CIDADANIA LX: Lisboa: «falta» outro relógio!

19-12-2009
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Desabafo em plena campanha...A malta anda tão distraída que quase nem se olha. Nem se dá conta. Mas a verdade é que - sabe-se lá porquê - deu um «vaipe» qualquer a um qualquer departamentpo do Estado ali na Praça do Comércio e ontem de manhã dei de caras com... a tela de um lado e a... novidade relativa ao relógio do outro do Arco da Rua Augusta (vê-se lá ao fundo na foto, anterior à novidade, claro).Quer dizer.Não é que tenha desaparecido - acho eu.Acho que apenas está obnubilado.Estará em reparação. Estará, não: está mesmo. Um dia destes é-nos devolvido, já reabilitado, a rodar como novo..Mais um relógio fora do alcance dos nossos olhos. Mas agora por boas razões. Este não é um caso parecido com essoutro, o da Hora Legal, ali ao Cais do Sodré. Que nos prometeram que seria devolvido aos nossos olhos.Como o Cais das Colunas, também retirado há séculos e ainda armazenado nas caves do Metro e que também prometem devolver-nos para o ano que vem. Vamos ver se nada falha... Que raio de País que faz desaparecer as coisas que nos fazem falta e as mantém esquecidas algures. Mas volto ao relógio do Arco, aquele do outro lado, o lado da Rua Augusta. Desta vez, trata-se de uma reparação, diz a tela. Tela publicitária. Tinha de ser. Ali, do alto do século XVIII, a olhar para nós de forma altaneira. Que diabo. Não há dinheiro que chegue nem para reparar um relógio, sem o maldito acompanhamentoà viola de uma tela publicitária?Mas o que fazem à massa? Usam-na em quê e para quê, afinal? Espero que não seja para comprar mais um tanque de guerra (para fazer o quê com ele, já agora?)....Aviso à navegação: não é que me faça falta para ler as horas: nunca mas tinha «dado»; mas ver ali a tela feia e triste com publicidade fez-me mal, que querem....Verdade se diga que, desde que o velho relógio da Rotunda do Relógio desapareceu, as nossas emoções em torno destes instrumentos de medida rigorosa do tempo têm ficado cada vez mais abaladas....Notas sobre este relógio:1«O lado (do Arco) virado para a Rua Augusta apresenta um relógio monumental, ornamentado com motivos vegetalistas».O relógio foi ali implantado nos anos 30 do século XX.In 'Diário Digital'2E até se pode saber quem está a fazer a reparação: «Depois da reparação dos relógios de Castelo Branco e Penamacor, a Cousinha tem em mãos mais duas empreitadas de monta, que são a reparação dos relógios mecânicos do arco da Rua Augusta e do Quartel do Carmo, ambos em Lisboa». E o que é a «Cousinha»? «Cousinha- Electromecânica e Informática, Lda., uma empresa sedeada em Almada. Foi naquela cidade que o relógio de Penamacor foi construído há 50 anos pela então Fábrica Nacional de Relógios Monumentais - “A Boa Construtora”, de Manuel Francisco Cousinha. A reparação esteve agora a cargo de outro membro da família Cousinha, neste caso o neto do construtor».In «Reconquista», jornal de Castelo Branco.


Desabafo em plena campanha...A malta anda tão distraída que quase nem se olha. Nem se dá conta. Mas a verdade é que - sabe-se lá porquê - deu um «vaipe» qualquer a um qualquer departamentpo do Estado ali na Praça do Comércio e ontem de manhã dei de caras com... a tela de um lado e a... novidade relativa ao relógio do outro do Arco da Rua Augusta (vê-se lá ao fundo na foto, anterior à novidade, claro).Quer dizer.Não é que tenha desaparecido - acho eu.Acho que apenas está obnubilado.Estará em reparação. Estará, não: está mesmo. Um dia destes é-nos devolvido, já reabilitado, a rodar como novo..Mais um relógio fora do alcance dos nossos olhos. Mas agora por boas razões. Este não é um caso parecido com essoutro, o da Hora Legal, ali ao Cais do Sodré. Que nos prometeram que seria devolvido aos nossos olhos.Como o Cais das Colunas, também retirado há séculos e ainda armazenado nas caves do Metro e que também prometem devolver-nos para o ano que vem. Vamos ver se nada falha... Que raio de País que faz desaparecer as coisas que nos fazem falta e as mantém esquecidas algures. Mas volto ao relógio do Arco, aquele do outro lado, o lado da Rua Augusta. Desta vez, trata-se de uma reparação, diz a tela. Tela publicitária. Tinha de ser. Ali, do alto do século XVIII, a olhar para nós de forma altaneira. Que diabo. Não há dinheiro que chegue nem para reparar um relógio, sem o maldito acompanhamentoà viola de uma tela publicitária?Mas o que fazem à massa? Usam-na em quê e para quê, afinal? Espero que não seja para comprar mais um tanque de guerra (para fazer o quê com ele, já agora?)....Aviso à navegação: não é que me faça falta para ler as horas: nunca mas tinha «dado»; mas ver ali a tela feia e triste com publicidade fez-me mal, que querem....Verdade se diga que, desde que o velho relógio da Rotunda do Relógio desapareceu, as nossas emoções em torno destes instrumentos de medida rigorosa do tempo têm ficado cada vez mais abaladas....Notas sobre este relógio:1«O lado (do Arco) virado para a Rua Augusta apresenta um relógio monumental, ornamentado com motivos vegetalistas».O relógio foi ali implantado nos anos 30 do século XX.In 'Diário Digital'2E até se pode saber quem está a fazer a reparação: «Depois da reparação dos relógios de Castelo Branco e Penamacor, a Cousinha tem em mãos mais duas empreitadas de monta, que são a reparação dos relógios mecânicos do arco da Rua Augusta e do Quartel do Carmo, ambos em Lisboa». E o que é a «Cousinha»? «Cousinha- Electromecânica e Informática, Lda., uma empresa sedeada em Almada. Foi naquela cidade que o relógio de Penamacor foi construído há 50 anos pela então Fábrica Nacional de Relógios Monumentais - “A Boa Construtora”, de Manuel Francisco Cousinha. A reparação esteve agora a cargo de outro membro da família Cousinha, neste caso o neto do construtor».In «Reconquista», jornal de Castelo Branco.

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