OLHAR DIREITO...Modo Eleições: 2.1.3. Período pré-povoamento: o ouro vermelho

20-05-2011
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Pau-brasil

No Post passado, vimos que, a princípio, a descoberta do Brasil havia tornado-se um problema, pois a Coroa portuguesa tinha nas mãos um território a explorar, mas o investimento a ser feito era muito alto e Portugal não tinha dinheiro, nem pessoal, para tanto.

Por isso, o Rei preferiu dar prioridade à exploração da rota para as Índias, entretanto também sabia que a Terra de Santa Cruz tinha de ser ocupada, afinal de contas, lá havia pau-brasil.

Aliás, esta árvore pertencente à família das leguminosas, cujo nome cientifico é Caesalpinia Echinata, possui uma madeira avermelhada, da cor de brasa (daí o nome de brasil), da qual se extrai um corante contendo o pigmento “brasilina”, muito utilizado desde a Idade Média para o tingimento de roupas.

Inicialmente, apenas se tingia as roupas dos membros da Igreja, com este corante, uma vez que a cor vermelha era restrita aos eclesiásticos.

Contudo, o vermelho caiu no gosto da moda da burguesia que, como diz o cantor cearense Falcão, “fede, mas tem dinheiro para comprar perfume” e, portanto, a madeira desta árvore valorizou-se, de modo que se tornou o “ouro vermelho” da época.

Desta forma, D. Manuel viu, na proposta do consórcio liderado por Fernão de Noronha, a oportunidade de não só ocupar e explorar o novo território a custo zero, mas também uma maneira de contentar o segundo escalão da nobreza, que havia sido excluído do comércio com as Índias.

Neste sentido, abre-se um parêntese para comentar quem foi Fernão de Noronha (também conhecido como Fernando de Noronha e Fernão de Loronha, dizem que este é seu nome verdadeiro).

Nascido nas Astúrias, este judeu, que se converteu ao catolicismo, era um rico empreendedor, armador, comerciante português, sogro de Pedro Álvares Cabral e representante do banqueiro alemão Jakob Fugger[1].

Assim sendo, em 1503, ou seja, no ano seguinte à assinatura da concessão, sai de Lisboa a expedição comandada por Gonçalo Coelho (dessa vez é certeza que foi ele quem a comandou), da qual também participava Américo Vespúcio, com o objetivo de dar início à exploração do pau-brasil.

Em 24 de julho de 1503, a frota composta de seis navios descobre uma ilha belíssima que, atualmente, faz parte do Arquipélago de Fernando de Noronha, destino turístico disputado por mergulhadores e parque nacional.

Assim como a descoberta do Brasil, a descoberta desse arquipélago tem uma polêmica, pois muito embora o seu nome tenha sido atribuído a Fernão de Noronha, dizem que foi a expedição de 1501 que a descobriu e não a de Gonçalo Coelho junto com Vespúcio.

Mas o que na verdade importa é que, quando esta segunda expedição chegou à ilha, a Nau Capitânia naufragou, sendo este o primeiro naufrágio no território brasileiro, bem como o primeiro dos dezoito que ainda ocorreriam naquele arquipélago.

Isso ocasionou que a frota se dispersasse, sendo que parte dela, comandada por Gonçalo Coelho, foi para um lado e a outra parte, liderada por Américo Vespúcio, foi para o outro.

Os relatos do que aconteceu dali em diante são bastante confusos. Dizem que Vespúcio foi para a Bahia, que havia sido o ponto de encontro estabelecido caso algum navio se perdesse.

Por sua vez, Gonçalo Coelho navegou em direção ao sul, colocou o marco do descobrimento, que é uma pedra lavrada, na cidade de Porto Seguro, no sul da Bahia, e seguiu para o Rio de Janeiro, onde fundou várias feitorias.

Enquanto isso, Vespúcio seguia esperando por Gonçalo Coelho na Bahia, mas como este não aparecia, decidiu explorar o território e navegou também em direção ao sul, até Cabo Frio, onde fundou uma feitoria e deu início à extração do pau-brasil.

Larissa Bona

Próximo post em 12.05.2010 – 2.1.4. Período pré-povoamento: ê,ê,ê índio quer apito, se não der pau vai comer.

[1] Jakob Fugger, também conhecido como “O Rico” era o homem mais rico da Europa na época dos descobrimentos. Ele tinha tanto dinheiro que até emprestava aos Reinos e foi o primeiro estrangeiro a investir no Brasil.


Pau-brasil

No Post passado, vimos que, a princípio, a descoberta do Brasil havia tornado-se um problema, pois a Coroa portuguesa tinha nas mãos um território a explorar, mas o investimento a ser feito era muito alto e Portugal não tinha dinheiro, nem pessoal, para tanto.

Por isso, o Rei preferiu dar prioridade à exploração da rota para as Índias, entretanto também sabia que a Terra de Santa Cruz tinha de ser ocupada, afinal de contas, lá havia pau-brasil.

Aliás, esta árvore pertencente à família das leguminosas, cujo nome cientifico é Caesalpinia Echinata, possui uma madeira avermelhada, da cor de brasa (daí o nome de brasil), da qual se extrai um corante contendo o pigmento “brasilina”, muito utilizado desde a Idade Média para o tingimento de roupas.

Inicialmente, apenas se tingia as roupas dos membros da Igreja, com este corante, uma vez que a cor vermelha era restrita aos eclesiásticos.

Contudo, o vermelho caiu no gosto da moda da burguesia que, como diz o cantor cearense Falcão, “fede, mas tem dinheiro para comprar perfume” e, portanto, a madeira desta árvore valorizou-se, de modo que se tornou o “ouro vermelho” da época.

Desta forma, D. Manuel viu, na proposta do consórcio liderado por Fernão de Noronha, a oportunidade de não só ocupar e explorar o novo território a custo zero, mas também uma maneira de contentar o segundo escalão da nobreza, que havia sido excluído do comércio com as Índias.

Neste sentido, abre-se um parêntese para comentar quem foi Fernão de Noronha (também conhecido como Fernando de Noronha e Fernão de Loronha, dizem que este é seu nome verdadeiro).

Nascido nas Astúrias, este judeu, que se converteu ao catolicismo, era um rico empreendedor, armador, comerciante português, sogro de Pedro Álvares Cabral e representante do banqueiro alemão Jakob Fugger[1].

Assim sendo, em 1503, ou seja, no ano seguinte à assinatura da concessão, sai de Lisboa a expedição comandada por Gonçalo Coelho (dessa vez é certeza que foi ele quem a comandou), da qual também participava Américo Vespúcio, com o objetivo de dar início à exploração do pau-brasil.

Em 24 de julho de 1503, a frota composta de seis navios descobre uma ilha belíssima que, atualmente, faz parte do Arquipélago de Fernando de Noronha, destino turístico disputado por mergulhadores e parque nacional.

Assim como a descoberta do Brasil, a descoberta desse arquipélago tem uma polêmica, pois muito embora o seu nome tenha sido atribuído a Fernão de Noronha, dizem que foi a expedição de 1501 que a descobriu e não a de Gonçalo Coelho junto com Vespúcio.

Mas o que na verdade importa é que, quando esta segunda expedição chegou à ilha, a Nau Capitânia naufragou, sendo este o primeiro naufrágio no território brasileiro, bem como o primeiro dos dezoito que ainda ocorreriam naquele arquipélago.

Isso ocasionou que a frota se dispersasse, sendo que parte dela, comandada por Gonçalo Coelho, foi para um lado e a outra parte, liderada por Américo Vespúcio, foi para o outro.

Os relatos do que aconteceu dali em diante são bastante confusos. Dizem que Vespúcio foi para a Bahia, que havia sido o ponto de encontro estabelecido caso algum navio se perdesse.

Por sua vez, Gonçalo Coelho navegou em direção ao sul, colocou o marco do descobrimento, que é uma pedra lavrada, na cidade de Porto Seguro, no sul da Bahia, e seguiu para o Rio de Janeiro, onde fundou várias feitorias.

Enquanto isso, Vespúcio seguia esperando por Gonçalo Coelho na Bahia, mas como este não aparecia, decidiu explorar o território e navegou também em direção ao sul, até Cabo Frio, onde fundou uma feitoria e deu início à extração do pau-brasil.

Larissa Bona

Próximo post em 12.05.2010 – 2.1.4. Período pré-povoamento: ê,ê,ê índio quer apito, se não der pau vai comer.

[1] Jakob Fugger, também conhecido como “O Rico” era o homem mais rico da Europa na época dos descobrimentos. Ele tinha tanto dinheiro que até emprestava aos Reinos e foi o primeiro estrangeiro a investir no Brasil.

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