fuga para a vitória: À esquerda ganhou a resistência

21-01-2011
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Ontem o PS caiu em si e percebeu que nunca houve nenhuma onda rosa. Saiu-lhe pela culatra a estratégia de concorrer sozinho nas maiores cidades. Para esta falta de tacto também contribuiu o modo como subavaliou o peso autárquico do PCP. Depois de nas últimas legislativas ter obtido um resultado estrondoso em Lisboa, o PS esvazia-se na capital e apenas consegue pouco mais que dobrar os votos da CDU. Os comunistas jogaram forte e feio nestas eleições. Na óptica de um partido que vem perdendo terreno eleição após eleição, a estratégia tinha de se pautar por uma demarcação dura em relação ao partido e ao governo socialista. E foi bem sucedida, não só porque ganhou fôlego, como conquistou um valioso espaço de manobra para próximas negociações eleitorais. Alguma vez alguém imaginaria que em 2005 o PCP fosse o partido com maior número de Câmaras na Área Metropolitana de Lisboa? O peso efectivo e simbólico dos comunistas reforçou-se à custa da incapacidade do Bloco em se afirmar como um partido com chão. Aliás, não deixou de ser sintomático assistir-se ontem, no programa debate da nação, à competição desenfreada entre Fernando Rosas e Pires de Lima pelo quarto lugar. De facto, em termos autárquicos o CDS e o Bloco jogam noutra divisão. São partidos sem implantação e meramente parlamentares. Por isso, a sua visibilidade continuará a passar pelo mediatismo. E essa ainda é a arte de Louçã, pelo menos por enquanto. Tal como era a arte de Paulo Portas que, por sua vez, será uma sombra cada vez mais presente no percurso de Ribeiro e Castro.

Ontem o PS caiu em si e percebeu que nunca houve nenhuma onda rosa. Saiu-lhe pela culatra a estratégia de concorrer sozinho nas maiores cidades. Para esta falta de tacto também contribuiu o modo como subavaliou o peso autárquico do PCP. Depois de nas últimas legislativas ter obtido um resultado estrondoso em Lisboa, o PS esvazia-se na capital e apenas consegue pouco mais que dobrar os votos da CDU. Os comunistas jogaram forte e feio nestas eleições. Na óptica de um partido que vem perdendo terreno eleição após eleição, a estratégia tinha de se pautar por uma demarcação dura em relação ao partido e ao governo socialista. E foi bem sucedida, não só porque ganhou fôlego, como conquistou um valioso espaço de manobra para próximas negociações eleitorais. Alguma vez alguém imaginaria que em 2005 o PCP fosse o partido com maior número de Câmaras na Área Metropolitana de Lisboa? O peso efectivo e simbólico dos comunistas reforçou-se à custa da incapacidade do Bloco em se afirmar como um partido com chão. Aliás, não deixou de ser sintomático assistir-se ontem, no programa debate da nação, à competição desenfreada entre Fernando Rosas e Pires de Lima pelo quarto lugar. De facto, em termos autárquicos o CDS e o Bloco jogam noutra divisão. São partidos sem implantação e meramente parlamentares. Por isso, a sua visibilidade continuará a passar pelo mediatismo. E essa ainda é a arte de Louçã, pelo menos por enquanto. Tal como era a arte de Paulo Portas que, por sua vez, será uma sombra cada vez mais presente no percurso de Ribeiro e Castro.

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