Almanaque Republicano

18-12-2009
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A OFFICINA. SEMANÁRIO DA CLASSE OPERÁRIAO Partido Socialista nasce a 10 de Janeiro de 1875, através de José Fontana [aliás Giuseppe Silo Domenico Fontana, nascido na Suiça em 1840, tendo-se fixado em Portugal (1865), onde morre em 1876]. Este antigo funcionário da Livraria Bertrand, depois sócio-gerente, participa nas Conferências do Casino, fez parte do Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas, foi membro da AIT, funda a Associação Fraternidade Operária [n. 14 de Janeiro de 1872], colabora em inúmeros periódicos ["Pensamento Social", "Federação", "Protesto"] e, indirectamente, intervém na disputa travada no famoso Congresso de Haia de 1872 [via Paul Lafargue, genro de K. Marx, que antes esteve em Portugal a capitalizar apoios] entre a corrente em torno de Karl Marx e o grupo representado por Miguel Bakunine (que é expulso do Congresso). Curiosamente foi maçon [cf. Borges Grainha, Historia da Franco-Maçonaria em Portugal, 1913, onde é dito que a Loja a que Fontana era obreiro se situava "atrás do Teatro de D. Maria" e cujo "venerável era Silveira da Mota"]. Possivelmente (?) foi iniciado na Loja "Futuro" [o venerável era Silveira da Mota, n.s. Paulo], loja que apoia a cisão que dá origem à Confederação Maçónica Progressista de Portugal. Os estatutos do jovem Partido Socialista foram "elaborados por Nobre França" [cf. César Oliveira, O Socialismo em Portugal. 1850-1900, Afrontamento, 1973, p. 154]. Fizeram parte da sua direcção, além de José Fontana e Nobre França, Antero de Quental, Azedo Gneco e Tedeschi. De notar que o Centro Operário de Coimbra é fundado a 20 de Outubro de 1881 e a Federação Socialista do Centro, com sede em Coimbra, em 1885. A Officina. Semanário da Classe Operária [nº1 (1 de Janeiro 1883) a nº ? (1 de Fevereiro de 1891)]. Editado por António Augusto dos Santos; direcção de Pedro Cardoso; colaborador, Heliodoro Salgado. Era o órgão do Centro Socialista de Coimbra. Foi suspenso pelas autoridades [cf. Victor de Sá, Roteiro da Imprensa Operária e Sindical, p. 71], passando a ser (após a Revolta do 31 de Janeiro de 1891) um periódico republicano, com o título "Alarme" [nº1, 4 de Junho de 1891; adm. António Augusto dos Santos; ed. Pedro Cardoso; 70 ns]. J.M.M.


A OFFICINA. SEMANÁRIO DA CLASSE OPERÁRIAO Partido Socialista nasce a 10 de Janeiro de 1875, através de José Fontana [aliás Giuseppe Silo Domenico Fontana, nascido na Suiça em 1840, tendo-se fixado em Portugal (1865), onde morre em 1876]. Este antigo funcionário da Livraria Bertrand, depois sócio-gerente, participa nas Conferências do Casino, fez parte do Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas, foi membro da AIT, funda a Associação Fraternidade Operária [n. 14 de Janeiro de 1872], colabora em inúmeros periódicos ["Pensamento Social", "Federação", "Protesto"] e, indirectamente, intervém na disputa travada no famoso Congresso de Haia de 1872 [via Paul Lafargue, genro de K. Marx, que antes esteve em Portugal a capitalizar apoios] entre a corrente em torno de Karl Marx e o grupo representado por Miguel Bakunine (que é expulso do Congresso). Curiosamente foi maçon [cf. Borges Grainha, Historia da Franco-Maçonaria em Portugal, 1913, onde é dito que a Loja a que Fontana era obreiro se situava "atrás do Teatro de D. Maria" e cujo "venerável era Silveira da Mota"]. Possivelmente (?) foi iniciado na Loja "Futuro" [o venerável era Silveira da Mota, n.s. Paulo], loja que apoia a cisão que dá origem à Confederação Maçónica Progressista de Portugal. Os estatutos do jovem Partido Socialista foram "elaborados por Nobre França" [cf. César Oliveira, O Socialismo em Portugal. 1850-1900, Afrontamento, 1973, p. 154]. Fizeram parte da sua direcção, além de José Fontana e Nobre França, Antero de Quental, Azedo Gneco e Tedeschi. De notar que o Centro Operário de Coimbra é fundado a 20 de Outubro de 1881 e a Federação Socialista do Centro, com sede em Coimbra, em 1885. A Officina. Semanário da Classe Operária [nº1 (1 de Janeiro 1883) a nº ? (1 de Fevereiro de 1891)]. Editado por António Augusto dos Santos; direcção de Pedro Cardoso; colaborador, Heliodoro Salgado. Era o órgão do Centro Socialista de Coimbra. Foi suspenso pelas autoridades [cf. Victor de Sá, Roteiro da Imprensa Operária e Sindical, p. 71], passando a ser (após a Revolta do 31 de Janeiro de 1891) um periódico republicano, com o título "Alarme" [nº1, 4 de Junho de 1891; adm. António Augusto dos Santos; ed. Pedro Cardoso; 70 ns]. J.M.M.

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