“A pergunta é, sem sombra de dúvida, discriminatória”

09-08-2010
marcar artigo

Elza Pais insta Instituto do Sangue a acabar com discriminação de dadores.

A Ministra da Saude, Ana Jorge, ladeada pelo presidente do Instituto Português do Sangue, Gabriel Olim, e pelo Secretário de Estado da Saúde, Manuel Francisco Pizarro, (E) fala aos jornalistas após a cerimónia de comemoração dos 50 anos do IPS e do Dia Mundial do Sangue - Mar/08 - Foto de MIGUEL A. LOPES/LUSA

Para a secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, as perguntas dos inquéritos a dadores de sangue sobre sua orientação sexual, “é, sem sobra de dúvida, discriminatória”, e por este motivo instou o Instituto Português do Sangue (IPS) a retira-las “tão rapidamente quanto possível”. Pais falou à agência Lusa e respondeu perguntas relacionadas com as questões sobre a orientação sexual dos dadores de sangue que “estão no manual distribuído a profissionais de saúde e que constam de alguns questionários” feitos nos locais de recolha de sangue.

Confrontada sobre o tema na semana passada, a ministra da Saúde, Ana Jorge, reconheceu que terá de ser reforçada a recomendação aos locais de colheita de sangue para que, nos inquéritos distribuídos aos dadores, não constem perguntas relacionadas com a orientação sexual, garantindo ainda que “o modelo que foi feito pelo Instituto Português do Sangue, que existe em todos os locais de colheita de sangue, nomeadamente nos hospitais, e que é distribuído aos doentes e aos potenciais dadores, não tem nenhuma referência à orientação sexual dos indivíduos”. Mesmo assim, no inquérito aos dadores de sangue do Hospital de Santo António, no Porto, a pergunta persiste.

Vale lembrar que em Maio a Assembleia da República (AR) aprovou uma resolução (sem nenhum voto contra) apresentada pelo pelo Bloco de Esquerda, que visa eliminar as perguntas sobre a orientação sexual dos dadores, incluídas nos questionários das unidades e serviços dependentes do Instituto Português de Sangue (IPS).

Elza Pais lembrou ainda que que esta discriminação “já foi sinalizada” pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), que endereçou um parecer ao IPS instando à supressão de questões daquele tipo. “O senhor presidente do Instituto Português do Sangue, deverá, tão rapidamente quanto possível, agir em conformidade”, reiterou Elza Pais.

Acrescentando ainda que o presidente do IPS “deverá mandar retirar, tão rapidamente quanto possível, do manual e de todos os questionários, perguntas discriminatórias em função da orientação sexual”, “o rigor deve ser exercido, mas não deve ter por base o preconceito nem a discriminação”, completou a secretária de Estado.

Interrogada sobre o inquérito do Hospital de Santo António, Ana Jorge admitiu que a questão poderá ter surgido numa abordagem clínica individual. Sobre eventuais medidas a tomar pelo Ministério da Saúde para que haja uma harmonização dos inquéritos a dadores de sangue, Ana Jorge reconheceu que “será necessário voltar a fazer recomendações”.

Elza Pais insta Instituto do Sangue a acabar com discriminação de dadores.

A Ministra da Saude, Ana Jorge, ladeada pelo presidente do Instituto Português do Sangue, Gabriel Olim, e pelo Secretário de Estado da Saúde, Manuel Francisco Pizarro, (E) fala aos jornalistas após a cerimónia de comemoração dos 50 anos do IPS e do Dia Mundial do Sangue - Mar/08 - Foto de MIGUEL A. LOPES/LUSA

Para a secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, as perguntas dos inquéritos a dadores de sangue sobre sua orientação sexual, “é, sem sobra de dúvida, discriminatória”, e por este motivo instou o Instituto Português do Sangue (IPS) a retira-las “tão rapidamente quanto possível”. Pais falou à agência Lusa e respondeu perguntas relacionadas com as questões sobre a orientação sexual dos dadores de sangue que “estão no manual distribuído a profissionais de saúde e que constam de alguns questionários” feitos nos locais de recolha de sangue.

Confrontada sobre o tema na semana passada, a ministra da Saúde, Ana Jorge, reconheceu que terá de ser reforçada a recomendação aos locais de colheita de sangue para que, nos inquéritos distribuídos aos dadores, não constem perguntas relacionadas com a orientação sexual, garantindo ainda que “o modelo que foi feito pelo Instituto Português do Sangue, que existe em todos os locais de colheita de sangue, nomeadamente nos hospitais, e que é distribuído aos doentes e aos potenciais dadores, não tem nenhuma referência à orientação sexual dos indivíduos”. Mesmo assim, no inquérito aos dadores de sangue do Hospital de Santo António, no Porto, a pergunta persiste.

Vale lembrar que em Maio a Assembleia da República (AR) aprovou uma resolução (sem nenhum voto contra) apresentada pelo pelo Bloco de Esquerda, que visa eliminar as perguntas sobre a orientação sexual dos dadores, incluídas nos questionários das unidades e serviços dependentes do Instituto Português de Sangue (IPS).

Elza Pais lembrou ainda que que esta discriminação “já foi sinalizada” pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), que endereçou um parecer ao IPS instando à supressão de questões daquele tipo. “O senhor presidente do Instituto Português do Sangue, deverá, tão rapidamente quanto possível, agir em conformidade”, reiterou Elza Pais.

Acrescentando ainda que o presidente do IPS “deverá mandar retirar, tão rapidamente quanto possível, do manual e de todos os questionários, perguntas discriminatórias em função da orientação sexual”, “o rigor deve ser exercido, mas não deve ter por base o preconceito nem a discriminação”, completou a secretária de Estado.

Interrogada sobre o inquérito do Hospital de Santo António, Ana Jorge admitiu que a questão poderá ter surgido numa abordagem clínica individual. Sobre eventuais medidas a tomar pelo Ministério da Saúde para que haja uma harmonização dos inquéritos a dadores de sangue, Ana Jorge reconheceu que “será necessário voltar a fazer recomendações”.

marcar artigo