nortadas: Olhares cruzados

01-06-2010
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Ontem lá se realizou mais um dos debates organizados pelo Jornal Público e pela UCP. Casa cheia para assistir ao debate entre Paulo Rangel e José Manuel Fernandes, moderados por Rui Moreira, e que tinha como pano de fundo "Centralidade: Lisboa aliada ou rival".Coube a Paulo Rangel (PR)abrir a sessão e fê-lo de uma forma brilhante. A sua tese acentava em algumas bases, 4, que eram mais ao menos estas:- lisboa não é rival nem aliada porque não nos teme nem nos reconhece. Vota-nos à indiferença- porto não deve ser uma segunda Lisboa, não deve ter aspirações a ser capital, o Porto tem que bastar-se enquanto Porto (aqui fez uma engraçada tese com o facto de quando as pessoas se referem à cidade dizem "o Porto" o que até nos estrangeiros isso acontece, fenómeno que não acontece com mais nenhuma cidade)- que um país se pode organizar num modelo de "ciade de estado" com uma concentração numa grande urbe e neste caso em volta de Lisboa(visão à João Cravinho como lhe chamou) ou um modelo de "estado de cidades" como é o caso Holandês de cidades de média dimensão e de fácil mobilização entre elas. - a regionalização era uma solução para alguns dos males do Porto, não podendo ser feita a solução passa pela união de regiões neste caso cidades, e Porto deveria unir-se a Vila Nova de Gaia criando assim uma urbe de dimensões já consideráveis mesmo para um panorama europeuA partir daqui PR (Paulo Rangel que não Presidente República) disponibilizou-se mesmo a integrar um movimento que pugna-se pela união de Porto e Gaia como um dos remédios para os males existentes.Interessante foi a análise de José Manuel Fernandes, bastante lúcida como de costume. Para este alfacinha de gema existem duas Lisboas: a capital e a cidade. A primeira precisa do centralismo a segunda vive mal com ele. Mas disse mais e demonstrou-o com quadros e mapas. E ficou à vista de toda a gente que Portugal cai para o mar (temo mesmo que se afunde) com uma concentração desmesurada no litoral, um excesso de concentração de organismos públicos em Lisboa que podiam muito bem ser deslocalizados e outros que existem, têm trabalhadores mas não têm funcões, e como tal são verdadeiros elefantes aos quais se vêm juntar mais dois: a OTA(rios) e o TGV. JMF deu ainda a conhecer um mapa espanhol no qual estavam desenhadas as linhas férreas que eles vão construir até 2010. Basta olhar,ver e perceber que eles nos olham como Lisboa para o Porto na versão de PR.Foram duas visões do problema que se complementaram, diagnosticaram o problema mas não nos apresentaram muitas soluções. Eu cá por mim tinha uma: punha estes bonitos animais a correr em direcção aos ministérios e o problema ficaria resolvido.


Ontem lá se realizou mais um dos debates organizados pelo Jornal Público e pela UCP. Casa cheia para assistir ao debate entre Paulo Rangel e José Manuel Fernandes, moderados por Rui Moreira, e que tinha como pano de fundo "Centralidade: Lisboa aliada ou rival".Coube a Paulo Rangel (PR)abrir a sessão e fê-lo de uma forma brilhante. A sua tese acentava em algumas bases, 4, que eram mais ao menos estas:- lisboa não é rival nem aliada porque não nos teme nem nos reconhece. Vota-nos à indiferença- porto não deve ser uma segunda Lisboa, não deve ter aspirações a ser capital, o Porto tem que bastar-se enquanto Porto (aqui fez uma engraçada tese com o facto de quando as pessoas se referem à cidade dizem "o Porto" o que até nos estrangeiros isso acontece, fenómeno que não acontece com mais nenhuma cidade)- que um país se pode organizar num modelo de "ciade de estado" com uma concentração numa grande urbe e neste caso em volta de Lisboa(visão à João Cravinho como lhe chamou) ou um modelo de "estado de cidades" como é o caso Holandês de cidades de média dimensão e de fácil mobilização entre elas. - a regionalização era uma solução para alguns dos males do Porto, não podendo ser feita a solução passa pela união de regiões neste caso cidades, e Porto deveria unir-se a Vila Nova de Gaia criando assim uma urbe de dimensões já consideráveis mesmo para um panorama europeuA partir daqui PR (Paulo Rangel que não Presidente República) disponibilizou-se mesmo a integrar um movimento que pugna-se pela união de Porto e Gaia como um dos remédios para os males existentes.Interessante foi a análise de José Manuel Fernandes, bastante lúcida como de costume. Para este alfacinha de gema existem duas Lisboas: a capital e a cidade. A primeira precisa do centralismo a segunda vive mal com ele. Mas disse mais e demonstrou-o com quadros e mapas. E ficou à vista de toda a gente que Portugal cai para o mar (temo mesmo que se afunde) com uma concentração desmesurada no litoral, um excesso de concentração de organismos públicos em Lisboa que podiam muito bem ser deslocalizados e outros que existem, têm trabalhadores mas não têm funcões, e como tal são verdadeiros elefantes aos quais se vêm juntar mais dois: a OTA(rios) e o TGV. JMF deu ainda a conhecer um mapa espanhol no qual estavam desenhadas as linhas férreas que eles vão construir até 2010. Basta olhar,ver e perceber que eles nos olham como Lisboa para o Porto na versão de PR.Foram duas visões do problema que se complementaram, diagnosticaram o problema mas não nos apresentaram muitas soluções. Eu cá por mim tinha uma: punha estes bonitos animais a correr em direcção aos ministérios e o problema ficaria resolvido.

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