Ultimato aos Pandur chegou tarde de mais, diz oposição

08-08-2010
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PSD, BE e PCP lembram que já defendiam medida "há muito tempo". CDS não quis pronunciar-se

O problema não está na denúncia do contrato, verbalizada ontem pelo secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello. A questão está no tempo que o Governo levou a avançar com o ultimato à empresa fabricante dos blindados Pandur. Ainda que reconheçam ser a solução inevitável para uma novela que se arrasta há demasiado tempo, os partidos da oposição reagiram à possibilidade de rompimento por causa do atraso nas entrega dos blindados - noticiada ontem pelo jornal i - com críticas ao Ministério da Defesa.

O PSD foi o partido que se mostrou mais duro em relação ao comportamento do Governo. "Esta decisão do Governo é tardia e demonstra uma negligência quase grosseira nesta matéria", afirma o deputado Luís Campos Ferreira. "E não foi por falta de aviso", disse o deputado, lembrando que já tinha alertado o ministro Augusto Santos Silva nas reuniões da comissão parlamentar de Defesa Nacional. Há "três anos e meio" que o Estado sabia dos problemas, com os atrasos a arrastarem-se desde então, sublinha. Para o BE, a atitude tomada pelo executivo já podia ter sido tomada no "primeiro não cumprimento do contrato". Também Fernando Rosas assegura ter defendido a denúncia perante o ministro da Defesa. Considerando o caso dos Pandur como "particularmente escandaloso", tendo em conta a quantidade de problemas que foram surgindo, Rosas afirma ser de "lamentar que este rigor tenha chegado tão tardiamente".

Também o PCP considera que o Governo "deveria ter forçado a clarificação do cumprimento do contrato ou então verificado o seu incumprimento" há mais tempo. Rui Fernandes, dirigente daquele partido, lembra que "há muito tempo que vínhamos alertando para este problema, colocando a possibilidade de o Estado português ter uma atitude mais activa na defesa dos seus interesses". O CDS - cujo líder, Paulo Portas, era ministro da Defesa à altura do primeiro contrato - foi único partido da oposição que não comentou o ultimato.

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Foi o jornal i que avançou com a possibilidade de o Estado romper o contrato de 364 milhões de euros para fornecimento e manutenção dos 260 blindados, tendo sido enviada uma carta "em forma de ultimato" à empresa austríaca. Portugal havia acertado o prorrogamento do contrato por mais um ano depois de se terem tornado óbvios os atrasos e defeitos no equipamento entregue.

O secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello, reagiu à notícia lembrando os "incumprimentos" do fabricante. "A relação contratual com a Styer tem sido marcada por alguns incumprimentos por parte do fornecedor. O Estado português, na defesa dos interesses do país, usará todas as prerrogativas, quer contratuais, quer legais, para chegar a um objectivo, que é a defesa dos interesses nacionais", afirmou.

Antes desta declaração, já o sócio-gerente da empresa que monta os blindados em Portugal reconhecia a sua estranheza pelo tom da carta. E assumiu ser impossível cumprir o que é exigido pelo Estado português na carta. Mas, nas suas declarações, dá a entender não acreditar na ameaça. "Se querem romper o contrato, assumam-no e rompam o contrato", começou por desafiar, para depois dar a estocada final: "Mas isso não defende os interesses dos 200 trabalhadores da fábrica."

PSD, BE e PCP lembram que já defendiam medida "há muito tempo". CDS não quis pronunciar-se

O problema não está na denúncia do contrato, verbalizada ontem pelo secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello. A questão está no tempo que o Governo levou a avançar com o ultimato à empresa fabricante dos blindados Pandur. Ainda que reconheçam ser a solução inevitável para uma novela que se arrasta há demasiado tempo, os partidos da oposição reagiram à possibilidade de rompimento por causa do atraso nas entrega dos blindados - noticiada ontem pelo jornal i - com críticas ao Ministério da Defesa.

O PSD foi o partido que se mostrou mais duro em relação ao comportamento do Governo. "Esta decisão do Governo é tardia e demonstra uma negligência quase grosseira nesta matéria", afirma o deputado Luís Campos Ferreira. "E não foi por falta de aviso", disse o deputado, lembrando que já tinha alertado o ministro Augusto Santos Silva nas reuniões da comissão parlamentar de Defesa Nacional. Há "três anos e meio" que o Estado sabia dos problemas, com os atrasos a arrastarem-se desde então, sublinha. Para o BE, a atitude tomada pelo executivo já podia ter sido tomada no "primeiro não cumprimento do contrato". Também Fernando Rosas assegura ter defendido a denúncia perante o ministro da Defesa. Considerando o caso dos Pandur como "particularmente escandaloso", tendo em conta a quantidade de problemas que foram surgindo, Rosas afirma ser de "lamentar que este rigor tenha chegado tão tardiamente".

Também o PCP considera que o Governo "deveria ter forçado a clarificação do cumprimento do contrato ou então verificado o seu incumprimento" há mais tempo. Rui Fernandes, dirigente daquele partido, lembra que "há muito tempo que vínhamos alertando para este problema, colocando a possibilidade de o Estado português ter uma atitude mais activa na defesa dos seus interesses". O CDS - cujo líder, Paulo Portas, era ministro da Defesa à altura do primeiro contrato - foi único partido da oposição que não comentou o ultimato.

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Foi o jornal i que avançou com a possibilidade de o Estado romper o contrato de 364 milhões de euros para fornecimento e manutenção dos 260 blindados, tendo sido enviada uma carta "em forma de ultimato" à empresa austríaca. Portugal havia acertado o prorrogamento do contrato por mais um ano depois de se terem tornado óbvios os atrasos e defeitos no equipamento entregue.

O secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello, reagiu à notícia lembrando os "incumprimentos" do fabricante. "A relação contratual com a Styer tem sido marcada por alguns incumprimentos por parte do fornecedor. O Estado português, na defesa dos interesses do país, usará todas as prerrogativas, quer contratuais, quer legais, para chegar a um objectivo, que é a defesa dos interesses nacionais", afirmou.

Antes desta declaração, já o sócio-gerente da empresa que monta os blindados em Portugal reconhecia a sua estranheza pelo tom da carta. E assumiu ser impossível cumprir o que é exigido pelo Estado português na carta. Mas, nas suas declarações, dá a entender não acreditar na ameaça. "Se querem romper o contrato, assumam-no e rompam o contrato", começou por desafiar, para depois dar a estocada final: "Mas isso não defende os interesses dos 200 trabalhadores da fábrica."

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