portugal contemporâneo: «dr. amaral, i presume?»

23-01-2011
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No mesmo país e no mesmo tempo em que o Ministério do Ensino Superior continua a impedir a abertura de novos cursos de Medicina, fundamentando-se num parecer do Prof. Alberto Amaral segundo o qual temos médicos em excesso, acabam de realizar provas de admissão às Faculdades de Medicina espanholas cerca de mil candidatos portugueses.A história parece um pouco confusa e, de facto, é.Portugal tem cinco Faculdades de Medicina que, segundo o Prof. Amaral, um sábio reciclado do PREC a quem o Ministério encomenda uns pareceres quando quer inviabilizar alguma coisa, formam médicos mais do que suficientes para as necessidades do nosso mercado. Por outro lado, a Espanha, onde há vinte e oito dessas mesmas escolas, aproveitando a imensa procura indígena e a jurisprudência e a legislação comunitárias, vêm aqui recrutar alunos que, uma vez concluídos os seus estudos por lá, regressam à pátria habilitados a exercer a mesma profissão que os impediram de aprender aqui.Concluindo, alguma coisa não está aqui a bater certo: ou o Prof. Amaral e o Ministério não são deste tempo, ou os espanhóis estão a abusar da nossa hospitalidade, ou somos atrasados mentais e não conseguimos ensinar mais e melhor do que os nossos vizinhos, ou anda por aí alguém a fazer-nos ainda mais parvos do que~somos. Tudo ao mesmo tempo é que não dá.

No mesmo país e no mesmo tempo em que o Ministério do Ensino Superior continua a impedir a abertura de novos cursos de Medicina, fundamentando-se num parecer do Prof. Alberto Amaral segundo o qual temos médicos em excesso, acabam de realizar provas de admissão às Faculdades de Medicina espanholas cerca de mil candidatos portugueses.A história parece um pouco confusa e, de facto, é.Portugal tem cinco Faculdades de Medicina que, segundo o Prof. Amaral, um sábio reciclado do PREC a quem o Ministério encomenda uns pareceres quando quer inviabilizar alguma coisa, formam médicos mais do que suficientes para as necessidades do nosso mercado. Por outro lado, a Espanha, onde há vinte e oito dessas mesmas escolas, aproveitando a imensa procura indígena e a jurisprudência e a legislação comunitárias, vêm aqui recrutar alunos que, uma vez concluídos os seus estudos por lá, regressam à pátria habilitados a exercer a mesma profissão que os impediram de aprender aqui.Concluindo, alguma coisa não está aqui a bater certo: ou o Prof. Amaral e o Ministério não são deste tempo, ou os espanhóis estão a abusar da nossa hospitalidade, ou somos atrasados mentais e não conseguimos ensinar mais e melhor do que os nossos vizinhos, ou anda por aí alguém a fazer-nos ainda mais parvos do que~somos. Tudo ao mesmo tempo é que não dá.

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