Os “Talibans” ultra-liberais
1. O Ministro das Finanças desdobra-se em debates, entrevistas e outros trabalhos árduos. Desde actuações coligadas das direitas e das extremas-esquerdas até às posições sectárias e incompreensíveis e algumas agências de “rating, muito influentes na concessão e no custo dos empréstimos externos, somam-se um conjunto de posições difíceis a ter em conta.
2. A posição de algumas agências de “rating” é influenciada or dois graves preconceitos que nos tão diferentes casos de Portugal, Espanha e Grécia, de certa forma se conjugam. Algumas destas agências que tanto influenciam o custo do dinheiro para cada país, não previram, não anteciparam nem mesmo suspeitaram do avizinhar desta mega crise económica e social, de origem financeira.
3. Um dos preconceito que as norteia é serem claramente anti-socialistas, contra políticas solidárias e estarem ideologicamente coladas a posições de cariz liberal – conservador, claramente ultrapassadas pelo tempo político e pela história económica. Muitas dessas agências nunca explicaram porque falhou o seu modelo de previsão de crises, o qual assenta essencialmente em extrapolações, preconceitos e manifesta ignorância do funcionamento das sociedades. A óptica é puramente financeira e descolada das realidades económicas e sociais. A sua prática de previsão de situações que irão piorar encaminha o sistema financeiro para suscitar condições mais difíceis a essas economias, criando-lhes então maiores dificuldades reais. E depois dirão, com ar satisfeito, refastelados em cima de bónus gigantescos: Nós bem dizíamos!
4. Mas algumas destas agências parece que sofrem ainda doutro preconceito, de carácter geográfico, a roçar aspectos étnicos. A desconfiança sistemática face aos países do sul. Não previram antecipadamente a crise irlandesa, não lhes passou oportunamente pela cabeça o risco de bancarrota na Islândia ao mesmo tempo que a economia grega lhes parecia estar bem com o descalabro da governação direitista de Caramanlis III. Quando o povo grego deu uma vitória clara aos socialistas do PASOK e se constituiu o Executivo de Papandreu III, algumas agências de “rating” começaram a ratar e, num curto espaço de tempo, descobriram que a situação económica grega afinal era má e as finanças públicas estavam no descalabro. Talvez porque ao anterior Executivo de Atenas, como era das direitas, podia-se perdoar o “pecado” de ser grego.
5. Seria preciso que a Europa, os Estados Unidos da América, o Japão e outros poderes efectivos em Estados influentes criassem um mecanismo eficaz do funcionamentos dos sistemas de avaliação das economias. Era preciso efectivamente não só uma Governação Económica Europeia como um Conselho e segurança Económico e Financeiro funcionando no âmbito das Nações Unidas.
6. A União Europeia que, até à chegada ao poder de Barack Obama e do novo Governo japonês era o único espaço económico relevante do mundo onde qualquer importante decisão financeira tem que ter em conta as realidades e as perspectivas de evolução económica e financeira, tinha já fixado o ande 2013 para o retorno a cumprimento do défice de 3% para o Sector Público Administrativo. Mas os “talibans” ultra-liberais querem mais e mais rápido. E o povo que se…!
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Os “Talibans” ultra-liberais
1. O Ministro das Finanças desdobra-se em debates, entrevistas e outros trabalhos árduos. Desde actuações coligadas das direitas e das extremas-esquerdas até às posições sectárias e incompreensíveis e algumas agências de “rating, muito influentes na concessão e no custo dos empréstimos externos, somam-se um conjunto de posições difíceis a ter em conta.
2. A posição de algumas agências de “rating” é influenciada or dois graves preconceitos que nos tão diferentes casos de Portugal, Espanha e Grécia, de certa forma se conjugam. Algumas destas agências que tanto influenciam o custo do dinheiro para cada país, não previram, não anteciparam nem mesmo suspeitaram do avizinhar desta mega crise económica e social, de origem financeira.
3. Um dos preconceito que as norteia é serem claramente anti-socialistas, contra políticas solidárias e estarem ideologicamente coladas a posições de cariz liberal – conservador, claramente ultrapassadas pelo tempo político e pela história económica. Muitas dessas agências nunca explicaram porque falhou o seu modelo de previsão de crises, o qual assenta essencialmente em extrapolações, preconceitos e manifesta ignorância do funcionamento das sociedades. A óptica é puramente financeira e descolada das realidades económicas e sociais. A sua prática de previsão de situações que irão piorar encaminha o sistema financeiro para suscitar condições mais difíceis a essas economias, criando-lhes então maiores dificuldades reais. E depois dirão, com ar satisfeito, refastelados em cima de bónus gigantescos: Nós bem dizíamos!
4. Mas algumas destas agências parece que sofrem ainda doutro preconceito, de carácter geográfico, a roçar aspectos étnicos. A desconfiança sistemática face aos países do sul. Não previram antecipadamente a crise irlandesa, não lhes passou oportunamente pela cabeça o risco de bancarrota na Islândia ao mesmo tempo que a economia grega lhes parecia estar bem com o descalabro da governação direitista de Caramanlis III. Quando o povo grego deu uma vitória clara aos socialistas do PASOK e se constituiu o Executivo de Papandreu III, algumas agências de “rating” começaram a ratar e, num curto espaço de tempo, descobriram que a situação económica grega afinal era má e as finanças públicas estavam no descalabro. Talvez porque ao anterior Executivo de Atenas, como era das direitas, podia-se perdoar o “pecado” de ser grego.
5. Seria preciso que a Europa, os Estados Unidos da América, o Japão e outros poderes efectivos em Estados influentes criassem um mecanismo eficaz do funcionamentos dos sistemas de avaliação das economias. Era preciso efectivamente não só uma Governação Económica Europeia como um Conselho e segurança Económico e Financeiro funcionando no âmbito das Nações Unidas.
6. A União Europeia que, até à chegada ao poder de Barack Obama e do novo Governo japonês era o único espaço económico relevante do mundo onde qualquer importante decisão financeira tem que ter em conta as realidades e as perspectivas de evolução económica e financeira, tinha já fixado o ande 2013 para o retorno a cumprimento do défice de 3% para o Sector Público Administrativo. Mas os “talibans” ultra-liberais querem mais e mais rápido. E o povo que se…!