Mais pelo Minho: Os bons exemplos que… podiam vingar

23-05-2011
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Nota prévia: este post não tem nada a ver com o post anterior. Dito isto, urge explicar o porquê da escolha do título, tão similar ao anterior. É que, se há exemplos que facilmente são aplicados e continuados, outros há que, muito dificilmente vingarão. E, mesmo quando vingam, é de questionar a sua utilidade. Em causa está a intenção da Câmara Municipal da Vidigueira de reduzir os salários dos seus eleitos (e nomeados, acrescente-se) em 10% no corrente ano. Ou seja, presidente, vereadores (desconhece-se se só os que tem pelouro ou se os outros também) assessores e outros funcionários alvo de nomeação aceitaram, ao que parece de bom grado, receber menos 10% do que teriam direito. Se essa notícia já seria surpreendente nos dias que correm, atente-se então na sua justificação. É que, ainda antes desta decisão, já a autarquia alentejana havia deliberado aumentar o ordenado dos funcionários municipais que auferem apenas o salário mínimo nacional, e que desta forma passarão a receber 532 euros ao invés dos 450 estipulados por Lei. A diferença será coberta pelos tais 10% de que os outros abdicaram, mas apenas parcialmente, porque a autarquia já explicou que isso não é suficiente e que, por esse motivo, o orçamento do município vai sair penalizado. O presidente da Câmara da Vidigueira exorta ainda os seus colegas, e não só, a seguirem o mesmo caminho e a desprenderem-se de parte dos seus vencimentos. Ora, aqui está um exemplo a seguir, pois então. Ou talvez não! É que, a meu ver, está-se a fazer as coisas ao contrário. É certo que os ordenados de topo são bastante elevados comparativamente aos da base da pirâmide, mas se assim não fosse será que a vida política, especialmente a autárquica, se tornaria aliciante? Por outro lado, é na base que se deve trabalhar e aumentar os salários mais baixos para diminuir as diferenças face aos do topo. Veja-se, por exemplo, os valores do salário mínimo aqui ao lado, na vizinha Espanha. De qualquer das formas, e no contexto local em que se insere, esta atitude da Câmara da Vidigueira merece o meu aplauso. Mais não seja porque demonstra que num autarca local, acima do dinheiro, também podem estar os interesses do seu município.


Nota prévia: este post não tem nada a ver com o post anterior. Dito isto, urge explicar o porquê da escolha do título, tão similar ao anterior. É que, se há exemplos que facilmente são aplicados e continuados, outros há que, muito dificilmente vingarão. E, mesmo quando vingam, é de questionar a sua utilidade. Em causa está a intenção da Câmara Municipal da Vidigueira de reduzir os salários dos seus eleitos (e nomeados, acrescente-se) em 10% no corrente ano. Ou seja, presidente, vereadores (desconhece-se se só os que tem pelouro ou se os outros também) assessores e outros funcionários alvo de nomeação aceitaram, ao que parece de bom grado, receber menos 10% do que teriam direito. Se essa notícia já seria surpreendente nos dias que correm, atente-se então na sua justificação. É que, ainda antes desta decisão, já a autarquia alentejana havia deliberado aumentar o ordenado dos funcionários municipais que auferem apenas o salário mínimo nacional, e que desta forma passarão a receber 532 euros ao invés dos 450 estipulados por Lei. A diferença será coberta pelos tais 10% de que os outros abdicaram, mas apenas parcialmente, porque a autarquia já explicou que isso não é suficiente e que, por esse motivo, o orçamento do município vai sair penalizado. O presidente da Câmara da Vidigueira exorta ainda os seus colegas, e não só, a seguirem o mesmo caminho e a desprenderem-se de parte dos seus vencimentos. Ora, aqui está um exemplo a seguir, pois então. Ou talvez não! É que, a meu ver, está-se a fazer as coisas ao contrário. É certo que os ordenados de topo são bastante elevados comparativamente aos da base da pirâmide, mas se assim não fosse será que a vida política, especialmente a autárquica, se tornaria aliciante? Por outro lado, é na base que se deve trabalhar e aumentar os salários mais baixos para diminuir as diferenças face aos do topo. Veja-se, por exemplo, os valores do salário mínimo aqui ao lado, na vizinha Espanha. De qualquer das formas, e no contexto local em que se insere, esta atitude da Câmara da Vidigueira merece o meu aplauso. Mais não seja porque demonstra que num autarca local, acima do dinheiro, também podem estar os interesses do seu município.

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