Univer Cidade: sobre Políticas de Acesso ao ES (1)

22-12-2009
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ResumoNesta série de entradas, é abordada a evolução recente do ensino superior, em termos do número de alunos em cada subsistema, colocando a ênfase nas limitações ao acesso.Será, de passagem, discutida brevemente a introdução do sistema binário em Portugal.Através da análise da estrutura social dos estudantes do ensino superior em cada um dos subsistemas, discutir-se-á se a massificação do ensino superior português correspondeu à sua democratização, mostrando-se houve reprodução das desigualdades sociais de partida, sendo o acesso ao ensino superior a base dessa reprodução.Expansão do Sistema de Ensino Superior O número de estudantes no ensino superior em Portugal, variou enormemente até aos actuais quase 400 000, como demontra a figura.Aplicando a análise proposta por Martin Trow (1973), o ensino superior português foi, até aos anos 70, marcadamente elitista. Segundo este autor, um sistema elitista caracteriza-se quantitativamente por uma taxa de frequência do ensino superior, em jovens na coorte 19-24, inferior a 15%. Em 1971, o número de estudantes do ensino superior representava apenas 4% dos jovens desta faixa etária. Mesmo em 1974, e usando dados que têm em conta parcialmente o ano lectivo de 1974/75, frequentavam o ensino superior 7% de estudantes face ao número de jovens com idades compreendidas no intervalo 20-24. Esses valores estão bem abaixo dos que Trow apresenta para a passagem a um ensino de massas, pelo que poderemos daí intuir a dimensão da desigualdade no acesso a este sistema. Aliás, apesar de todo o processo de abertura, iniciado ainda nos anos 70 e acentuado pela Revolução de 74, e como é visível na figura 2, só em 1987 se atingiu o valor de 15% de estudantes de ensino superior, visto como um valor de referência para a passagem a ensino superior de massas. Este crescimento do número de estudantes ao invés de ter surgido pela expansão de um sistema pré-existente, surgiu pela diversificação das instituições de ensino num sistema binário (juntando-se um subsistema politécnico ao universitário primevo) e misto ou dual (surgindo as instituições privadas a par das instituições públicas).


ResumoNesta série de entradas, é abordada a evolução recente do ensino superior, em termos do número de alunos em cada subsistema, colocando a ênfase nas limitações ao acesso.Será, de passagem, discutida brevemente a introdução do sistema binário em Portugal.Através da análise da estrutura social dos estudantes do ensino superior em cada um dos subsistemas, discutir-se-á se a massificação do ensino superior português correspondeu à sua democratização, mostrando-se houve reprodução das desigualdades sociais de partida, sendo o acesso ao ensino superior a base dessa reprodução.Expansão do Sistema de Ensino Superior O número de estudantes no ensino superior em Portugal, variou enormemente até aos actuais quase 400 000, como demontra a figura.Aplicando a análise proposta por Martin Trow (1973), o ensino superior português foi, até aos anos 70, marcadamente elitista. Segundo este autor, um sistema elitista caracteriza-se quantitativamente por uma taxa de frequência do ensino superior, em jovens na coorte 19-24, inferior a 15%. Em 1971, o número de estudantes do ensino superior representava apenas 4% dos jovens desta faixa etária. Mesmo em 1974, e usando dados que têm em conta parcialmente o ano lectivo de 1974/75, frequentavam o ensino superior 7% de estudantes face ao número de jovens com idades compreendidas no intervalo 20-24. Esses valores estão bem abaixo dos que Trow apresenta para a passagem a um ensino de massas, pelo que poderemos daí intuir a dimensão da desigualdade no acesso a este sistema. Aliás, apesar de todo o processo de abertura, iniciado ainda nos anos 70 e acentuado pela Revolução de 74, e como é visível na figura 2, só em 1987 se atingiu o valor de 15% de estudantes de ensino superior, visto como um valor de referência para a passagem a ensino superior de massas. Este crescimento do número de estudantes ao invés de ter surgido pela expansão de um sistema pré-existente, surgiu pela diversificação das instituições de ensino num sistema binário (juntando-se um subsistema politécnico ao universitário primevo) e misto ou dual (surgindo as instituições privadas a par das instituições públicas).

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