Mais pelo Minho: Tiro nos dois pés

21-05-2011
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Das duas uma: ou a Câmara de Paredes de Coura toma decisões estruturais em cima do joelho, sem as estudar ou medir as suas consequências ou então é muito permeável a pressões. De que outra maneira se pode explicar o autêntico tiro no pé, melhor dizendo nos dois pés, que Pereira Júnior acaba de dar, ao voltar atrás na questão do estacionamento pago nas ruas da vila.Muitos dos courenses que circulam pela vila ainda não repararam, mas metade dos lugares de estacionamento que em Janeiro a Câmara decidiu taxar, voltaram a ser de utilização gratuita. Os sinais de parque pago foram retirados de algumas zonas, nomeadamente de um dos lados do Largo 5 de Outubro (ainda por cima do que tem mais lugares de estacionamento), de um dos lados da Rua Dr. Afonso Viana e de parte da Rua Frei António de Jesus, por detrás da igreja matriz, entre outros locais. O que me leva a dizer que afinal O Coura tinha razão quando dizia que a máquina cobradora daquela zona tinha sido retirada por esse motivo e não por, como noticiava o Notícias de Coura, estar a ser alvo de reparação. Mas isso é outro assunto.O que interessa aqui é que, apenas três meses após ter tomado uma decisão polémica no sentido de regular o estacionamento nas ruas da vila, a Câmara de Paredes de Coura volta atrás. E, pergunto eu, porque é que esta alteração, ou melhor o cenário que dela resulta, não foi pensado logo de início, antes dos parcómetros começaram a funcionar? Será que ninguém nos Paços do Concelho se deu ao trabalho de analisar os prós e contras daquela medida, de estudar o movimento diário de automobilistas em Paredes de Coura, de se debruçar sobre os hábitos de estacionamento que os courenses tinham até então?Será que a decisão de taxar o estacionamento à superfície surgiu do nada? Será que foi alguém que acordou um dia e se lembrou: olha, hoje vou colocar parcómetros na vila? É que não se pode pensar doutra maneira. Primeiro instalam-se os parcómetros, gera-se a confusão e depois reduzem-se as zonas abrangidas e pronto, já está!Se não foi assim, o que já é muito mau, então só nos resta enveredar pela outra opção, a da vulnerabilidade da Câmara em relação às pressões do exterior. É que bastou meia dúzia de comerciantes terem levantado a voz a contestar os parcómetros e pronto, a autarquia baixa a cabeça e vá de desfazer o que tinha feito três meses antes.O que nos deixa a impressão de que, de agora em diante, sempre que o Executivo liderado por Pereira Júnior tomar uma qualquer decisão que vá contra a vontade de um ou dois courenses, basta ir fazer barulho para a Câmara, exigir uma reunião com o presidente e pronto, dias depois, lá vemos a decisão revogada. Estou mesmo a ver os feirantes todos a contestar o aumento das taxas dos lugares da feira e a exigir a sua redução, ou então um grupo de courenses que, farto das contas da água, reúne com o presidente do município e exige que, de agora em diante, não se pague água nos dias de semana. Dá para tudo esta política de abertura da Câmara?No meio disto tudo, Pereira Júnior ainda veio mostrar que está cada vez mais desiludido com a fraca utilização dos parques subterrâneos e vá de baixar a avença mensal para quem os utiliza no período diurno, que passa de 15 para 10 euros. Uma medida positiva para os nossos bolsos, mas que também poderia ter surgido em Janeiro. Eventualmente teria calado muitos dos críticos dos parcómetros, mas, assim como assim, se foram as críticas que acabaram com eles…


Das duas uma: ou a Câmara de Paredes de Coura toma decisões estruturais em cima do joelho, sem as estudar ou medir as suas consequências ou então é muito permeável a pressões. De que outra maneira se pode explicar o autêntico tiro no pé, melhor dizendo nos dois pés, que Pereira Júnior acaba de dar, ao voltar atrás na questão do estacionamento pago nas ruas da vila.Muitos dos courenses que circulam pela vila ainda não repararam, mas metade dos lugares de estacionamento que em Janeiro a Câmara decidiu taxar, voltaram a ser de utilização gratuita. Os sinais de parque pago foram retirados de algumas zonas, nomeadamente de um dos lados do Largo 5 de Outubro (ainda por cima do que tem mais lugares de estacionamento), de um dos lados da Rua Dr. Afonso Viana e de parte da Rua Frei António de Jesus, por detrás da igreja matriz, entre outros locais. O que me leva a dizer que afinal O Coura tinha razão quando dizia que a máquina cobradora daquela zona tinha sido retirada por esse motivo e não por, como noticiava o Notícias de Coura, estar a ser alvo de reparação. Mas isso é outro assunto.O que interessa aqui é que, apenas três meses após ter tomado uma decisão polémica no sentido de regular o estacionamento nas ruas da vila, a Câmara de Paredes de Coura volta atrás. E, pergunto eu, porque é que esta alteração, ou melhor o cenário que dela resulta, não foi pensado logo de início, antes dos parcómetros começaram a funcionar? Será que ninguém nos Paços do Concelho se deu ao trabalho de analisar os prós e contras daquela medida, de estudar o movimento diário de automobilistas em Paredes de Coura, de se debruçar sobre os hábitos de estacionamento que os courenses tinham até então?Será que a decisão de taxar o estacionamento à superfície surgiu do nada? Será que foi alguém que acordou um dia e se lembrou: olha, hoje vou colocar parcómetros na vila? É que não se pode pensar doutra maneira. Primeiro instalam-se os parcómetros, gera-se a confusão e depois reduzem-se as zonas abrangidas e pronto, já está!Se não foi assim, o que já é muito mau, então só nos resta enveredar pela outra opção, a da vulnerabilidade da Câmara em relação às pressões do exterior. É que bastou meia dúzia de comerciantes terem levantado a voz a contestar os parcómetros e pronto, a autarquia baixa a cabeça e vá de desfazer o que tinha feito três meses antes.O que nos deixa a impressão de que, de agora em diante, sempre que o Executivo liderado por Pereira Júnior tomar uma qualquer decisão que vá contra a vontade de um ou dois courenses, basta ir fazer barulho para a Câmara, exigir uma reunião com o presidente e pronto, dias depois, lá vemos a decisão revogada. Estou mesmo a ver os feirantes todos a contestar o aumento das taxas dos lugares da feira e a exigir a sua redução, ou então um grupo de courenses que, farto das contas da água, reúne com o presidente do município e exige que, de agora em diante, não se pague água nos dias de semana. Dá para tudo esta política de abertura da Câmara?No meio disto tudo, Pereira Júnior ainda veio mostrar que está cada vez mais desiludido com a fraca utilização dos parques subterrâneos e vá de baixar a avença mensal para quem os utiliza no período diurno, que passa de 15 para 10 euros. Uma medida positiva para os nossos bolsos, mas que também poderia ter surgido em Janeiro. Eventualmente teria calado muitos dos críticos dos parcómetros, mas, assim como assim, se foram as críticas que acabaram com eles…

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