Violência Doméstica

27-12-2009
marcar artigo

Portugal

24-11-2009

A violência doméstica é uma realidade cada vez mais preocupante, Casos extremos de violênia que culminam, por vezes, na morte das vítimas. Como refere a Secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, " a violência doméstica está mais visível e é mais intensa. As mulheres estão a reagir cada vez mais à violência e quando as reacções não são apoiadas podem suscitar retaliações que podem ter consequências extremas. A solução não é não fazer frente. A solução é fazer frente, pedindo ajuda."

Os números de morte por violência são assustadores. Só no ano passado, o Observatório de Mulheres Assassinadas registou 45 homicídios. As denúncias são feitas, normalmente, não pelas vítimas, mas por descendentes directos e outros familiares. O número de mulheres mortas pelo marido, namorado ou companheiro , ex-marido, ex-companheiro ou ex-namorado era bastante elevado: 40. Em anos anteriores a média era mais baixa, cerca de 31 mulheres perderam a vida.

Mas estes números nem sempre são exactos, pois há ainda muitas mulheres que se calam e que sofrem a violência em silêncio não denunciando os malfeitores. Maria José Magalhães, a nova presidente da União de Mulheres Alternativa e Resposta, analisa as notícias publicadas na comunicação social e refere: "São dados ainda provisórios." Quantas notícias podem ter escapado? Quantos dos 42 homicídios tentados podem ter-se convertido em homicídios consumados?"

O assassinato de algumas mulheres acontecem, por vezes, depois de terminaram as relações (nove dos 25 homicidas encaixam na categoria de ex-marido, ex-companheiro ou ex-namorado). Quanto à idade das vítimas são ainda muito precoces (seis com idades compreendidas entre 18 e 23 anos e 11 com idades compreendidas entre os 24 e os 35).

Segundo Maria Magalhães, em alguns casos não chega sequer a haver queixa. "De algum modo, a sociedade não tem garantido a sua protecção", diz. Por isso Maria reforça a ideia de que é "preciso levar os sinais e as ameaças a sério. Muitas vezes, as pessoas dizem: "Ela ameaçava, nunca pensei que chegasse a este ponto". Há uma atitude de benefício ao agressor. Em caso de dúvida, é preciso pecar por excesso e por defeito, dar o benefício à vítima e não ao agressor".

Mas o papel da mulher na sociedade tem mudado e há cada vaz mais vítimas que não admitem viver a violência. "Nos últimos 30 anos, as mulheres redefiniram o seu papel na sociedade e nas relações. Antes, só tinham deveres. Agora, também têm direitos. Têm direito, por exemplo, a serem valorizadas, a não serem menorizadas. Toleram menos as relações abusivas", diz Marlene Matos, professora da Escola de Psicologia da Universidade do Minho.

Para além disso,a lei da violência doméstica, que entrou em vigor em Setembro, também está a mudar e está cada vez mais atenta a estes casos. Actualmente, a lei "permite à polícia deter o agressor sem ser em flagrante delito, o que evita situações dramáticas de perigo iminente".

Portugal

24-11-2009

A violência doméstica é uma realidade cada vez mais preocupante, Casos extremos de violênia que culminam, por vezes, na morte das vítimas. Como refere a Secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, " a violência doméstica está mais visível e é mais intensa. As mulheres estão a reagir cada vez mais à violência e quando as reacções não são apoiadas podem suscitar retaliações que podem ter consequências extremas. A solução não é não fazer frente. A solução é fazer frente, pedindo ajuda."

Os números de morte por violência são assustadores. Só no ano passado, o Observatório de Mulheres Assassinadas registou 45 homicídios. As denúncias são feitas, normalmente, não pelas vítimas, mas por descendentes directos e outros familiares. O número de mulheres mortas pelo marido, namorado ou companheiro , ex-marido, ex-companheiro ou ex-namorado era bastante elevado: 40. Em anos anteriores a média era mais baixa, cerca de 31 mulheres perderam a vida.

Mas estes números nem sempre são exactos, pois há ainda muitas mulheres que se calam e que sofrem a violência em silêncio não denunciando os malfeitores. Maria José Magalhães, a nova presidente da União de Mulheres Alternativa e Resposta, analisa as notícias publicadas na comunicação social e refere: "São dados ainda provisórios." Quantas notícias podem ter escapado? Quantos dos 42 homicídios tentados podem ter-se convertido em homicídios consumados?"

O assassinato de algumas mulheres acontecem, por vezes, depois de terminaram as relações (nove dos 25 homicidas encaixam na categoria de ex-marido, ex-companheiro ou ex-namorado). Quanto à idade das vítimas são ainda muito precoces (seis com idades compreendidas entre 18 e 23 anos e 11 com idades compreendidas entre os 24 e os 35).

Segundo Maria Magalhães, em alguns casos não chega sequer a haver queixa. "De algum modo, a sociedade não tem garantido a sua protecção", diz. Por isso Maria reforça a ideia de que é "preciso levar os sinais e as ameaças a sério. Muitas vezes, as pessoas dizem: "Ela ameaçava, nunca pensei que chegasse a este ponto". Há uma atitude de benefício ao agressor. Em caso de dúvida, é preciso pecar por excesso e por defeito, dar o benefício à vítima e não ao agressor".

Mas o papel da mulher na sociedade tem mudado e há cada vaz mais vítimas que não admitem viver a violência. "Nos últimos 30 anos, as mulheres redefiniram o seu papel na sociedade e nas relações. Antes, só tinham deveres. Agora, também têm direitos. Têm direito, por exemplo, a serem valorizadas, a não serem menorizadas. Toleram menos as relações abusivas", diz Marlene Matos, professora da Escola de Psicologia da Universidade do Minho.

Para além disso,a lei da violência doméstica, que entrou em vigor em Setembro, também está a mudar e está cada vez mais atenta a estes casos. Actualmente, a lei "permite à polícia deter o agressor sem ser em flagrante delito, o que evita situações dramáticas de perigo iminente".

marcar artigo