O Cachimbo de Magritte: Ódio

21-01-2011
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As manifestações valem o que valem, o que na maioria dos casos é muito pouco. Dificilmente será uma manifestação a mudar o rumo dos acontecimentos, mesmo que repartida por vários cantos do mundo, quando o seu destinatário é o regime iraniano. Mas não será isso a retirar-lhe a dignidade. O que há a lamentar, para além do inevitável destino de Sakineh Mohammadi Ashtiani, é que a razão que juntou as pessoas seja abafada pelo ruído dos interesses particulares. A Fernanda Câncio partidarizou o que aos partidos não pertencia e, ao contabilizar as ausências, transformou a comoção em manifesto político. O João Pereira Coutinho, ao defender que o Irão só se resolve à bomba mas sabendo que isso não acontecerá a tempo de salvar Sakineh Mohammadi Ashtiani, desvalorizou o papel político da sociedade civil e apelou à indiferença colectiva. Ambos, plenos de ódio, têm a mesma visão egoísta do mundo.


As manifestações valem o que valem, o que na maioria dos casos é muito pouco. Dificilmente será uma manifestação a mudar o rumo dos acontecimentos, mesmo que repartida por vários cantos do mundo, quando o seu destinatário é o regime iraniano. Mas não será isso a retirar-lhe a dignidade. O que há a lamentar, para além do inevitável destino de Sakineh Mohammadi Ashtiani, é que a razão que juntou as pessoas seja abafada pelo ruído dos interesses particulares. A Fernanda Câncio partidarizou o que aos partidos não pertencia e, ao contabilizar as ausências, transformou a comoção em manifesto político. O João Pereira Coutinho, ao defender que o Irão só se resolve à bomba mas sabendo que isso não acontecerá a tempo de salvar Sakineh Mohammadi Ashtiani, desvalorizou o papel político da sociedade civil e apelou à indiferença colectiva. Ambos, plenos de ódio, têm a mesma visão egoísta do mundo.

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