Eventual candidatura de Ribeiro e Castro causa mal-estar no CDS

21-09-2010
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A porta aberta que o ex-?-líder do CDS deixou a uma possível entrada na corrida presidencial não agradou à direcção do partido, mas entusiasmou os alegristas

a Mal-estar no CDS, prudência ao centro e entusiasmo entre os alegristas. Estas foram algumas das reacções causadas por uma possível candidatura à Presidência da República de Ribeiro e Castro, deputado do CDS e antigo líder do partido. O próprio diz que está a avaliar o "sentimento social" e que não quer "meter" o partido neste processo.

À direita, poucos duvidam de que Manuel Alegre seria o grande beneficiado com o aparecimento de um candidato no mesmo espaço político de Cavaco Silva. "Teoricamente, as divisões à direita beneficiam a esquerda", afirma Guilherme Silva, deputado do PSD e vice-presidente da Assembleia da República. "Com todo o respeito pelos candidatos, não me parece que pudesse ganhar um fulgor que pusesse em causa a vitória de Cavaco Silva à primeira volta", diz o deputado, que, no entanto, é prudente: "É estar a brincar com o fogo. Eleger um candidato de direita pura é impensável em Portugal e podemos acabar com um candidato de esquerda."

É esta matemática que entusiasma os alegristas. "A direita acha que esta candidatura [a de Ribeiro e Castro] pode não eleger Cavaco Silva à primeira volta e que aí Manuel Alegre pode ir a uma segunda volta. Nós estamos confiantes de que é isso que vai acontecer, mas a direita parece ainda estar mais", ironiza Duarte Cordeiro, director de campanha do candidato apoiado pelo PS.

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A mediatização em torno de uma eventual candidatura de Ribeiro e Castro causou mal-estar na cúpula do CDS. Sinal disso mesmo é a declaração de Paulo Portas ao final da tarde de ontem, quando lembrou que há órgãos próprios do partido para tomar decisões sobre presidenciais. "Se alguém tiver uma proposta diferente, vai ao conselho nacional, apresenta a sua ideia, pede uma votação, os conselheiros ouvem, meditam, votam e o assunto resolve-se natural e democraticamente", disse o líder do CDS, que já manifestou o seu apoio a Cavaco Silva se o actual Presidente se candidatar. Portas lembrou ainda que a decisão de apoiar Cavaco Silva em 2005 foi tomada em conselho nacional, embora não tenha referido que nessa altura foi Ribeiro e Castro quem propôs esse apoio ao actual presidente quando liderava o CDS. E que foi muito contestado internamente.

O tiro foi apontado a Ribeiro e Castro, que, no entanto, rejeita relacionar o partido com uma eventual candidatura. "Não quero meter o apoio do CDS nisto", disse ontem ao PÚBLICO. O ex-líder do CDS diz que deverá ter a decisão tomada até meados de Outubro e que está a avaliar o "sentimento social". "Há sinais que abalam a solidez do eleitorado de Cavaco Silva de 2006", diz, reconhecendo que um desses sinais está relacionado com a promulgação do diploma do casamento homossexual.

Outra voz no CDS, a do vice-presidente Diogo Feio, lembra que as presidenciais "não são momentos de afirmação partidária, tirando o caso do PCP". Em sintonia com a posição oficial do partido, Diogo Feio diz achar natural que as pessoas do centro e da direita se sintam representadas por uma candidatura de Cavaco. E se há muitos que poderiam ver, com a candidatura do deputado do CDS, um enfraquecimento de Portas, há quem no CDS defenda que neste momento é Ribeiro e Castro quem tem mais a perder.

A porta aberta que o ex-?-líder do CDS deixou a uma possível entrada na corrida presidencial não agradou à direcção do partido, mas entusiasmou os alegristas

a Mal-estar no CDS, prudência ao centro e entusiasmo entre os alegristas. Estas foram algumas das reacções causadas por uma possível candidatura à Presidência da República de Ribeiro e Castro, deputado do CDS e antigo líder do partido. O próprio diz que está a avaliar o "sentimento social" e que não quer "meter" o partido neste processo.

À direita, poucos duvidam de que Manuel Alegre seria o grande beneficiado com o aparecimento de um candidato no mesmo espaço político de Cavaco Silva. "Teoricamente, as divisões à direita beneficiam a esquerda", afirma Guilherme Silva, deputado do PSD e vice-presidente da Assembleia da República. "Com todo o respeito pelos candidatos, não me parece que pudesse ganhar um fulgor que pusesse em causa a vitória de Cavaco Silva à primeira volta", diz o deputado, que, no entanto, é prudente: "É estar a brincar com o fogo. Eleger um candidato de direita pura é impensável em Portugal e podemos acabar com um candidato de esquerda."

É esta matemática que entusiasma os alegristas. "A direita acha que esta candidatura [a de Ribeiro e Castro] pode não eleger Cavaco Silva à primeira volta e que aí Manuel Alegre pode ir a uma segunda volta. Nós estamos confiantes de que é isso que vai acontecer, mas a direita parece ainda estar mais", ironiza Duarte Cordeiro, director de campanha do candidato apoiado pelo PS.

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A mediatização em torno de uma eventual candidatura de Ribeiro e Castro causou mal-estar na cúpula do CDS. Sinal disso mesmo é a declaração de Paulo Portas ao final da tarde de ontem, quando lembrou que há órgãos próprios do partido para tomar decisões sobre presidenciais. "Se alguém tiver uma proposta diferente, vai ao conselho nacional, apresenta a sua ideia, pede uma votação, os conselheiros ouvem, meditam, votam e o assunto resolve-se natural e democraticamente", disse o líder do CDS, que já manifestou o seu apoio a Cavaco Silva se o actual Presidente se candidatar. Portas lembrou ainda que a decisão de apoiar Cavaco Silva em 2005 foi tomada em conselho nacional, embora não tenha referido que nessa altura foi Ribeiro e Castro quem propôs esse apoio ao actual presidente quando liderava o CDS. E que foi muito contestado internamente.

O tiro foi apontado a Ribeiro e Castro, que, no entanto, rejeita relacionar o partido com uma eventual candidatura. "Não quero meter o apoio do CDS nisto", disse ontem ao PÚBLICO. O ex-líder do CDS diz que deverá ter a decisão tomada até meados de Outubro e que está a avaliar o "sentimento social". "Há sinais que abalam a solidez do eleitorado de Cavaco Silva de 2006", diz, reconhecendo que um desses sinais está relacionado com a promulgação do diploma do casamento homossexual.

Outra voz no CDS, a do vice-presidente Diogo Feio, lembra que as presidenciais "não são momentos de afirmação partidária, tirando o caso do PCP". Em sintonia com a posição oficial do partido, Diogo Feio diz achar natural que as pessoas do centro e da direita se sintam representadas por uma candidatura de Cavaco. E se há muitos que poderiam ver, com a candidatura do deputado do CDS, um enfraquecimento de Portas, há quem no CDS defenda que neste momento é Ribeiro e Castro quem tem mais a perder.

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