vinham de longe, vinham sozinhos, vinham p´ra guerra que desejavam

24-05-2011
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Nota prévia: Não conheço, pessoalmente (tipo apertar a mão ou dizer olá) nenhum dos intervenientes na prosa seguinte, excepto José Saramago, a quem apertei a mão numa feira do livro, em Lisboa, finais dos anos noventa, princípios do novo milénio (não consigo ser mais específico) a quem disse algo do género: parabéns pelo prémio da Real Academia Sueca, Sartre recusou-o, lembro um olhar atarantado e confesso, tive pena, o homem estava no stand da Caminho (na altura, intimamente, ligada ao Partido Comunista Português) a dar, ou melhor, a vender autógrafos, a quem comprava livros, não esperava, nem a frase, nem o sorriso irónico, nem o autógrafo que lhe solicitei para o meu amigo Marcelino, capitão de Abril, para mim, não, não aprecio o que escreve, lembro de Saramago se baixar para escrever [ele estava sentado, eu, de pé] lembro-me de ter olhado em frente e para a minha esquerda, umas letras, numa avenida, chamada: Liberdade, umas letras que juntas me sussuravam: Diário de Notícias; acabou de escrever, o nosso olhar voltou a encontrar-se, apontei por cima do seu ombro direito e disse-lhe: trabalhou ali, não foi? ... boa tarde e obrigado...Não me orgulho da atitude que tive, hoje não o teria feito, tinha trinta e poucos anos e muito mais certezas que aquelas que tenho hoje.Apesar disso não esperaria uma pessoa morrer para depois escrever textos como este.Julgo que aquilo que temos para dizer a alguém devemos dizer-lho na cara, depois de morto, já não adiantará nada, a não ser exista outra vida e como o Nova Aliança é um jornal ligado à Igreja Católica, José, o leia no além. Como comecei por dizer não conheço Santana-Maia mas a um doutor em leis exige-se rigor; o morto que morreu de morte morrida não se chamava Couto dos Santos, chamava-se Couto Viana, era este «senhor» falangista que um dos vereadores da câmara de Abrantes queria ver agraciado na Assembleia da República.Rigor é aquilo que Abílio Pombinho coloca no que escreve, opina, denuncia, mostra, não concordo com muito do que por lá se escreve, mas aprecio, bastante, a frontalidade com que o faz.Compreendo esta atitude, aquilo que as pessoas escrevem escudadas no anonimato é, de facto, nojento; não compreendo é que tenha sido tão radical, há maneira de impedir novos comentários mostrando os comentários que entretanto tinham sido efectuados em posts anteriores.Este não é um post sobre Saramago, é sobre atitudes, coisas que fazemos e não deveríamos ter feito, erros que cometemos e não deveríamos cometer...

Nota prévia: Não conheço, pessoalmente (tipo apertar a mão ou dizer olá) nenhum dos intervenientes na prosa seguinte, excepto José Saramago, a quem apertei a mão numa feira do livro, em Lisboa, finais dos anos noventa, princípios do novo milénio (não consigo ser mais específico) a quem disse algo do género: parabéns pelo prémio da Real Academia Sueca, Sartre recusou-o, lembro um olhar atarantado e confesso, tive pena, o homem estava no stand da Caminho (na altura, intimamente, ligada ao Partido Comunista Português) a dar, ou melhor, a vender autógrafos, a quem comprava livros, não esperava, nem a frase, nem o sorriso irónico, nem o autógrafo que lhe solicitei para o meu amigo Marcelino, capitão de Abril, para mim, não, não aprecio o que escreve, lembro de Saramago se baixar para escrever [ele estava sentado, eu, de pé] lembro-me de ter olhado em frente e para a minha esquerda, umas letras, numa avenida, chamada: Liberdade, umas letras que juntas me sussuravam: Diário de Notícias; acabou de escrever, o nosso olhar voltou a encontrar-se, apontei por cima do seu ombro direito e disse-lhe: trabalhou ali, não foi? ... boa tarde e obrigado...Não me orgulho da atitude que tive, hoje não o teria feito, tinha trinta e poucos anos e muito mais certezas que aquelas que tenho hoje.Apesar disso não esperaria uma pessoa morrer para depois escrever textos como este.Julgo que aquilo que temos para dizer a alguém devemos dizer-lho na cara, depois de morto, já não adiantará nada, a não ser exista outra vida e como o Nova Aliança é um jornal ligado à Igreja Católica, José, o leia no além. Como comecei por dizer não conheço Santana-Maia mas a um doutor em leis exige-se rigor; o morto que morreu de morte morrida não se chamava Couto dos Santos, chamava-se Couto Viana, era este «senhor» falangista que um dos vereadores da câmara de Abrantes queria ver agraciado na Assembleia da República.Rigor é aquilo que Abílio Pombinho coloca no que escreve, opina, denuncia, mostra, não concordo com muito do que por lá se escreve, mas aprecio, bastante, a frontalidade com que o faz.Compreendo esta atitude, aquilo que as pessoas escrevem escudadas no anonimato é, de facto, nojento; não compreendo é que tenha sido tão radical, há maneira de impedir novos comentários mostrando os comentários que entretanto tinham sido efectuados em posts anteriores.Este não é um post sobre Saramago, é sobre atitudes, coisas que fazemos e não deveríamos ter feito, erros que cometemos e não deveríamos cometer...

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