7 de Março de 2008

17-10-2009
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A ministra, o padrinho e os árbitros

Como não tem mais ninguém a quem visitar, Maria de Lurdes Rodrigues foi há dias ver o cacique de Gondomar, Valentim Loureiro. Como estes almoços não são grátis, para ser recebida, ao menos uma vez, num amplexo amigo e ternurento, teve de sujeitar-se ao presenteamento de um bibelot e a um discurso. Valentim, que não é de dar ponto sem nó, aproveitou para metê-la no mesmo saco dos árbitros que partilham por passividade o banco de réus onde ele vai sentar-se por actividade. Disse ele, no acto de presenteamento, que os gondomarenses são hospitaleiros e dali não deixam sair ninguém, nem árbitros nem ministra, que não vá devidamente presenteado. Ora toma!

O príncipezinho guerreiro

Não faltaram plumitivos a aplaudir a coragem cívica do príncipe britânico Harry, por ter ido para o Afeganistão e ter partilhado durante algumas semanas os riscos e rações dos outros soldados da sua unidade. É verdade que se trata duma atitude diferente da de Bush e Cheney, os tais que gostam de mandar os outros para a guerra mas no seu tempo preferiram meter todas as cunhas e mover todas as influências para não irem parar ao Vietname. "Tinha outras prioridades na minha vida", explicou Cheney descontraidamente. O príncipe Harry, pelo contrário, não gosta de mandar nenhuma outra tropa colonial matar em seu nome: prefere fazê-lo com as suas próprias mãos. Compreende-se porquê. É que Cheney é um sócio frio e calculista da Halliburton, ao passo que Harry é um reizinho jovem movido ainda por ímpetos ideológicos cheios de sinceridade e fanatismo. Pois não foi ele que teve aquela rapaziada de se apresentar num baile de máscaras com um uniforme das Secções de Assalto nazis? E não são as tropas da NATO no Afeganistão as Secções de Assalto do imperialismo actual? Claro que isto de sinceridade e fanatismo também tem os seus limites. Assim que se soube da presença de Harry na frente, ele aí vai recambiado para Inglaterra. "Por motivos de segurança", explicaram os porta-vozes do exército. Pois: "por motivos de segurança", todos os outros soldados deviam retirar imediatamente do Afeganistão, porque cada vez vai ser menos seguro lá ficarem. Porque os afegãos estão cada vez mais fartos de tropas ocupantes que lhes tornam a vida insegura.

Segredo de Estado

A ministra, o padrinho e os árbitros

Como não tem mais ninguém a quem visitar, Maria de Lurdes Rodrigues foi há dias ver o cacique de Gondomar, Valentim Loureiro. Como estes almoços não são grátis, para ser recebida, ao menos uma vez, num amplexo amigo e ternurento, teve de sujeitar-se ao presenteamento de um bibelot e a um discurso. Valentim, que não é de dar ponto sem nó, aproveitou para metê-la no mesmo saco dos árbitros que partilham por passividade o banco de réus onde ele vai sentar-se por actividade. Disse ele, no acto de presenteamento, que os gondomarenses são hospitaleiros e dali não deixam sair ninguém, nem árbitros nem ministra, que não vá devidamente presenteado. Ora toma!

O príncipezinho guerreiro

Não faltaram plumitivos a aplaudir a coragem cívica do príncipe britânico Harry, por ter ido para o Afeganistão e ter partilhado durante algumas semanas os riscos e rações dos outros soldados da sua unidade. É verdade que se trata duma atitude diferente da de Bush e Cheney, os tais que gostam de mandar os outros para a guerra mas no seu tempo preferiram meter todas as cunhas e mover todas as influências para não irem parar ao Vietname. "Tinha outras prioridades na minha vida", explicou Cheney descontraidamente. O príncipe Harry, pelo contrário, não gosta de mandar nenhuma outra tropa colonial matar em seu nome: prefere fazê-lo com as suas próprias mãos. Compreende-se porquê. É que Cheney é um sócio frio e calculista da Halliburton, ao passo que Harry é um reizinho jovem movido ainda por ímpetos ideológicos cheios de sinceridade e fanatismo. Pois não foi ele que teve aquela rapaziada de se apresentar num baile de máscaras com um uniforme das Secções de Assalto nazis? E não são as tropas da NATO no Afeganistão as Secções de Assalto do imperialismo actual? Claro que isto de sinceridade e fanatismo também tem os seus limites. Assim que se soube da presença de Harry na frente, ele aí vai recambiado para Inglaterra. "Por motivos de segurança", explicaram os porta-vozes do exército. Pois: "por motivos de segurança", todos os outros soldados deviam retirar imediatamente do Afeganistão, porque cada vez vai ser menos seguro lá ficarem. Porque os afegãos estão cada vez mais fartos de tropas ocupantes que lhes tornam a vida insegura.

Segredo de Estado

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