PS isola Soares na crítica a Alegre

27-06-2010
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O PS deixou Mário Soares a criticar sozinho. No dia em que ouviram o antigo presidente chamar "erro grave" à decisão de apoiar Manuel Alegre na corrida a Belém, os socialistas - opositores e apoiantes do poeta - uniram-se no silêncio e fugiram à polémica para não abrir mais as feridas internas.

Soares escreveu num artigo de opinião no DN que a decisão de José Sócrates de apoiar a candidatura de Alegre pode ser "fatal" para o futuro político do partido. O fundador do PS invocou razões "exclusivamente políticas". Mas muitos socialistas viram nessas palavras um eco da corrida de 2006 - quando Alegre e Soares se defrontaram nas urnas - que fez azedar a relação entre os velhos companheiros de resistência à ditadura.

Um deputado ouvido pelo DN disse que "toda a gente conhece as razões do doutor Soares". E acrescentou: "Não vale a pena comentar mais nada. Nós apoiamos Manuel Alegre." Em declarações à Lusa, também Paulo Pedroso, ministro de António Guterres, considerou que "embora naturalmente excessiva", a reacção de Soares é "inteiramente compreensível, face ao que aconteceu nas eleições presidenciais passadas".

Duarte Cordeiro, que esteve com Soares em 2006, disse não ter ficado surpreendido com o aviso. O líder da JS lembrou que "a escolha de um candidato nunca é consensual" e que já houve outros candidatos socialistas que partiram em pior posição do que Alegre. Cordeiro defendeu que na corrida contra "Cavaco Silva está tudo em aberto" e acrescentou de forma pacificadora: "Esperemos que Mário Soares não tenha razão." Uma frase também repetida pela eurodeputada Edite Estrela.

A contenção dos alegristas espelha o estatuto de Soares no partido e o esforço de pacificação depois de, no domingo, a Comissão Nacional do partido ter votado a favor do apoio a Alegre. A mesma atitude foi seguida pelos mais próximos de José Sócrates, onde se contam mesmo muitos dos críticos da candidatura do poeta. Sérgio Sousa Pinto recusou comentar e prometeu seguir a posição que o partido tomou.

O mesmo voto de silêncio resignado já tinha sido feito por Vitalino Canas, José Lello e Capoulas Santos no rescaldo da votação da comissão nacional de domingo. Apesar das intervenções de oposição, o órgão máximo entre partidos votou por 170 votos contra dez o apoio à candidatura do poeta.

Manuel Alegre ainda não falou desde então, e só deve quebrar o silêncio hoje, numa entrevista na RTP1. O candidato independente está a escolher a sua equipa e a preparar a campanha, agora que juntou os apoios do BE e do PS.

Alegre, que em 2006 conseguiu mais de um milhão de votos, evitará colar-se ao PS - deixando o flanco a Fernando Nobre. Mas desta vez pode contar com a máquina do PS.

Em declarações ao JN, presidentes das federações socialistas prometeram cumprir com a sua "obrigação" de dar apoio à candidatura, mas avisaram de que cabe a Manuel Alegre tomar a iniciativa e pedir ajuda. Vera Jardim também garantiu à Rádio Renascença que o PS vai "apostar a fundo" em Alegre. O vice-presidente da AR disse não ter dúvidas de que "o apoio de Sócrates a Alegre é convicto".

O PS deixou Mário Soares a criticar sozinho. No dia em que ouviram o antigo presidente chamar "erro grave" à decisão de apoiar Manuel Alegre na corrida a Belém, os socialistas - opositores e apoiantes do poeta - uniram-se no silêncio e fugiram à polémica para não abrir mais as feridas internas.

Soares escreveu num artigo de opinião no DN que a decisão de José Sócrates de apoiar a candidatura de Alegre pode ser "fatal" para o futuro político do partido. O fundador do PS invocou razões "exclusivamente políticas". Mas muitos socialistas viram nessas palavras um eco da corrida de 2006 - quando Alegre e Soares se defrontaram nas urnas - que fez azedar a relação entre os velhos companheiros de resistência à ditadura.

Um deputado ouvido pelo DN disse que "toda a gente conhece as razões do doutor Soares". E acrescentou: "Não vale a pena comentar mais nada. Nós apoiamos Manuel Alegre." Em declarações à Lusa, também Paulo Pedroso, ministro de António Guterres, considerou que "embora naturalmente excessiva", a reacção de Soares é "inteiramente compreensível, face ao que aconteceu nas eleições presidenciais passadas".

Duarte Cordeiro, que esteve com Soares em 2006, disse não ter ficado surpreendido com o aviso. O líder da JS lembrou que "a escolha de um candidato nunca é consensual" e que já houve outros candidatos socialistas que partiram em pior posição do que Alegre. Cordeiro defendeu que na corrida contra "Cavaco Silva está tudo em aberto" e acrescentou de forma pacificadora: "Esperemos que Mário Soares não tenha razão." Uma frase também repetida pela eurodeputada Edite Estrela.

A contenção dos alegristas espelha o estatuto de Soares no partido e o esforço de pacificação depois de, no domingo, a Comissão Nacional do partido ter votado a favor do apoio a Alegre. A mesma atitude foi seguida pelos mais próximos de José Sócrates, onde se contam mesmo muitos dos críticos da candidatura do poeta. Sérgio Sousa Pinto recusou comentar e prometeu seguir a posição que o partido tomou.

O mesmo voto de silêncio resignado já tinha sido feito por Vitalino Canas, José Lello e Capoulas Santos no rescaldo da votação da comissão nacional de domingo. Apesar das intervenções de oposição, o órgão máximo entre partidos votou por 170 votos contra dez o apoio à candidatura do poeta.

Manuel Alegre ainda não falou desde então, e só deve quebrar o silêncio hoje, numa entrevista na RTP1. O candidato independente está a escolher a sua equipa e a preparar a campanha, agora que juntou os apoios do BE e do PS.

Alegre, que em 2006 conseguiu mais de um milhão de votos, evitará colar-se ao PS - deixando o flanco a Fernando Nobre. Mas desta vez pode contar com a máquina do PS.

Em declarações ao JN, presidentes das federações socialistas prometeram cumprir com a sua "obrigação" de dar apoio à candidatura, mas avisaram de que cabe a Manuel Alegre tomar a iniciativa e pedir ajuda. Vera Jardim também garantiu à Rádio Renascença que o PS vai "apostar a fundo" em Alegre. O vice-presidente da AR disse não ter dúvidas de que "o apoio de Sócrates a Alegre é convicto".

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