NOVA FRENTE

22-12-2009
marcar artigo

Intimado pelo Dragão , que me prescreveu "Trabalho Para Casa", tenho que responder à porcaria de uma "chain letter" de sete questões, uma dessas que por aí infestam o universo internético. É uma espécie de «questionário de Proust», autor muito estimado na blogosfera — sobretudo por quantos gostam de se "proustituir". Aqui vai:

1 - Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

Nenhum, olha a porra…! Ia acabar por ser queimado vivo à conta da imaginação incendiária do sr. Bradbury!

2 - Já alguma vez ficaste apanhado por um personagem de ficção?

3 - Qual foi o último livro que compraste? Posso confessar que os meus heróis de ficção favoritos são o Rei Artur, D. Quixote, Gonçalo Ramires, Tom Sawyer, Tintin, e o René e a Florence de «Como o Tempo Passa», personagens de Brasillach. Uma escolha heterogénea, como se vê... E entre as mulheres, para além da citada, elejo a fidelíssima Penélope e a filha de Édipo, de seu nome Antígona (eu também sei o meu Sófocles, ó Dragão !)

«Momentos de Paixão», um livro que une a poesia sublime de Rainer Maria Rilke às ilustrações eróticas de Auguste Rodin.

4 - Qual o último que leste?

Acabei há dois dias a «Breve História do Fascismo», de Renzo de Felice. Uma edição da Casa das Letras em colecção dirigida pelo inefável Fernando Rosas, cronista-mor do regime. A tradução é de uma senhora que deve de ter aprendido italiano durante umas férias em Roma, como a Audrey Hepburn, se é que alguma vez lá foi! Assim de memória, sem ter o desprazer de reler o livrinho: em vez de indícios, escreve sempre indicativos — "havia seguros indicativos de que…"; e outras asneiras de igual quilate: "quantitativa e qualificativamente...", por exemplo. Um desastre.

5 - Que livros estás a ler?

«The Strange Death of Tory England», de Geoffrey Wheatcroft, um estudo interessantíssimo que explica a crise dos conservadores britânicos por estes terem perdido a batalha cultural para a esquerda, tese gramsciana a que sou muito atreito; e o último do Saramago, «Don Giovanni ou O dissoluto absolvido», uma intragável peça de teatro, género que o autor não abastardava desde o inominável «In Nomine Dei». Sem rasgo dramatúrgico, segue caninamente o libreto de Lorenzo da Ponte para a ópera de Mozart, piorando-o.

6 - Que 5 livros levarias para uma ilha deserta?

Já escrevi em tempos um postal sobre este tema. Escolhi na altura dez livros: «Petits Miroirs de la Mer», de Abel Bonnard; «Morte em Veneza», de Thomas Mann; «Mau Tempo no Canal», de Vitorino Nemésio; «O Velho e o Mar», de Hemingway; «A Pérola», de John Steinbeck; «O Marinheiro que perdeu as Graças do Mar», de Yukio Mishima; «A Ilha dos Demónios», de Dinah Silveira de Queiroz; «O Volga nasce na Europa», de Curzio Malaparte; «Viagem ao Fim da Noite», de Céline; e «Uma Esplanada sobre o Mar», de Vergílio Ferreira.

Avisei então que não se tratava dos meus dez livros favoritos, mas apenas daqueles — de entre os que gosto — que levaria para a ilha deserta. Uma literatura de água e sal, enfim. Agora, é só escolher cinco deles — ao calhas, como dizem os rapazolas de hoje.

Intimado pelo Dragão , que me prescreveu "Trabalho Para Casa", tenho que responder à porcaria de uma "chain letter" de sete questões, uma dessas que por aí infestam o universo internético. É uma espécie de «questionário de Proust», autor muito estimado na blogosfera — sobretudo por quantos gostam de se "proustituir". Aqui vai:

1 - Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

Nenhum, olha a porra…! Ia acabar por ser queimado vivo à conta da imaginação incendiária do sr. Bradbury!

2 - Já alguma vez ficaste apanhado por um personagem de ficção?

3 - Qual foi o último livro que compraste? Posso confessar que os meus heróis de ficção favoritos são o Rei Artur, D. Quixote, Gonçalo Ramires, Tom Sawyer, Tintin, e o René e a Florence de «Como o Tempo Passa», personagens de Brasillach. Uma escolha heterogénea, como se vê... E entre as mulheres, para além da citada, elejo a fidelíssima Penélope e a filha de Édipo, de seu nome Antígona (eu também sei o meu Sófocles, ó Dragão !)

«Momentos de Paixão», um livro que une a poesia sublime de Rainer Maria Rilke às ilustrações eróticas de Auguste Rodin.

4 - Qual o último que leste?

Acabei há dois dias a «Breve História do Fascismo», de Renzo de Felice. Uma edição da Casa das Letras em colecção dirigida pelo inefável Fernando Rosas, cronista-mor do regime. A tradução é de uma senhora que deve de ter aprendido italiano durante umas férias em Roma, como a Audrey Hepburn, se é que alguma vez lá foi! Assim de memória, sem ter o desprazer de reler o livrinho: em vez de indícios, escreve sempre indicativos — "havia seguros indicativos de que…"; e outras asneiras de igual quilate: "quantitativa e qualificativamente...", por exemplo. Um desastre.

5 - Que livros estás a ler?

«The Strange Death of Tory England», de Geoffrey Wheatcroft, um estudo interessantíssimo que explica a crise dos conservadores britânicos por estes terem perdido a batalha cultural para a esquerda, tese gramsciana a que sou muito atreito; e o último do Saramago, «Don Giovanni ou O dissoluto absolvido», uma intragável peça de teatro, género que o autor não abastardava desde o inominável «In Nomine Dei». Sem rasgo dramatúrgico, segue caninamente o libreto de Lorenzo da Ponte para a ópera de Mozart, piorando-o.

6 - Que 5 livros levarias para uma ilha deserta?

Já escrevi em tempos um postal sobre este tema. Escolhi na altura dez livros: «Petits Miroirs de la Mer», de Abel Bonnard; «Morte em Veneza», de Thomas Mann; «Mau Tempo no Canal», de Vitorino Nemésio; «O Velho e o Mar», de Hemingway; «A Pérola», de John Steinbeck; «O Marinheiro que perdeu as Graças do Mar», de Yukio Mishima; «A Ilha dos Demónios», de Dinah Silveira de Queiroz; «O Volga nasce na Europa», de Curzio Malaparte; «Viagem ao Fim da Noite», de Céline; e «Uma Esplanada sobre o Mar», de Vergílio Ferreira.

Avisei então que não se tratava dos meus dez livros favoritos, mas apenas daqueles — de entre os que gosto — que levaria para a ilha deserta. Uma literatura de água e sal, enfim. Agora, é só escolher cinco deles — ao calhas, como dizem os rapazolas de hoje.

marcar artigo