VIDA DE ÁRBITRO: Opinião (1)

20-05-2011
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13 anos depois das primeiras eleições onde puder exercer o meu direito de voto, vejo-me pela primeira vez confrontado com uma situação: hoje, a dois dias do acto eleitoral, continuo com dúvidas sobre o meu voto. Estranho??? Talvez (ou talvez não).Decidi partilhar, escrevendo aqui, o meu pensamento sobre estas eleições na esperança de ao longo destas linhas encontrar a solução para este sextilema (palavra que não deve existir, mas que traduz o dilema de escolha entre seis candidatos).Comecemos pelo principio. Afastado (momentaneamente) das lides politicas activas, não estou aglutinado por nenhuma campanha, facto que só por si me deixa mais lúcido na análise e possível escolha do sentido de voto e ao mesmo tempo me permite ter mais tempo para acompanhar as seis candidaturas.Nota PréviaDefendo à muito, que nestas eleições, os votos brancos deveriam contar como % dos votos que somados a outros poderiam impedir um candidato de ser eleito à primeira. Assim não sendo, resta-me fazer um trabalho (não pode ser muito rigoroso sob pena de nada restar) de exclusão de partes:Não de certezaCavaco SilvaComo disse um dia Pinto Balsemão, Cavaco tem uma agenda de conquista de poder só dele, tem (acrescento eu) uma estratégia estranha de fazer campanhas, mas que sejamos justos, tem dado resultados.Tem o "rabo" preso no caso BPN e utiliza (bem) a vitimização para se escapar chegando a aludir uma celebre frase de Socrates para dizer que todos teríamos de nascer duas vezes para ser mais sérios que ele (que apenas recebe 10000 euros de reformas que até ontem acumulava com o vencimento de Presidente).Como chefe de estado (que ainda é), já aconselhou uma senhora a procurar ajuda fora do Estado (está tudo dito quanto ao valor que ele atribui ao cargo).Veredicto: Pela primeira vez (após Eanes, Soares e Sampaio) não vejo vantagens na auto sucessão do Presidente. Mal durante quase todo o mandato, mal na campanha, mal na tentativa de passar a imagem de "santo" que como todos sabemos, não o é. Simplesmente mal.Não porque nãoDefensor MouraUtilizou o seu direito cívico para apresentar uma candidatura alternativa dentro do seu Partido. Não conseguiu mobilizar a "ala" do PS que o poderia suportar e foi enterrando a sua candidatura em pequenas peças (muito resumidas ao Norte do pais) tendo apenas conseguido alguns pontos nos debates televisivos, mas ainda assim sem expressão nem significado (pelo menos para mim) que o levem a ser um possível Presidente.Veredicto: Terminadas as eleições deverás, porque o mereces, sentir o dever cumprido. Foste um candidato com poucos recursos, pouca "máquina", mas com sentido cívico e isso (nos nossos dias) é sempre louvável.Francisco LopesPenso que de desconhecido da opinião pública, passará a conhecido, mas pouco. Fez o seu papel nesta campanha, um papel digno de fiel candidato do Partido Comunista, com a normal aceitação das bases do partido e dos "trabalhadores". Falhou nos debates e não conseguirá nem mais um voto do que os que estão sempre reservados ao seu Partido.Veredicto: Tal como Defensor Moura, penso que fizeste o seu papel na campanha e que a partir de segunda-feira voltarás ao teu papel na sociedade com o sentimento de dever cumprido.Não por razões óbviasJosé Manuel CoelhoSe o cargo não fosse, tão somente, o de Chefe de Estado do pais, o meu voto estava entregue a este senhor. Inteligente (engana bem, não engana???), com sentido de humor, sem recursos, sem "papas na língua" e com coragem tem no entanto um senão (uma coisita pequena): não tem, nem nunca terá (felizmente) sentido de estado. É um pormenorzito sem importância, mas que me leva a imagina-lo a chamar pedófilo ao Berlusconi, maluco ao Mahmoud Ahmadinejad, preto ao Barac Obama ou ditador ao Mugabe. Ora verdades, por verdades, que as digas sobre o Alberto João.Veredicto: Não posso votar em ti. Fica a promessa: se algum dia existir um cargo que não exija decoro, sentido de estado e equilíbrio, o meu voto é teu.Não à justaFernando NobreParecia uma boa solução. Homem com carreira médica/humanitária, fundador de uma das maiores organizações não governamentais, apartidário e com alguns apoios interessantes. Foi-se apagando. Mal em alguns debates, com uma organização de campanha estranha, com falta de poder de comunicação (foi o que mais me surpreendeu) e com algumas declarações menos conseguidas foi perdendo o fulgor inicial e esta irremediavelmente afastado da vitória.Veredicto: Partiu na frente e apenas por culpa própria perdeu esta batalha (sim, que isto de ter o meu voto é e deveria ser sempre uma batalha)Não (desculpem)... SIMManuel AlegrePor exclusão de partesPorque me sinto na obrigação de não votar brancoPorque tem o apoio do meu partidoVeredicto: Com um 9,5 depois de ter corrigido o teste quatro vezes, ganhaste um voto. Mais não digo ou penso, antes que mude de ideias...


13 anos depois das primeiras eleições onde puder exercer o meu direito de voto, vejo-me pela primeira vez confrontado com uma situação: hoje, a dois dias do acto eleitoral, continuo com dúvidas sobre o meu voto. Estranho??? Talvez (ou talvez não).Decidi partilhar, escrevendo aqui, o meu pensamento sobre estas eleições na esperança de ao longo destas linhas encontrar a solução para este sextilema (palavra que não deve existir, mas que traduz o dilema de escolha entre seis candidatos).Comecemos pelo principio. Afastado (momentaneamente) das lides politicas activas, não estou aglutinado por nenhuma campanha, facto que só por si me deixa mais lúcido na análise e possível escolha do sentido de voto e ao mesmo tempo me permite ter mais tempo para acompanhar as seis candidaturas.Nota PréviaDefendo à muito, que nestas eleições, os votos brancos deveriam contar como % dos votos que somados a outros poderiam impedir um candidato de ser eleito à primeira. Assim não sendo, resta-me fazer um trabalho (não pode ser muito rigoroso sob pena de nada restar) de exclusão de partes:Não de certezaCavaco SilvaComo disse um dia Pinto Balsemão, Cavaco tem uma agenda de conquista de poder só dele, tem (acrescento eu) uma estratégia estranha de fazer campanhas, mas que sejamos justos, tem dado resultados.Tem o "rabo" preso no caso BPN e utiliza (bem) a vitimização para se escapar chegando a aludir uma celebre frase de Socrates para dizer que todos teríamos de nascer duas vezes para ser mais sérios que ele (que apenas recebe 10000 euros de reformas que até ontem acumulava com o vencimento de Presidente).Como chefe de estado (que ainda é), já aconselhou uma senhora a procurar ajuda fora do Estado (está tudo dito quanto ao valor que ele atribui ao cargo).Veredicto: Pela primeira vez (após Eanes, Soares e Sampaio) não vejo vantagens na auto sucessão do Presidente. Mal durante quase todo o mandato, mal na campanha, mal na tentativa de passar a imagem de "santo" que como todos sabemos, não o é. Simplesmente mal.Não porque nãoDefensor MouraUtilizou o seu direito cívico para apresentar uma candidatura alternativa dentro do seu Partido. Não conseguiu mobilizar a "ala" do PS que o poderia suportar e foi enterrando a sua candidatura em pequenas peças (muito resumidas ao Norte do pais) tendo apenas conseguido alguns pontos nos debates televisivos, mas ainda assim sem expressão nem significado (pelo menos para mim) que o levem a ser um possível Presidente.Veredicto: Terminadas as eleições deverás, porque o mereces, sentir o dever cumprido. Foste um candidato com poucos recursos, pouca "máquina", mas com sentido cívico e isso (nos nossos dias) é sempre louvável.Francisco LopesPenso que de desconhecido da opinião pública, passará a conhecido, mas pouco. Fez o seu papel nesta campanha, um papel digno de fiel candidato do Partido Comunista, com a normal aceitação das bases do partido e dos "trabalhadores". Falhou nos debates e não conseguirá nem mais um voto do que os que estão sempre reservados ao seu Partido.Veredicto: Tal como Defensor Moura, penso que fizeste o seu papel na campanha e que a partir de segunda-feira voltarás ao teu papel na sociedade com o sentimento de dever cumprido.Não por razões óbviasJosé Manuel CoelhoSe o cargo não fosse, tão somente, o de Chefe de Estado do pais, o meu voto estava entregue a este senhor. Inteligente (engana bem, não engana???), com sentido de humor, sem recursos, sem "papas na língua" e com coragem tem no entanto um senão (uma coisita pequena): não tem, nem nunca terá (felizmente) sentido de estado. É um pormenorzito sem importância, mas que me leva a imagina-lo a chamar pedófilo ao Berlusconi, maluco ao Mahmoud Ahmadinejad, preto ao Barac Obama ou ditador ao Mugabe. Ora verdades, por verdades, que as digas sobre o Alberto João.Veredicto: Não posso votar em ti. Fica a promessa: se algum dia existir um cargo que não exija decoro, sentido de estado e equilíbrio, o meu voto é teu.Não à justaFernando NobreParecia uma boa solução. Homem com carreira médica/humanitária, fundador de uma das maiores organizações não governamentais, apartidário e com alguns apoios interessantes. Foi-se apagando. Mal em alguns debates, com uma organização de campanha estranha, com falta de poder de comunicação (foi o que mais me surpreendeu) e com algumas declarações menos conseguidas foi perdendo o fulgor inicial e esta irremediavelmente afastado da vitória.Veredicto: Partiu na frente e apenas por culpa própria perdeu esta batalha (sim, que isto de ter o meu voto é e deveria ser sempre uma batalha)Não (desculpem)... SIMManuel AlegrePor exclusão de partesPorque me sinto na obrigação de não votar brancoPorque tem o apoio do meu partidoVeredicto: Com um 9,5 depois de ter corrigido o teste quatro vezes, ganhaste um voto. Mais não digo ou penso, antes que mude de ideias...

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