último reduto: Ainda (e sempre!) o Alcázar de Toledo

23-01-2011
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Com especial prazer vos digo que pelo caminho que a coisa leva, os verdadeiros "estudos sobre a guerra civil de Espanha" ainda acabam por ser feitos entre este humilde espaço e o excelente Católico e de Direita, já que os outros se limitam a dizer que o Franco se chamava Francisco, informação que há não muito tempo deitou por terra o Manuel Azinhal. Confesso que desconhecia em absoluto o texto de Gustavo Corção sobre a heróica epopeia da defesa do Alcázar de Toledo divulgado pelo Josephuscarolus. Atendendo a que palavra puxa palavra e dado que o saber não ocupa lugar, o texto citado sugere-me que toque em três pontos:Desde logo, a fotografia altaneira: se o Católico e de Direita apresenta uma imagem magistral do edifício em toda a sua grandeza, eu permito-me deixar aqui a imagem dos ataques das forças republicanas às pessoas que se encontravam dentro do edifício. Ora atentem nas visíveis diferenças.Para quem quiser aprofundar o conhecimento através da imagem, aconselha-se a visita a este site da Universidad de Castilla-La Mancha (atenção que não é nenhuma sinistra instituição facciosa, pelo menos que eu saiba) onde se podem ver muitos outros exemplares dos atentados.Um segundo aspecto que me chamou a atenção no texto de Josephuscarolus foi a questão cinematográfica. A aventura da defesa do Alcázar de Toledo, não tendo de facto chegado a Hollywood - graças a Deus - conseguiu ainda assim chegar às salas de cinema. Trata-se de uma produção espanhola com ajuda italiana, de 119 minutos, datada de 1940 e realizada por Augusto Genina. A fita foi baptizada de .Sin Novedad en el Alcazar.. Creio que a última vez que foi exibida em Portugal terá sido no início dos anos 80, no velho cinema Nimas da avenida 5 de Outubro, por ocasião de uma visita a Portugal de Blas Piñar e nessa exibição terá está envolvido o saudoso António Lopes Ribeiro; é informação que tenho de ciência certa já que o meu santo pai foi um dos promotores da iniciativa. Ainda a propósito do filme, que tem como protagonistas principais Fosco Giachetti, Mireille Bain, Maria Denis e Andrea Checchi, pode dizer-se com alguma segurança que não é especialmente difícil de encontrar à venda em Espanha, em diversas edições VHS (eventualmente também em DVD.) que foram editadas ao longo dos tempos. Aqui ficam duas portadas de algumas dessas edições:Por fim, a célebre conversa entre o chefe republicano (CR), o Coronel Moscardó (CM) e o filho deste último (LM). Não existe, tanto quanto sei, nenhuma reprodução do diálogo que se possa considerar categoricamente como sendo "a" verdadeira. Existe, em todo o caso, uma versão tendencialmente aceite como a mais aproximada da realidade, tanto por historiadores como por simples estudiosos interessados, fazendo fé nos relatos dos resistentes e da documentação militar existente. Esta versão, que a seguir transcrevo por ser ligeiramente diferente daquela citada por Gustavo Corção, reproduz então o telefonema recebido pelo Coronel Moscardó, no seu gabinete, às 10 horas da manhã do dia 23 de Julho:CR - El Coronel Moscardó?CM - Al aparato! Que desea?CR - Soy el jefe de las milicias socialistas. Son ustedes los responsables de las matanzas y crímenes que están ocurriendo. Tengo la ciudad en mi poder y si dentro de diez minutos no se ha rendido usted, mandaré fusilar a su hijo Luis, al que he detenido. Y para que vea que es así, él mismo le hablará. A ver: que venga Moscardó!LM - Papá! Como estas?CM - Bien, hijo mio. Que te ocurre?LM - Nada de particular. Que dicen que me van a fusilar si el Alcázar no se rinde; pero no te preocupes por mi.CM - Mira, hijo mio; si es cierto que te van a fusilar, encomienda tu alma a Dios, da un Viva Cristo Rey! Y otro Viva España! Y muere como un héroe. Adios, hijo mio; un beso muy fuerte.LM - Adiós, papá; un beso muy fuerte.CM - Puede ahorrarse el plazo que me ha dado, puesto que el Alcázar no se rendirá jamás!Era, como se vê pela pequena amostra, bastante simpática esta malta da esquerda libertadora.Uma coisa é certa: se eu e o Josephuscarolus nos apresentássemos a prova de mestrado ou doutoramento em História Contemporânea na escolinha do Prof. Fernando Rosas, não só ninguém nos publicava a tese, como estávamos condenados a um chumbo redondo.

Com especial prazer vos digo que pelo caminho que a coisa leva, os verdadeiros "estudos sobre a guerra civil de Espanha" ainda acabam por ser feitos entre este humilde espaço e o excelente Católico e de Direita, já que os outros se limitam a dizer que o Franco se chamava Francisco, informação que há não muito tempo deitou por terra o Manuel Azinhal. Confesso que desconhecia em absoluto o texto de Gustavo Corção sobre a heróica epopeia da defesa do Alcázar de Toledo divulgado pelo Josephuscarolus. Atendendo a que palavra puxa palavra e dado que o saber não ocupa lugar, o texto citado sugere-me que toque em três pontos:Desde logo, a fotografia altaneira: se o Católico e de Direita apresenta uma imagem magistral do edifício em toda a sua grandeza, eu permito-me deixar aqui a imagem dos ataques das forças republicanas às pessoas que se encontravam dentro do edifício. Ora atentem nas visíveis diferenças.Para quem quiser aprofundar o conhecimento através da imagem, aconselha-se a visita a este site da Universidad de Castilla-La Mancha (atenção que não é nenhuma sinistra instituição facciosa, pelo menos que eu saiba) onde se podem ver muitos outros exemplares dos atentados.Um segundo aspecto que me chamou a atenção no texto de Josephuscarolus foi a questão cinematográfica. A aventura da defesa do Alcázar de Toledo, não tendo de facto chegado a Hollywood - graças a Deus - conseguiu ainda assim chegar às salas de cinema. Trata-se de uma produção espanhola com ajuda italiana, de 119 minutos, datada de 1940 e realizada por Augusto Genina. A fita foi baptizada de .Sin Novedad en el Alcazar.. Creio que a última vez que foi exibida em Portugal terá sido no início dos anos 80, no velho cinema Nimas da avenida 5 de Outubro, por ocasião de uma visita a Portugal de Blas Piñar e nessa exibição terá está envolvido o saudoso António Lopes Ribeiro; é informação que tenho de ciência certa já que o meu santo pai foi um dos promotores da iniciativa. Ainda a propósito do filme, que tem como protagonistas principais Fosco Giachetti, Mireille Bain, Maria Denis e Andrea Checchi, pode dizer-se com alguma segurança que não é especialmente difícil de encontrar à venda em Espanha, em diversas edições VHS (eventualmente também em DVD.) que foram editadas ao longo dos tempos. Aqui ficam duas portadas de algumas dessas edições:Por fim, a célebre conversa entre o chefe republicano (CR), o Coronel Moscardó (CM) e o filho deste último (LM). Não existe, tanto quanto sei, nenhuma reprodução do diálogo que se possa considerar categoricamente como sendo "a" verdadeira. Existe, em todo o caso, uma versão tendencialmente aceite como a mais aproximada da realidade, tanto por historiadores como por simples estudiosos interessados, fazendo fé nos relatos dos resistentes e da documentação militar existente. Esta versão, que a seguir transcrevo por ser ligeiramente diferente daquela citada por Gustavo Corção, reproduz então o telefonema recebido pelo Coronel Moscardó, no seu gabinete, às 10 horas da manhã do dia 23 de Julho:CR - El Coronel Moscardó?CM - Al aparato! Que desea?CR - Soy el jefe de las milicias socialistas. Son ustedes los responsables de las matanzas y crímenes que están ocurriendo. Tengo la ciudad en mi poder y si dentro de diez minutos no se ha rendido usted, mandaré fusilar a su hijo Luis, al que he detenido. Y para que vea que es así, él mismo le hablará. A ver: que venga Moscardó!LM - Papá! Como estas?CM - Bien, hijo mio. Que te ocurre?LM - Nada de particular. Que dicen que me van a fusilar si el Alcázar no se rinde; pero no te preocupes por mi.CM - Mira, hijo mio; si es cierto que te van a fusilar, encomienda tu alma a Dios, da un Viva Cristo Rey! Y otro Viva España! Y muere como un héroe. Adios, hijo mio; un beso muy fuerte.LM - Adiós, papá; un beso muy fuerte.CM - Puede ahorrarse el plazo que me ha dado, puesto que el Alcázar no se rendirá jamás!Era, como se vê pela pequena amostra, bastante simpática esta malta da esquerda libertadora.Uma coisa é certa: se eu e o Josephuscarolus nos apresentássemos a prova de mestrado ou doutoramento em História Contemporânea na escolinha do Prof. Fernando Rosas, não só ninguém nos publicava a tese, como estávamos condenados a um chumbo redondo.

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