Socialistas corroboram apelo à unidade feito por Cavaco

08-01-2011
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Manuel Alegre foi o único candidato presidencial que não comentou as palavras do chefe de Estado

Manuel Alegre optou pelo silêncio. Mas o PS, pela voz de Fernando Medina, elogiou a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, dando particular importância às palavras de mobilização e confiança proferidas anteontem à noite por Cavaco Silva. "O que realçamos da intervenção do Presidente da República foram, fundamentalmente, as palavras de mobilização e confiança no futuro deixadas num momento em que os vários países europeus, e nomeadamente Portugal, enfrentam dificuldades resultantes da mais grave crise financeira internacional nas últimas décadas", declarou ao PÚBLICO o porta-voz do PS e secretário de Estado Adjunto da Indústria e do Desenvolvimento.

Reagindo à mensagem de Ano Novo na qual Cavaco pediu firmeza no combate ao desemprego e à pobreza e "às dificuldades que não irão desaparecer", Medina evidenciou os apelos à "unidade dos portugueses" e mostrou-se satisfeito por haver "concertação" no combate aos problemas. Questionado sobre os apelos relativamente à necessidade de os sacrifícios pedidos aos portugueses terem se ser repartidos "sem excepções ou privilégios", o porta-voz do PS referiu que o partido "concorda" com essa prerrogativa e sublinhou que ela tem sido aplicada. E quanto à alusão sobre o facto de os decisores políticos apenas terem reconhecido no segundo semestre de 2010 a situação de grave crise económica e financeira que o país atravessa, Medina disse que o problema não é só de Portugal.

PSD e CDS-PP também elogiaram o discurso "de verdade" do Presidente e fizeram o contraponto com a intervenção do primeiro-ministro no dia de Natal. "O senhor Presidente da República não iludiu os problemas, não deixou de falar das dificuldades do país, não deixou de falar da pobreza que assola, infelizmente, milhares de portugueses", declarou Miguel Macedo, líder parlamentar do PSD, em conferência de imprensa.

Por seu turno, o eurodeputado do CDS-PP, Nuno Melo, declarou ao PÚBLICO: "Na mesma conjuntura, o primeiro-ministro optou por realçar as suas próprias qualidades e a sua resistência perante essa crise sem dirigir uma palavra que fosse em relação as quem a vive. E o Presidente salientou a pobreza e os desempregados como primeiros destinatários da mensagem". Além disso, "fez uma avaliação se não crítica pelo menos de reparo em relação a determinadas opções governativas, em particular ao recente regime de excepção para os dirigentes de vários organismos da Segurança Social".

PCP e Bloco de Esquerda foram os únicos partidos a atacar o discurso de Cavaco. Jorge Cordeiro, da Comissão Política Nacional do PCP, qualificou-o como um "exercício de retórica"; e o BE lembrou que o Presidente "é um dos políticos no activo com responsabilidades de Governo há 30 anos". À excepção de Alegre, que não fez comentários, e de Nobre, que corroborou os apelos de coesão social feitos por Cavaco, os restantes candidatos a Belém deram nota negativa à mensagem. Francisco Lopes, do PCP, ouviu um discurso "eleitoralista", e Defensor Moura acusou o Presidente de nada ter dito sobre "regionalização, corrupção e clientelismo". Para José Manuel Coelho, Cavaco "parecia aquelas candidatas a miss Mundo, loiras e esbeltas mas ocas de cabeça, que quando entrevistadas pelos jornalistas desejam sempre que haja paz e amor e que as criancinhas não passem fome". "Foram palavras de circunstância de um candidato que abusou do cargo institucional para fazer mais uma acção de campanha eleitoral", acrescentou. com T. de N.

Manuel Alegre foi o único candidato presidencial que não comentou as palavras do chefe de Estado

Manuel Alegre optou pelo silêncio. Mas o PS, pela voz de Fernando Medina, elogiou a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, dando particular importância às palavras de mobilização e confiança proferidas anteontem à noite por Cavaco Silva. "O que realçamos da intervenção do Presidente da República foram, fundamentalmente, as palavras de mobilização e confiança no futuro deixadas num momento em que os vários países europeus, e nomeadamente Portugal, enfrentam dificuldades resultantes da mais grave crise financeira internacional nas últimas décadas", declarou ao PÚBLICO o porta-voz do PS e secretário de Estado Adjunto da Indústria e do Desenvolvimento.

Reagindo à mensagem de Ano Novo na qual Cavaco pediu firmeza no combate ao desemprego e à pobreza e "às dificuldades que não irão desaparecer", Medina evidenciou os apelos à "unidade dos portugueses" e mostrou-se satisfeito por haver "concertação" no combate aos problemas. Questionado sobre os apelos relativamente à necessidade de os sacrifícios pedidos aos portugueses terem se ser repartidos "sem excepções ou privilégios", o porta-voz do PS referiu que o partido "concorda" com essa prerrogativa e sublinhou que ela tem sido aplicada. E quanto à alusão sobre o facto de os decisores políticos apenas terem reconhecido no segundo semestre de 2010 a situação de grave crise económica e financeira que o país atravessa, Medina disse que o problema não é só de Portugal.

PSD e CDS-PP também elogiaram o discurso "de verdade" do Presidente e fizeram o contraponto com a intervenção do primeiro-ministro no dia de Natal. "O senhor Presidente da República não iludiu os problemas, não deixou de falar das dificuldades do país, não deixou de falar da pobreza que assola, infelizmente, milhares de portugueses", declarou Miguel Macedo, líder parlamentar do PSD, em conferência de imprensa.

Por seu turno, o eurodeputado do CDS-PP, Nuno Melo, declarou ao PÚBLICO: "Na mesma conjuntura, o primeiro-ministro optou por realçar as suas próprias qualidades e a sua resistência perante essa crise sem dirigir uma palavra que fosse em relação as quem a vive. E o Presidente salientou a pobreza e os desempregados como primeiros destinatários da mensagem". Além disso, "fez uma avaliação se não crítica pelo menos de reparo em relação a determinadas opções governativas, em particular ao recente regime de excepção para os dirigentes de vários organismos da Segurança Social".

PCP e Bloco de Esquerda foram os únicos partidos a atacar o discurso de Cavaco. Jorge Cordeiro, da Comissão Política Nacional do PCP, qualificou-o como um "exercício de retórica"; e o BE lembrou que o Presidente "é um dos políticos no activo com responsabilidades de Governo há 30 anos". À excepção de Alegre, que não fez comentários, e de Nobre, que corroborou os apelos de coesão social feitos por Cavaco, os restantes candidatos a Belém deram nota negativa à mensagem. Francisco Lopes, do PCP, ouviu um discurso "eleitoralista", e Defensor Moura acusou o Presidente de nada ter dito sobre "regionalização, corrupção e clientelismo". Para José Manuel Coelho, Cavaco "parecia aquelas candidatas a miss Mundo, loiras e esbeltas mas ocas de cabeça, que quando entrevistadas pelos jornalistas desejam sempre que haja paz e amor e que as criancinhas não passem fome". "Foram palavras de circunstância de um candidato que abusou do cargo institucional para fazer mais uma acção de campanha eleitoral", acrescentou. com T. de N.

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