nortadas: O €uro e €u

07-08-2010
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Quando o €uro cá chegou €u fiquei satisfeito. Por duas razões:A primeira, algo egoísta, por facilitar um pouco a vida ao €u viajante europeu.A segunda, já como €u português, por o meu nariz sentir então o perfume do €uro como a solução mágica para a tão necessária disciplina das nossas finanças públicas.Efectivamente, deixando o estado de ter o poder de emitir moeda própria e perdendo instrumentos de política monetária, ficaria obrigado a trocar a ficção pela realidade, assim se impondo, pensava €u, a tal disciplina financeira que de outro modo nunca seríamos capazes.Aquela coisa de iludir permanentes défices com recurso às rotativas do BdP e contínuo definhamento do escudo tinha mesmo de acabar. Ou acabaríamos nós.Na verdade, não fomos capazes (ainda?) de impor disciplina nas contas públicas. Mas, pelo menos, o martelinho da zona €uro continua bem em cima das nossas cabeças. O que muito ajuda...Mas, não sendo €u economista nem financeiro, com a chegada do €uro, o m€u nariz também ficou algo intrigado.É que, sendo a emissão de moeda (e as ferramentas de política monetária que lhe estão normalmente associadas) um dos elementos ditos de soberania, como gerir uma moeda comum (e apenas a alguns dos países da UE) sem soberania?A resposta veio do pacto de estabilidade acordado pelos e para os países da zona €uro: (1) o défice público nunca poderia exceder 3% do PIB e (2) a dívida pública nunca poderia ser superiora 70% do PIB.Estas 2 regrasinhas, que continuo a pensar como simples e inteligentes, tinham porém um pequeno defeito. Não havendo soberania da zona €uro, a responsabilidade pelo seu cumprimento ficava com cada um dos estados.Para o garantir foram então acordadas penalizações para os relapsos.Porém, torneando a aplicação destas penalizações, a zona €uro passou a considerar cumpridor quem apresentasse um plano de regressar ao bom caminho em poucos anos, o que, ao invés de resolver o problema, agravou-o, pois que outros deixaram de se sentir pressionados, ou obrigados a cumprir também.E, agora, o €uro é que paga...Não obstante, e apesar de preocupado, €u continuo a acreditar no €uro.


Quando o €uro cá chegou €u fiquei satisfeito. Por duas razões:A primeira, algo egoísta, por facilitar um pouco a vida ao €u viajante europeu.A segunda, já como €u português, por o meu nariz sentir então o perfume do €uro como a solução mágica para a tão necessária disciplina das nossas finanças públicas.Efectivamente, deixando o estado de ter o poder de emitir moeda própria e perdendo instrumentos de política monetária, ficaria obrigado a trocar a ficção pela realidade, assim se impondo, pensava €u, a tal disciplina financeira que de outro modo nunca seríamos capazes.Aquela coisa de iludir permanentes défices com recurso às rotativas do BdP e contínuo definhamento do escudo tinha mesmo de acabar. Ou acabaríamos nós.Na verdade, não fomos capazes (ainda?) de impor disciplina nas contas públicas. Mas, pelo menos, o martelinho da zona €uro continua bem em cima das nossas cabeças. O que muito ajuda...Mas, não sendo €u economista nem financeiro, com a chegada do €uro, o m€u nariz também ficou algo intrigado.É que, sendo a emissão de moeda (e as ferramentas de política monetária que lhe estão normalmente associadas) um dos elementos ditos de soberania, como gerir uma moeda comum (e apenas a alguns dos países da UE) sem soberania?A resposta veio do pacto de estabilidade acordado pelos e para os países da zona €uro: (1) o défice público nunca poderia exceder 3% do PIB e (2) a dívida pública nunca poderia ser superiora 70% do PIB.Estas 2 regrasinhas, que continuo a pensar como simples e inteligentes, tinham porém um pequeno defeito. Não havendo soberania da zona €uro, a responsabilidade pelo seu cumprimento ficava com cada um dos estados.Para o garantir foram então acordadas penalizações para os relapsos.Porém, torneando a aplicação destas penalizações, a zona €uro passou a considerar cumpridor quem apresentasse um plano de regressar ao bom caminho em poucos anos, o que, ao invés de resolver o problema, agravou-o, pois que outros deixaram de se sentir pressionados, ou obrigados a cumprir também.E, agora, o €uro é que paga...Não obstante, e apesar de preocupado, €u continuo a acreditar no €uro.

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