S.A.R.I.P.

23-12-2009
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RessurgimentoÉ assim, os Tratados afundam-se e os amigos reaparecem. É bom ver que o Fernando está vivo.NeeÉ pena que a Bélgica vá votar o Tratado Constitucional europeu pelo Parlamento. Mas de qualquer forma, será engraçado se os belgas, habituais alvos de anedotas na Europa, votarem Sim só para chatear os vizinhos a norte e a sul.Notícias do IvanO Ivan postou lá no blog dele uma foto da inevitável Scarlett Johansson, que parece que está na moda como a mulher mais bonita (não confundir com a actriz porno mais boa) do momento. Logo a seguir, refere um link para um outro blog muito interessante, originário da Marinha Grande, que diz que há demasiados bloggers trintões enfeitiçados com a menina.Não sei se terá razão ou não, mas eu já vi uma foto da Scarlett sem a maquilhagem excessiva e acho que fica melhor.Os "pelintras" segundo Adolfo Luxúria CanibalTermino o dia com um texto que recebi por e-mail do Danish e que ele próprio poderia ter colocado aqui.Esta foi a resposta de Adolfo Luxúria Canibal (vocalista do grupo Mão Morta) à questão levantada sobre os preços serem mais caros em Portugal que no resto da Europa:"Mas a culpa é só nossa, dos portugueses! Nós é que temos o culto do caro, resquício de um velho complexo de inferioridade e sintoma de povo novo-rico (sim, apesar de tudo, apesar de sermos os mais pobres da UE - pelo menos antes do último alargamento) , o que é certo é que grande parte - a maioria? - da nossa classe média tem scendência campesina e há quarenta anos andava de pé descalço).Nós é que achamos se não for caro não tem qualidade,envergonhamo-nos de achar caro ou de pedir mais barato, que nos tomem por pelintras... Nós é que temos o culto das marcas, tanto maior quanto mais caras surjam no mercado, culto esse que no estrangeiro está circunscrito aos suburbanos e aos grupos étnicos deixados à margem, como forma de afirmação social. Nós é que criamos a aura dos produtos caros como sinónimo da alto standing, como sinal de pertença a uma élite, como prestígio.E qualquer aprendiz de marketing percebe imediatamente isso, percebe que no mercado português uma marca ou um produto impõe-se pelo preço excessivo, ganha renome não pela qualidade mas pelo preço, com a vantagem dessa estratégia ainda aumentar a margem de mais-valia para o fabricante ou vendedor.A FNAC é um exemplo, com os discos à venda em Portugal bem mais caros que os mesmos discos à venda em França, na mesma FNAC (e com o mesmo IVA!).Mas o exemplo mais chocante é o da IKEA: para se implantar emPortugal aumentou os preços em relação aos praticados noutros países (onde a sua estratégia de implantação é exactamente a de preços muito baratos para um design moderno) e, ainda tendo a concorrência da Habitat (que em Portugal já praticava preços mais altos do que em França, p.ex.), comprou a Habitat Portugal e baixou-lhe drásticamente os preços, questão de ficar com o prestígio de marca cara, logo apetecível, e mandar a Habitat para o desprestígio de marca popularucha, ao alcance de qualquer bolsa!...Mas já a Zara não teve que aumentar os preços, pouco depois de abrir as primeiras lojas em Portugal, para se manter concorrencial eapetecível ao público? As máquinas fotográficas não são bem maisbaratas nos Office Centers do que nas FNACs e as pessoas não preferem comprar na FNAC, que é mais prestigiante?Em tempos, numa Francesice para a Antena 3, contei a história daturista portuguesa que entrou numa loja parisiense a perguntar o preço de uma camisola que estava na montra. A empregada disse-lhe o preço e acrescentou, numa honestidade a que nós não estamos habituados, que era cara, que tinha mais barato (pressupondo que para a mesma qualidade ou superior); não é que a portuguesa levou aquilo como um insulto pessoal, como uma insinuação de que não terias posses para comprar a camisola, e desatou aos berros, dizendo que tinha dinheiro para comprar a camisola, as camisolas todas da loja, a própria loja!...É esta a nossa mentalidade, e enquanto continuar a ser continuaremos a levar com os preços mais caros da Europa (para salários três e quatro vezes mais baixos)!"Abraços Adolfo LC


RessurgimentoÉ assim, os Tratados afundam-se e os amigos reaparecem. É bom ver que o Fernando está vivo.NeeÉ pena que a Bélgica vá votar o Tratado Constitucional europeu pelo Parlamento. Mas de qualquer forma, será engraçado se os belgas, habituais alvos de anedotas na Europa, votarem Sim só para chatear os vizinhos a norte e a sul.Notícias do IvanO Ivan postou lá no blog dele uma foto da inevitável Scarlett Johansson, que parece que está na moda como a mulher mais bonita (não confundir com a actriz porno mais boa) do momento. Logo a seguir, refere um link para um outro blog muito interessante, originário da Marinha Grande, que diz que há demasiados bloggers trintões enfeitiçados com a menina.Não sei se terá razão ou não, mas eu já vi uma foto da Scarlett sem a maquilhagem excessiva e acho que fica melhor.Os "pelintras" segundo Adolfo Luxúria CanibalTermino o dia com um texto que recebi por e-mail do Danish e que ele próprio poderia ter colocado aqui.Esta foi a resposta de Adolfo Luxúria Canibal (vocalista do grupo Mão Morta) à questão levantada sobre os preços serem mais caros em Portugal que no resto da Europa:"Mas a culpa é só nossa, dos portugueses! Nós é que temos o culto do caro, resquício de um velho complexo de inferioridade e sintoma de povo novo-rico (sim, apesar de tudo, apesar de sermos os mais pobres da UE - pelo menos antes do último alargamento) , o que é certo é que grande parte - a maioria? - da nossa classe média tem scendência campesina e há quarenta anos andava de pé descalço).Nós é que achamos se não for caro não tem qualidade,envergonhamo-nos de achar caro ou de pedir mais barato, que nos tomem por pelintras... Nós é que temos o culto das marcas, tanto maior quanto mais caras surjam no mercado, culto esse que no estrangeiro está circunscrito aos suburbanos e aos grupos étnicos deixados à margem, como forma de afirmação social. Nós é que criamos a aura dos produtos caros como sinónimo da alto standing, como sinal de pertença a uma élite, como prestígio.E qualquer aprendiz de marketing percebe imediatamente isso, percebe que no mercado português uma marca ou um produto impõe-se pelo preço excessivo, ganha renome não pela qualidade mas pelo preço, com a vantagem dessa estratégia ainda aumentar a margem de mais-valia para o fabricante ou vendedor.A FNAC é um exemplo, com os discos à venda em Portugal bem mais caros que os mesmos discos à venda em França, na mesma FNAC (e com o mesmo IVA!).Mas o exemplo mais chocante é o da IKEA: para se implantar emPortugal aumentou os preços em relação aos praticados noutros países (onde a sua estratégia de implantação é exactamente a de preços muito baratos para um design moderno) e, ainda tendo a concorrência da Habitat (que em Portugal já praticava preços mais altos do que em França, p.ex.), comprou a Habitat Portugal e baixou-lhe drásticamente os preços, questão de ficar com o prestígio de marca cara, logo apetecível, e mandar a Habitat para o desprestígio de marca popularucha, ao alcance de qualquer bolsa!...Mas já a Zara não teve que aumentar os preços, pouco depois de abrir as primeiras lojas em Portugal, para se manter concorrencial eapetecível ao público? As máquinas fotográficas não são bem maisbaratas nos Office Centers do que nas FNACs e as pessoas não preferem comprar na FNAC, que é mais prestigiante?Em tempos, numa Francesice para a Antena 3, contei a história daturista portuguesa que entrou numa loja parisiense a perguntar o preço de uma camisola que estava na montra. A empregada disse-lhe o preço e acrescentou, numa honestidade a que nós não estamos habituados, que era cara, que tinha mais barato (pressupondo que para a mesma qualidade ou superior); não é que a portuguesa levou aquilo como um insulto pessoal, como uma insinuação de que não terias posses para comprar a camisola, e desatou aos berros, dizendo que tinha dinheiro para comprar a camisola, as camisolas todas da loja, a própria loja!...É esta a nossa mentalidade, e enquanto continuar a ser continuaremos a levar com os preços mais caros da Europa (para salários três e quatro vezes mais baixos)!"Abraços Adolfo LC

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