CIDADANIA LX: António Costa e Fernando Negrão querem medidas contra passeios conspurcados de beatas

30-05-2010
marcar artigo


In Público (10/1/2008)Ana Henriques«É verdade que já lá vão muitos anos desde que deixou o vício, mas o olhar crítico ainda é o de um ex-fumador. O vereador social-democrata Fernando Negrão propôs ontem que a Câmara de Lisboa lance uma campanha para que os fumadores deixem de conspurcar as entradas dos edifícios com beatas, agora que se tornou quase impossível puxar de um cigarro nos locais de trabalho. A utilização de papeleiras, muitas das quais têm um espaço próprio para apagar cigarros, e a colocação de cinzeiros no exterior dos edifícios foram as sugestões do autarca, acolhidas com entusiasmo por outro ex-fumador, o presidente da autarquia António Costa. "A nova norma higiénica não se pode transformar numa norma de conspurcação do espaço público, como está a acontecer", declarou. O efeito da nova lei era visível a poucos metros dali, com a calçada que ladeia o edifício camarário da Rua do Ouro pintalgada de inúmeras piriscas, umas consumidas até ao âmago, a maioria largada ao seu destino com menos sofreguidão. "Esta lei é positiva do ponto de vista da saúde pública, mas cria problemas de higiene urbana", disse António Costa. "Já fui fumador de charutos quando ganhava para isso", contou o vereador das Finanças, que deixou um cargo bem remunerado na banca para exercer funções na autarquia. Da sua observação do comportamento dos clientes extraiu uma conclusão: "Quando a mesma unidade [leia-se caixote] é cinzeiro e papeleira ao mesmo tempo, as pessoas não fazem distinção" entre uma e outra função.Já o vereador comunista e fumador Ruben de Carvalho teme que incentivar todos os que compartilham o vício a usar os cinzeiros instalados nos caixotes de rua possa atear indesejáveis fogueiras um pouco por todo o lado, até porque parte destes objectos de mobiliário urbano são em plástico. Seja como for, o assunto está a ser analisado pelos serviços camarários, devendo ser votado pelos vereadores dentro de dias. Pelo menos até lá, as calçadas vão continuar repletas dos pequenos cadáveres acastanhados e da respectiva cinza, numa cidade que, como diz Fernando Negrão, já não prima pela limpeza das suas ruas.»Perfeitamente de acordo. O povo português é porco, e daí não sai.


In Público (10/1/2008)Ana Henriques«É verdade que já lá vão muitos anos desde que deixou o vício, mas o olhar crítico ainda é o de um ex-fumador. O vereador social-democrata Fernando Negrão propôs ontem que a Câmara de Lisboa lance uma campanha para que os fumadores deixem de conspurcar as entradas dos edifícios com beatas, agora que se tornou quase impossível puxar de um cigarro nos locais de trabalho. A utilização de papeleiras, muitas das quais têm um espaço próprio para apagar cigarros, e a colocação de cinzeiros no exterior dos edifícios foram as sugestões do autarca, acolhidas com entusiasmo por outro ex-fumador, o presidente da autarquia António Costa. "A nova norma higiénica não se pode transformar numa norma de conspurcação do espaço público, como está a acontecer", declarou. O efeito da nova lei era visível a poucos metros dali, com a calçada que ladeia o edifício camarário da Rua do Ouro pintalgada de inúmeras piriscas, umas consumidas até ao âmago, a maioria largada ao seu destino com menos sofreguidão. "Esta lei é positiva do ponto de vista da saúde pública, mas cria problemas de higiene urbana", disse António Costa. "Já fui fumador de charutos quando ganhava para isso", contou o vereador das Finanças, que deixou um cargo bem remunerado na banca para exercer funções na autarquia. Da sua observação do comportamento dos clientes extraiu uma conclusão: "Quando a mesma unidade [leia-se caixote] é cinzeiro e papeleira ao mesmo tempo, as pessoas não fazem distinção" entre uma e outra função.Já o vereador comunista e fumador Ruben de Carvalho teme que incentivar todos os que compartilham o vício a usar os cinzeiros instalados nos caixotes de rua possa atear indesejáveis fogueiras um pouco por todo o lado, até porque parte destes objectos de mobiliário urbano são em plástico. Seja como for, o assunto está a ser analisado pelos serviços camarários, devendo ser votado pelos vereadores dentro de dias. Pelo menos até lá, as calçadas vão continuar repletas dos pequenos cadáveres acastanhados e da respectiva cinza, numa cidade que, como diz Fernando Negrão, já não prima pela limpeza das suas ruas.»Perfeitamente de acordo. O povo português é porco, e daí não sai.

marcar artigo