Cenários de crise política estão de volta

26-03-2010
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O fantasma da instabilidade política pairou ontem no Palácio de S. Bento. Na véspera da votação da resolução do PS sobre o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), que hoje é debatido no Parlamento, os socialistas deram sinais de grande preocupação com as resistências no PSD ao texto. O "não" é abertamente defendido pelos candidatos à liderança Pedro Passos Coelho e Paulo Rangel, mas também membros da direcção e deputados fizeram coro pelo voto contra (ver página 10). O PS ainda acredita na abstenção do PSD e não acha necessária nova intervenção presidencial - Cavaco Silva já pediu aos partidos para ajudarem a aperfeiçoar o PEC.

Na reunião da bancada "laranja", Manuela Ferreira Leite esteve sob pressão e não excluiu liminarmente o cenário do voto contra, embora a decisão tenha sido adiada para hoje. E será hoje também que vão continuar as negociações entre PS, Governo e PSD, iniciadas ontem, para alterar o texto.

Até se chegar à negociação, que envolveu Francisco Assis, líder parlamentar do PS, Agostinho Branquinho, vice-presidente da bancada do PSD, e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, o ambiente foi de grande tensão. Com o cenário de chumbo da resolução de apoio ao PEC em cima da mesa, dirigentes do PS admitiam ao PÚBLICO que seria "um problema grave" para José Sócrates. O programa não é votado pelos deputados, mas o chumbo da resolução teria efeitos políticos internos e nos mercados internacionais. Um deputado socialista admitia mesmo que, com um voto contra do maior partido da oposição, o PSD estava "a esquecer a governabilidade".

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As consequências de um chumbo da resolução do PEC são, para já, tema tabu entre os socialistas. Mas a hipótese de apresentar uma moção de confiança era um cenário admitido implicitamente. Assis, por exemplo, não aceitou ontem falar do assunto e respondeu com um "não sei" se o chumbo ditaria a queda do executivo.

A verdade é que o dia no Parlamento foi longo e tenso. De manhã, o PS entregou o texto da resolução quando o PSD estava reunido e ouviram-se deputados como Pacheco Pereira, Pedro Rodrigues, líder da JSD, dois apoiantes de Rangel, e a independente Maria José Nogueira Pinto sugerir o voto contra. Aguiar-Branco, líder parlamentar, candidato e favorável à abstenção, ainda sugeriu que fosse dado um mandato à direcção para decidir, mas José Luís Arnaut propôs nova reunião para hoje, Segundo relatos feitos ao PÚBLICO, António Preto fez um discurso pela abstenção, alertando para as consequências de um chumbo.

Mas se há divisões no PSD, a bancada do PS proporcionou uma longa noite de "interrogatório" sobre o PEC ao ministro Teixeira dos Santos. Ana Catarina Mendes, Vera Jardim, Duarte Cordeiro (líder da JS) e Maria de Belém expuseram as suas dúvidas. Catarina Mendes, por exemplo, questionou os tectos nas prestações sociais. João Galamba voltou ao tema da taxação das mais-valias.

O fantasma da instabilidade política pairou ontem no Palácio de S. Bento. Na véspera da votação da resolução do PS sobre o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), que hoje é debatido no Parlamento, os socialistas deram sinais de grande preocupação com as resistências no PSD ao texto. O "não" é abertamente defendido pelos candidatos à liderança Pedro Passos Coelho e Paulo Rangel, mas também membros da direcção e deputados fizeram coro pelo voto contra (ver página 10). O PS ainda acredita na abstenção do PSD e não acha necessária nova intervenção presidencial - Cavaco Silva já pediu aos partidos para ajudarem a aperfeiçoar o PEC.

Na reunião da bancada "laranja", Manuela Ferreira Leite esteve sob pressão e não excluiu liminarmente o cenário do voto contra, embora a decisão tenha sido adiada para hoje. E será hoje também que vão continuar as negociações entre PS, Governo e PSD, iniciadas ontem, para alterar o texto.

Até se chegar à negociação, que envolveu Francisco Assis, líder parlamentar do PS, Agostinho Branquinho, vice-presidente da bancada do PSD, e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, o ambiente foi de grande tensão. Com o cenário de chumbo da resolução de apoio ao PEC em cima da mesa, dirigentes do PS admitiam ao PÚBLICO que seria "um problema grave" para José Sócrates. O programa não é votado pelos deputados, mas o chumbo da resolução teria efeitos políticos internos e nos mercados internacionais. Um deputado socialista admitia mesmo que, com um voto contra do maior partido da oposição, o PSD estava "a esquecer a governabilidade".

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As consequências de um chumbo da resolução do PEC são, para já, tema tabu entre os socialistas. Mas a hipótese de apresentar uma moção de confiança era um cenário admitido implicitamente. Assis, por exemplo, não aceitou ontem falar do assunto e respondeu com um "não sei" se o chumbo ditaria a queda do executivo.

A verdade é que o dia no Parlamento foi longo e tenso. De manhã, o PS entregou o texto da resolução quando o PSD estava reunido e ouviram-se deputados como Pacheco Pereira, Pedro Rodrigues, líder da JSD, dois apoiantes de Rangel, e a independente Maria José Nogueira Pinto sugerir o voto contra. Aguiar-Branco, líder parlamentar, candidato e favorável à abstenção, ainda sugeriu que fosse dado um mandato à direcção para decidir, mas José Luís Arnaut propôs nova reunião para hoje, Segundo relatos feitos ao PÚBLICO, António Preto fez um discurso pela abstenção, alertando para as consequências de um chumbo.

Mas se há divisões no PSD, a bancada do PS proporcionou uma longa noite de "interrogatório" sobre o PEC ao ministro Teixeira dos Santos. Ana Catarina Mendes, Vera Jardim, Duarte Cordeiro (líder da JS) e Maria de Belém expuseram as suas dúvidas. Catarina Mendes, por exemplo, questionou os tectos nas prestações sociais. João Galamba voltou ao tema da taxação das mais-valias.

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