altura da falência do Lehman Brothers [em 2008]”, afirmou à agência Lusa Eric McLaughlin, especialista sénior de produtos do BPN Paribas Investment Partners, numa entrevista em Lisboa.

O norte-americano considerou que “poderá ter sido um erro deixar cair o Lehman Brothers e, se a União Europeia (UE) deixasse a Grécia sozinha, o mais certo é que depois as pessoas olhassem para trás como um erro”, explicando que “às vezes há efeitos injustos e/ou colaterais, seja numa empresa, ou num país”.

Para ilustrar, o responsável que gere cinco mil milhões de dólares (3,8 mil milhões de euros) em fundos de acções norte americanas, apontou para o caso do Goldman Sachs: “Ainda na semana passada as acusações das autoridades que recaíram sobre a Goldman SachS arrastaram os grandes bancos para perdas em bolsa na ordem de cinco por cento.”

Evitar “males maiores”

Segundo Eric McLaughlin, no caso grego, “é preferível ajudar para evitar males maiores”, dizendo acreditar que “a Europa vai ajudar a Grécia de forma significativa e com rapidez para estabilizar a situação, porque a alternativa é muito pior”.

Para o especialista, “a possível entrada da Grécia em incumprimento com as suas obrigações contagiou outros países, mas, assim que isso passe, as bolsas podem recuperar”. E sublinhou que, na sua opinião, neste momento, “a história de investimento portuguesa é melhor do que a grega”.

“Os danos colaterais vão desaparecer progressivamente. Os mercados português, espanhol e grego podem recuperar porque estão a ser 'sold off' [venda repentina que provoca fortes desvalorizações] pelo cenário quase catastrófico da falência de um país da zona euro [o Grécia]”, antecipou.

“O problema é quando os investidores não olham para as especificidades. Caso a UE não ajude a Grécia, o resultado pode sair muito caro. A UE tem que dar apoio e liquidez”, explicou, frisando que “a Grécia tem problemas de défice e, neste momento, por causa da percepção de risco, não consegue financiamento sozinha”.

Nos últimos dias, várias personalidades da vida política e empresarial portuguesa têm referido que Portugal está sob ataque dos especuladores, mas Eric McLaughlin, quando confrontado com a questão, diz ter algumas dúvidas.

“Não sei se são especuladores ou investidores a fugirem ao risco”, atirou, dizendo que, “nos media norte-americanos, a grande questão do momento é saber ‘quem é que se segue’ à Grécia. E não começou ontem, começou há semanas. Se a Grécia está nesta situação, quem se seguirá?”

Lusa

“O pânico que se tem vivido nos últimos dias nas bolsas por causa da Grécia é semelhante ao da altura da falência do Lehman Brothers [em 2008]”, afirmou à agência Lusa Eric McLaughlin, especialista sénior de produtos do BPN Paribas Investment Partners, numa entrevista em Lisboa.

O norte-americano considerou que “poderá ter sido um erro deixar cair o Lehman Brothers e, se a União Europeia (UE) deixasse a Grécia sozinha, o mais certo é que depois as pessoas olhassem para trás como um erro”, explicando que “às vezes há efeitos injustos e/ou colaterais, seja numa empresa, ou num país”.

Para ilustrar, o responsável que gere cinco mil milhões de dólares (3,8 mil milhões de euros) em fundos de acções norte americanas, apontou para o caso do Goldman Sachs: “Ainda na semana passada as acusações das autoridades que recaíram sobre a Goldman SachS arrastaram os grandes bancos para perdas em bolsa na ordem de cinco por cento.”

Evitar “males maiores”

Segundo Eric McLaughlin, no caso grego, “é preferível ajudar para evitar males maiores”, dizendo acreditar que “a Europa vai ajudar a Grécia de forma significativa e com rapidez para estabilizar a situação, porque a alternativa é muito pior”.

Para o especialista, “a possível entrada da Grécia em incumprimento com as suas obrigações contagiou outros países, mas, assim que isso passe, as bolsas podem recuperar”. E sublinhou que, na sua opinião, neste momento, “a história de investimento portuguesa é melhor do que a grega”.

“Os danos colaterais vão desaparecer progressivamente. Os mercados português, espanhol e grego podem recuperar porque estão a ser 'sold off' [venda repentina que provoca fortes desvalorizações] pelo cenário quase catastrófico da falência de um país da zona euro [o Grécia]”, antecipou.

“O problema é quando os investidores não olham para as especificidades. Caso a UE não ajude a Grécia, o resultado pode sair muito caro. A UE tem que dar apoio e liquidez”, explicou, frisando que “a Grécia tem problemas de défice e, neste momento, por causa da percepção de risco, não consegue financiamento sozinha”.

Nos últimos dias, várias personalidades da vida política e empresarial portuguesa têm referido que Portugal está sob ataque dos especuladores, mas Eric McLaughlin, quando confrontado com a questão, diz ter algumas dúvidas.

“Não sei se são especuladores ou investidores a fugirem ao risco”, atirou, dizendo que, “nos media norte-americanos, a grande questão do momento é saber ‘quem é que se segue’ à Grécia. E não começou ontem, começou há semanas. Se a Grécia está nesta situação, quem se seguirá?”

Lusa

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