Cavaco foi levado ao colo por uma comunicação social que o deu sempre como vencedor a priori. Olhem-se as sondagens publicadas antes das eleições e teçam-se comparações com os números reais. Cavaco ganhou por uma unha negra, empurrado pelo braço obscuro de uma comunicação social que faz passar opinião por informação. O mesmo vale para Alegre, um dos tristes a cujo ego se deve, em parte, a vitória do stôr carranca. Outro sinal a ter em conta: Soares tem o resultado que tem por ser velho. Não me acredito que haja outra razão. Na ruas, as piadas foram constantes: dêem-lhe umas pantufas, tem idade é para ficar em casa a cuidar dos netos, coisas do género que já esperava num país onde os velhos são tratados como inúteis, a escória de um sistema onde quem não produz não serve para outra coisa que não seja empecilhar a vida do cortejo do sucesso. Soares não precisava disto para nada. Gabo-lhe, mais uma vez, a coragem por ter dado o corpo ao manifesto. Gostava de votar nele na segunda volta. Tendo as coisas terminado como terminaram, resta-me desejar ao stôr carranca que passe o mais tempo possível encafuado em casa de modo a não nos envergonhar junto da estranja. Ó país pardacento, aí tens a múmia que sempre desejaste!
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Cavaco foi levado ao colo por uma comunicação social que o deu sempre como vencedor a priori. Olhem-se as sondagens publicadas antes das eleições e teçam-se comparações com os números reais. Cavaco ganhou por uma unha negra, empurrado pelo braço obscuro de uma comunicação social que faz passar opinião por informação. O mesmo vale para Alegre, um dos tristes a cujo ego se deve, em parte, a vitória do stôr carranca. Outro sinal a ter em conta: Soares tem o resultado que tem por ser velho. Não me acredito que haja outra razão. Na ruas, as piadas foram constantes: dêem-lhe umas pantufas, tem idade é para ficar em casa a cuidar dos netos, coisas do género que já esperava num país onde os velhos são tratados como inúteis, a escória de um sistema onde quem não produz não serve para outra coisa que não seja empecilhar a vida do cortejo do sucesso. Soares não precisava disto para nada. Gabo-lhe, mais uma vez, a coragem por ter dado o corpo ao manifesto. Gostava de votar nele na segunda volta. Tendo as coisas terminado como terminaram, resta-me desejar ao stôr carranca que passe o mais tempo possível encafuado em casa de modo a não nos envergonhar junto da estranja. Ó país pardacento, aí tens a múmia que sempre desejaste!