nortadas: O perigo amarelo

29-05-2010
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O Manel das rolas tinha uma “fábrica” na garagem de sua casa, corriam os anos setenta, e o empresário fazia ti-xârtes para a Europa.Com o tempo teve que fazer um prolongado, não para meter umas máquinas, mas para caberem mais umas mulheres arrancadas à lavoura, e uns rapazitos que andavam por ali sem fazer nada, já que não iam à escola, ao menos levavam uns cobres aos Pais.Com a ajuda do primo Joaquim, presidente da concelhia de um dos partidos do centro, e vereador, a “fábrica” vai aumentando.O nosso empresário passa também a fazer peúgas e cuecas, a “fábrica” vai de vento em popa, ainda para mais começam a chover uns subsídiosinhos para modernização. Claro que a modernização foi efectuada, na sua vivenda, estilo maison, no seu Mercedes, e claro no cabriolet do filho. O Manel das Rolas pode só ter a quarta classe, nunca saiu de Portugal, a não ser naquele Agosto em Torremolinos, pode não perceber nada de economia ou gestão, mas sabe perfeitamente que se há-de vestir sempre meias e cuecas. Por isso escusam de vir engenheiros da cidade ensinar o que quer que seja ás pessoas que criam riqueza e emprego, nós os empresários se sucesso estamos cá para durar.Entretanto os anos vão passando, e Manel das Rolas, já Comendador, vai investindo o dinheiro, cada vez menos produto do seu trabalho, e cada vez mais de subsídios e ajudas, na sua conhecida casa da Quinta do Lago, onde, em Julho, costuma dar a célebre festa do chouriço assado. O seu filho e sua mulher, oriunda de uma família “tradicional”, são figuras incontornaveis do jet-set, os Rolas estão no centro do Mundo.De repente aparecem os Chineses, com meias e cuecas 80% mais baratas.80% !!! como é que é possível, ainda por cima com um desenho mais atraente e linhas de escoamento bem trabalhadas.A “fábrica”, velha, e sem máquinas, fica sem uma única encomenda. Sem dinheiro, totalmente descapitalizada, não tem outro remédio se não atrasar o pagamento dos ordenados. Passam-se 6 meses, apenas seis meses, e a fábrica fecha. Para os trabalhadores, é o calvário do costume, ainda tentam ficar uns dias à porta da fábrica, mas não adianta nada, já está tudo em nome da ImoRolas, empresa criada pelo filho do Comendador.A ImoRolas vai em breve fazer um condomínio privado nas antigas instalações da fábrica, a Quinta das Rolas, com Health Club, Courts de Ténis, e lavandaria.


O Manel das rolas tinha uma “fábrica” na garagem de sua casa, corriam os anos setenta, e o empresário fazia ti-xârtes para a Europa.Com o tempo teve que fazer um prolongado, não para meter umas máquinas, mas para caberem mais umas mulheres arrancadas à lavoura, e uns rapazitos que andavam por ali sem fazer nada, já que não iam à escola, ao menos levavam uns cobres aos Pais.Com a ajuda do primo Joaquim, presidente da concelhia de um dos partidos do centro, e vereador, a “fábrica” vai aumentando.O nosso empresário passa também a fazer peúgas e cuecas, a “fábrica” vai de vento em popa, ainda para mais começam a chover uns subsídiosinhos para modernização. Claro que a modernização foi efectuada, na sua vivenda, estilo maison, no seu Mercedes, e claro no cabriolet do filho. O Manel das Rolas pode só ter a quarta classe, nunca saiu de Portugal, a não ser naquele Agosto em Torremolinos, pode não perceber nada de economia ou gestão, mas sabe perfeitamente que se há-de vestir sempre meias e cuecas. Por isso escusam de vir engenheiros da cidade ensinar o que quer que seja ás pessoas que criam riqueza e emprego, nós os empresários se sucesso estamos cá para durar.Entretanto os anos vão passando, e Manel das Rolas, já Comendador, vai investindo o dinheiro, cada vez menos produto do seu trabalho, e cada vez mais de subsídios e ajudas, na sua conhecida casa da Quinta do Lago, onde, em Julho, costuma dar a célebre festa do chouriço assado. O seu filho e sua mulher, oriunda de uma família “tradicional”, são figuras incontornaveis do jet-set, os Rolas estão no centro do Mundo.De repente aparecem os Chineses, com meias e cuecas 80% mais baratas.80% !!! como é que é possível, ainda por cima com um desenho mais atraente e linhas de escoamento bem trabalhadas.A “fábrica”, velha, e sem máquinas, fica sem uma única encomenda. Sem dinheiro, totalmente descapitalizada, não tem outro remédio se não atrasar o pagamento dos ordenados. Passam-se 6 meses, apenas seis meses, e a fábrica fecha. Para os trabalhadores, é o calvário do costume, ainda tentam ficar uns dias à porta da fábrica, mas não adianta nada, já está tudo em nome da ImoRolas, empresa criada pelo filho do Comendador.A ImoRolas vai em breve fazer um condomínio privado nas antigas instalações da fábrica, a Quinta das Rolas, com Health Club, Courts de Ténis, e lavandaria.

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