Manuel Alegre avança hoje nos Açores para Belém, PS decide na próxima segunda-feira

04-05-2010
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Sócrates convocou ontem, precisamente na véspera do anúncio oficial de candidatura de Alegre, uma reunião da direcção do PS

O secretário-geral do PS, José Sócrates, marcou ontem para o próximo dia 10 uma reunião do secretariado nacional, na qual será desencadeado o processo das eleições presidenciais, disse à agência Lusa fonte da direcção dos socialistas. A convocatória que está a seguir para os membros do secretariado nacional do PS acontece na véspera de Manuel Alegre formalizar em Ponta Delgada a sua candidatura presidencial.

Entre os dirigentes socialistas (membros do secretariado nacional) que estão com Manuel Alegre contam-se o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, o líder parlamentar do PS, Francisco Assis, o secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello, e o líder da JS, Duarte Cordeiro.

No entanto, dirigentes ligados à máquina de campanha dos socialistas, casos de André Figueiredo e Vieira da Silva, assim como o secretário nacional para as relações internacionais, José Lello, e a secretária de Estado Idália Moniz têm reservas face ao apoio a Manuel Alegre.

Manuel Alegre anuncia esta tarde a sua candidatura à Presidência da República. A ilha de São Miguel, para onde foi há 50 anos relegado pelo regime salazarista para cumprir castigo militar, foi o local simbolicamente escolhido para a apresentação justificada pela sua "grande ligação cultural, política e afectiva" aos Açores.

No Teatro Micaelense da mais ocidental região do país, sem estar sujeito à contabilidade e análise das ausências ou presenças de figuras gradas do PS da capital portuguesa, Alegre terá a seu lado um apoiante de peso, Carlos César, neste momento o dirigente socialista há mais anos no poder. O presidente do governo regional sempre defendeu a envolvimento do PS na recandidatura do poeta e autor de Escrito no Mar, lançado há dois anos no Palácio de Sant"Ana, sede da presidência em Ponta Delgada. O livro, com fotografias de Jorge Barros, reúne poemas sobre os Açores. Um desses poemas ("Tanto mar") foi escolhido por César para abrir a sua moção ao congresso de 2008.

Além da proximidade a César que, o regresso de Alegre aos Açores, terra natal de Antero de Quental e foco da resistência liberal no século XIX, permite recordar o tempo de serviço militar prestado em São Miguel, em 1961, por castigo devido à sua conhecida actividade oposicionista ao regime de Salazar e contra a guerra colonial. Nessa época, no âmbito do movimento de Juntas de Acção Patriótica, chega a planear com Melo Antunes e outros, a tomada da ilha, mas esse objectivo não foi concretizado.

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Fascinado pelo arquipélago, Alegre releva a atlanticidade do ser português. "Nós somos atlânticos, é isso que define a nossa identidade." E a elogia a acção governativa de César. "Há uma via açoriana que honra o socialismo português, uma via sobre a qual seria bom que se reflectisse no continente", disse o ex-deputado ao apresentar aquele livro em Angra.

Alertando para a necessidade de restituir à política a sua "dimensão humanista" e acrescentar "um pouco mais de sonho", "um pouco de poesia", Alegre elogia a "elevada sensibilidade social" do governante açoriano, que "honra a herança de Antero e do socialismo português". "Não é um socialismo de plástico, feito por uma agência de comunicação", frisou.

César foi dos raros dirigentes do PS a defender, na primeira comissão política após as europeias, a inclusão do nome de Alegre nas listas para as legislativas. E recentemente avisou o PS que deveria apoiar unicamente Alegre, candidato que reúne o consenso da esquerda. com Lusa

Sócrates convocou ontem, precisamente na véspera do anúncio oficial de candidatura de Alegre, uma reunião da direcção do PS

O secretário-geral do PS, José Sócrates, marcou ontem para o próximo dia 10 uma reunião do secretariado nacional, na qual será desencadeado o processo das eleições presidenciais, disse à agência Lusa fonte da direcção dos socialistas. A convocatória que está a seguir para os membros do secretariado nacional do PS acontece na véspera de Manuel Alegre formalizar em Ponta Delgada a sua candidatura presidencial.

Entre os dirigentes socialistas (membros do secretariado nacional) que estão com Manuel Alegre contam-se o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, o líder parlamentar do PS, Francisco Assis, o secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello, e o líder da JS, Duarte Cordeiro.

No entanto, dirigentes ligados à máquina de campanha dos socialistas, casos de André Figueiredo e Vieira da Silva, assim como o secretário nacional para as relações internacionais, José Lello, e a secretária de Estado Idália Moniz têm reservas face ao apoio a Manuel Alegre.

Manuel Alegre anuncia esta tarde a sua candidatura à Presidência da República. A ilha de São Miguel, para onde foi há 50 anos relegado pelo regime salazarista para cumprir castigo militar, foi o local simbolicamente escolhido para a apresentação justificada pela sua "grande ligação cultural, política e afectiva" aos Açores.

No Teatro Micaelense da mais ocidental região do país, sem estar sujeito à contabilidade e análise das ausências ou presenças de figuras gradas do PS da capital portuguesa, Alegre terá a seu lado um apoiante de peso, Carlos César, neste momento o dirigente socialista há mais anos no poder. O presidente do governo regional sempre defendeu a envolvimento do PS na recandidatura do poeta e autor de Escrito no Mar, lançado há dois anos no Palácio de Sant"Ana, sede da presidência em Ponta Delgada. O livro, com fotografias de Jorge Barros, reúne poemas sobre os Açores. Um desses poemas ("Tanto mar") foi escolhido por César para abrir a sua moção ao congresso de 2008.

Além da proximidade a César que, o regresso de Alegre aos Açores, terra natal de Antero de Quental e foco da resistência liberal no século XIX, permite recordar o tempo de serviço militar prestado em São Miguel, em 1961, por castigo devido à sua conhecida actividade oposicionista ao regime de Salazar e contra a guerra colonial. Nessa época, no âmbito do movimento de Juntas de Acção Patriótica, chega a planear com Melo Antunes e outros, a tomada da ilha, mas esse objectivo não foi concretizado.

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Fascinado pelo arquipélago, Alegre releva a atlanticidade do ser português. "Nós somos atlânticos, é isso que define a nossa identidade." E a elogia a acção governativa de César. "Há uma via açoriana que honra o socialismo português, uma via sobre a qual seria bom que se reflectisse no continente", disse o ex-deputado ao apresentar aquele livro em Angra.

Alertando para a necessidade de restituir à política a sua "dimensão humanista" e acrescentar "um pouco mais de sonho", "um pouco de poesia", Alegre elogia a "elevada sensibilidade social" do governante açoriano, que "honra a herança de Antero e do socialismo português". "Não é um socialismo de plástico, feito por uma agência de comunicação", frisou.

César foi dos raros dirigentes do PS a defender, na primeira comissão política após as europeias, a inclusão do nome de Alegre nas listas para as legislativas. E recentemente avisou o PS que deveria apoiar unicamente Alegre, candidato que reúne o consenso da esquerda. com Lusa

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