Comente para o jornal Comércio do Seixal e Sesimbra.Vou esta semana iniciar uma ronda pelas diferentes freguesias do concelho e irei, se me permitem, começar por Corroios, a freguesia onde resido.O orago desta freguesia é desde 1570 a Nossa Senhora da Graça mas eu sugiro que seja alterado já este ano para Santa Engrácia.Senão vejamos, fala o povo em obras de Santa Engrácia quando se refere a obras que nunca mais têm fim, por referência às obras da igreja com o mesmo nome, junto à feira da ladra, hoje Panteão Nacional. Tal facto deve-se às obras desta igreja terem-se iniciado em 1682, tinham os Filipes acabado de abandonar Portugal e somente terem terminado já em consolado salazarista em 1966! Uma saga de 284 anos. Ora posicionemo-nos então no adro da igreja de Corroios e olhemos em frente, o que veremos?Se disse,o viaduto inacabado da alternativa à EN10 acertou!Foto A-SulEsta obra é paradigmática da incompetência e da forma de agir da CDU. Ainda hoje quando se passa no local podemos ver um cartaz onde se lê "Câmara Municipal do Seixal investimos nas acessibilidades" mas hoje se questionar algum membro do executivo camarário certamente vai ouvir a resposta: aquilo é responsabilidade do Governo... Então se era responsabilidade do Governo e quem estava a pagar a obra era o Carrefour (que se pretendia instalar no local) pergunto eu, que legitimidade tinha a Câmara para colocar um cartaz com aquela mensagem? NENHUMA - No âmbito do direito do consumidor este tipo de prática designa-se por publicidade enganosa. Mas há mais, tive oportunidade de consultar este processo e a determinado momento consta do mesmo uma carta do proprietário dos terrenos onde a estrada termina (os viveiros de peixe instalados na zona) com o seguinte teor (grosso modo): estão a construir uma estrada no meu terreno, não o vendi nem fui expropriado, parem já!Resultado, a obra parou e a Câmara ficou a suportar o aluguer do terreno pois as máquinas já lá estavam ou seja, mais dinheiro deitado á rua.Vão-me desculpar a franqueza mas tenho dificuldade em imaginar bandalheira maior do que esta, uma entidade pública, a fazer uma obra pública em terrenos privados que não cuidou de adquirir e confrontada com a situação fica com a obra parada e a pagar renda ao proprietário por ter as respectivas máquinas em terreno alheio!Mas as obras inacabadas em Corroios não se ficam por aqui, basta andarmos pouco mais de duzentos metros e estamos no moinho de maré, monumento encerrado desde o ano 2000 para obras de recuperação...Sobre esta matéria dizia-nos, na comemoração dos 600 anos deste monumento, ou seja em 2003, o Presidente da Câmara Municipal, pretendemos: «reabrir o Moinho de Maré ao público em 2004, visto estar na fase final de recuperação, uma obra que representa um elevado investimento, superior a um milhão e meio de euros. .../...».Sem mais comentários... ESTAMOS EM 2008! Será em 2009 que poderemos usufruir deste património único do concelho?Andando na mesma direcção temos o novo mercado de Miratejo...Pode ler a história em poucas linhas aqui.Depois da demolição dum mercado novo, o Vereador do Urbanismo em 3 de Dezembro de 2005, anunciava durante uma visita às obras que "O edifício organiza-se por quatro níveis altimétricos. O piso menos 2 é composto por um parqueamento com 164 lugares que tem um acesso em rampa feito a partir da Rua Adriano Correia de Oliveira" durante esta visita foi ainda anunciado um atraso nas obras de 3 meses... Pois é passado de três anos ainda não há parque de estacionamento em Miratejo, ou melhor ele está lá... Mas fechado!Foto MirastyleJá pus esta questão ao executivo camarário, foi-me referido que a Câmara não tem dinheiro para pagar a segurança do local e por isso o parque apenas será inaugurado aquando da reorganização do estacionamento à superfície, leia-se, quando o mesmo for pago!Mas pergunto eu, aquando da decisão de construir o parque a necessidade de segurança no local não se punha já?Evidentemente que sim! Então porque desde logo não foi acautelada esta situação?A resposta é simples e reside na total incapacidade gestionária do executivo CDU à frente da CMS.Se já analisamos o que se passa dum lado da EN10 nesta freguesia debruçemo-nos agora sobre as restantes localidades desta freguesia, a ocidente desta importante via fica a sede administrativa da freguesia. E o que temos aqui? Uma sede de Junta que envergonha os habitantes desta freguesia e um mercado que não reúne as mínimas condições, quer em termos de acessibilidades, quer em termos de habitabilidade e salubridade. Estranhamente com um mercado velho e sem condições em Corroios a Câmara optou por demolir um mercado novo em Miratejo, para aí fazer um novo, ele há coisas fantásticas, não há?Passando pelo paradigma acabado de mau urbanismo que é a urbanização de Santa Marta do Pinhal, onde a construção massiva foi autorizada sem que a Câmara acautelasse fosse o que fosse, em termos de qualidade de vida das populações, a começar pelo mau urbanismo, passando pela falta de equipamentos colectivos e acabando na gritante falta de acessibilidades, chegamos aquela que é uma das chagas deste concelho o bairro de barracas de Santa Marta do Pinhal. (Foto Philodoxos) Por vezes uma imagem vale mais que mil palavras, parece-me ser o caso...Esta fotografia foi tirada em Portugal, concelho do Seixal, freguesia de Corroios em pleno sex. XXI, é verdade!Neste nosso périplo a próxima paragem é Vale de Milhaços e mais uma promessa esquecida da Câmara Municipal do Seixal. A museulização da antiga fábrica da pólvora negra de Vale de Milhaços.Atente nesta notícia publicada no jornal digital Setúbal na Rede em 6 de Fevereiro de 2001:"A fábrica de pólvora do Seixal, propriedade da Sociedade Africana de Pólvora, instalada em Vale de Milhaços, vai dar lugar à musealização de todo o circuito de fabricação da pólvora. A decisão foi tomada pela Câmara Municipal e já aprovada em sede de Assembleia Municipal, fazendo parte deste projecto um conjunto de parceiros, entre os quais se conta a autarquia, o Ecomuseu do Seixal, a Sociedade Africana de Pólvora e a empresa proprietária dos terrenos."Passados 7 anos veja como este imóvel, classificado pelo IPPAR, é utilizado:Enfim, se vive em Corroios não desespere, pode não ter alguns dos equipamentos prometidos mas tem muitas outras coisas que outras freguesias não têm, por exemplo é na sua freguesia que são depositados TODOS os lixos cos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra e a maioria dos entulhos recolhidos na cidade de Lisboa.Foto Amarsul
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Comente para o jornal Comércio do Seixal e Sesimbra.Vou esta semana iniciar uma ronda pelas diferentes freguesias do concelho e irei, se me permitem, começar por Corroios, a freguesia onde resido.O orago desta freguesia é desde 1570 a Nossa Senhora da Graça mas eu sugiro que seja alterado já este ano para Santa Engrácia.Senão vejamos, fala o povo em obras de Santa Engrácia quando se refere a obras que nunca mais têm fim, por referência às obras da igreja com o mesmo nome, junto à feira da ladra, hoje Panteão Nacional. Tal facto deve-se às obras desta igreja terem-se iniciado em 1682, tinham os Filipes acabado de abandonar Portugal e somente terem terminado já em consolado salazarista em 1966! Uma saga de 284 anos. Ora posicionemo-nos então no adro da igreja de Corroios e olhemos em frente, o que veremos?Se disse,o viaduto inacabado da alternativa à EN10 acertou!Foto A-SulEsta obra é paradigmática da incompetência e da forma de agir da CDU. Ainda hoje quando se passa no local podemos ver um cartaz onde se lê "Câmara Municipal do Seixal investimos nas acessibilidades" mas hoje se questionar algum membro do executivo camarário certamente vai ouvir a resposta: aquilo é responsabilidade do Governo... Então se era responsabilidade do Governo e quem estava a pagar a obra era o Carrefour (que se pretendia instalar no local) pergunto eu, que legitimidade tinha a Câmara para colocar um cartaz com aquela mensagem? NENHUMA - No âmbito do direito do consumidor este tipo de prática designa-se por publicidade enganosa. Mas há mais, tive oportunidade de consultar este processo e a determinado momento consta do mesmo uma carta do proprietário dos terrenos onde a estrada termina (os viveiros de peixe instalados na zona) com o seguinte teor (grosso modo): estão a construir uma estrada no meu terreno, não o vendi nem fui expropriado, parem já!Resultado, a obra parou e a Câmara ficou a suportar o aluguer do terreno pois as máquinas já lá estavam ou seja, mais dinheiro deitado á rua.Vão-me desculpar a franqueza mas tenho dificuldade em imaginar bandalheira maior do que esta, uma entidade pública, a fazer uma obra pública em terrenos privados que não cuidou de adquirir e confrontada com a situação fica com a obra parada e a pagar renda ao proprietário por ter as respectivas máquinas em terreno alheio!Mas as obras inacabadas em Corroios não se ficam por aqui, basta andarmos pouco mais de duzentos metros e estamos no moinho de maré, monumento encerrado desde o ano 2000 para obras de recuperação...Sobre esta matéria dizia-nos, na comemoração dos 600 anos deste monumento, ou seja em 2003, o Presidente da Câmara Municipal, pretendemos: «reabrir o Moinho de Maré ao público em 2004, visto estar na fase final de recuperação, uma obra que representa um elevado investimento, superior a um milhão e meio de euros. .../...».Sem mais comentários... ESTAMOS EM 2008! Será em 2009 que poderemos usufruir deste património único do concelho?Andando na mesma direcção temos o novo mercado de Miratejo...Pode ler a história em poucas linhas aqui.Depois da demolição dum mercado novo, o Vereador do Urbanismo em 3 de Dezembro de 2005, anunciava durante uma visita às obras que "O edifício organiza-se por quatro níveis altimétricos. O piso menos 2 é composto por um parqueamento com 164 lugares que tem um acesso em rampa feito a partir da Rua Adriano Correia de Oliveira" durante esta visita foi ainda anunciado um atraso nas obras de 3 meses... Pois é passado de três anos ainda não há parque de estacionamento em Miratejo, ou melhor ele está lá... Mas fechado!Foto MirastyleJá pus esta questão ao executivo camarário, foi-me referido que a Câmara não tem dinheiro para pagar a segurança do local e por isso o parque apenas será inaugurado aquando da reorganização do estacionamento à superfície, leia-se, quando o mesmo for pago!Mas pergunto eu, aquando da decisão de construir o parque a necessidade de segurança no local não se punha já?Evidentemente que sim! Então porque desde logo não foi acautelada esta situação?A resposta é simples e reside na total incapacidade gestionária do executivo CDU à frente da CMS.Se já analisamos o que se passa dum lado da EN10 nesta freguesia debruçemo-nos agora sobre as restantes localidades desta freguesia, a ocidente desta importante via fica a sede administrativa da freguesia. E o que temos aqui? Uma sede de Junta que envergonha os habitantes desta freguesia e um mercado que não reúne as mínimas condições, quer em termos de acessibilidades, quer em termos de habitabilidade e salubridade. Estranhamente com um mercado velho e sem condições em Corroios a Câmara optou por demolir um mercado novo em Miratejo, para aí fazer um novo, ele há coisas fantásticas, não há?Passando pelo paradigma acabado de mau urbanismo que é a urbanização de Santa Marta do Pinhal, onde a construção massiva foi autorizada sem que a Câmara acautelasse fosse o que fosse, em termos de qualidade de vida das populações, a começar pelo mau urbanismo, passando pela falta de equipamentos colectivos e acabando na gritante falta de acessibilidades, chegamos aquela que é uma das chagas deste concelho o bairro de barracas de Santa Marta do Pinhal. (Foto Philodoxos) Por vezes uma imagem vale mais que mil palavras, parece-me ser o caso...Esta fotografia foi tirada em Portugal, concelho do Seixal, freguesia de Corroios em pleno sex. XXI, é verdade!Neste nosso périplo a próxima paragem é Vale de Milhaços e mais uma promessa esquecida da Câmara Municipal do Seixal. A museulização da antiga fábrica da pólvora negra de Vale de Milhaços.Atente nesta notícia publicada no jornal digital Setúbal na Rede em 6 de Fevereiro de 2001:"A fábrica de pólvora do Seixal, propriedade da Sociedade Africana de Pólvora, instalada em Vale de Milhaços, vai dar lugar à musealização de todo o circuito de fabricação da pólvora. A decisão foi tomada pela Câmara Municipal e já aprovada em sede de Assembleia Municipal, fazendo parte deste projecto um conjunto de parceiros, entre os quais se conta a autarquia, o Ecomuseu do Seixal, a Sociedade Africana de Pólvora e a empresa proprietária dos terrenos."Passados 7 anos veja como este imóvel, classificado pelo IPPAR, é utilizado:Enfim, se vive em Corroios não desespere, pode não ter alguns dos equipamentos prometidos mas tem muitas outras coisas que outras freguesias não têm, por exemplo é na sua freguesia que são depositados TODOS os lixos cos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra e a maioria dos entulhos recolhidos na cidade de Lisboa.Foto Amarsul