nortadas: RACISMO OU CONCORRENCIA

29-05-2010
marcar artigo


Não tenho admiração especial pelo Dr. Alberto João, embora tenha de reconhecer que por vezes me diverte. A personagem está longe de preencher o meu tipo ideal do que deve ser um Presidente de um governo regional e incomoda-me a sua intempestividade e os delírios independentistas. Em suma, preferia que fosse mais contido e menos pândego. Vem isto a propósito do alvoroço generalizado que as suas declarações sobre os chineses e indianos têm provocado. Não concordo com elas, mais até quanto à forma do que no que toca ao conteúdo. Não acho que o tom e as palavras tenham sido muito felizes mas faço-lhe a justiça, pelo menos a partir daquilo que ouvi, que o seu objectivo não tinha contornos racistas ou xenófobos. O que eu quero dizer é que o Dr. Jardim exprimiu uma tese, é certo que no seu estilo peculiar, que há muito boa gente que perfilha em Portugal e na Europa e as suas razões são mais económicas do que étnicas ou sociais. À esquerda e à direita têm vindo a ser exprimidas as mesmas preocupações do Dr. Jardim, num tom mais suave e menos incendiário, sem que a ninguém ocorra esmagá-los com a Constituição. O que os liga a todos é o já conhecido problema da globalização e da concorrência (desleal) da mão de obra barata. Curiosamente os que mais se batem contra este estado de coisas são os mesmos que reclamam esmolas para os desfavorecidos do terceiro mundo, esquecendo que os pobres só deixarão de o ser se houver desenvolvimento económico. Isto é, preferem dar esmolas aos chineses em vez de lhes dar trabalho. Não vou julgar estas opiniões, que até compreendo (compreender não é a mesma coisa que apoiar, sublinho) mas lembro o que dizia um chinês recentemente: um Airbus vale milhões e milhões de t-shirts baratas. Infelizmente, o nosso problema no continente e na Madeira é que não produzimos nem um nem outras.


Não tenho admiração especial pelo Dr. Alberto João, embora tenha de reconhecer que por vezes me diverte. A personagem está longe de preencher o meu tipo ideal do que deve ser um Presidente de um governo regional e incomoda-me a sua intempestividade e os delírios independentistas. Em suma, preferia que fosse mais contido e menos pândego. Vem isto a propósito do alvoroço generalizado que as suas declarações sobre os chineses e indianos têm provocado. Não concordo com elas, mais até quanto à forma do que no que toca ao conteúdo. Não acho que o tom e as palavras tenham sido muito felizes mas faço-lhe a justiça, pelo menos a partir daquilo que ouvi, que o seu objectivo não tinha contornos racistas ou xenófobos. O que eu quero dizer é que o Dr. Jardim exprimiu uma tese, é certo que no seu estilo peculiar, que há muito boa gente que perfilha em Portugal e na Europa e as suas razões são mais económicas do que étnicas ou sociais. À esquerda e à direita têm vindo a ser exprimidas as mesmas preocupações do Dr. Jardim, num tom mais suave e menos incendiário, sem que a ninguém ocorra esmagá-los com a Constituição. O que os liga a todos é o já conhecido problema da globalização e da concorrência (desleal) da mão de obra barata. Curiosamente os que mais se batem contra este estado de coisas são os mesmos que reclamam esmolas para os desfavorecidos do terceiro mundo, esquecendo que os pobres só deixarão de o ser se houver desenvolvimento económico. Isto é, preferem dar esmolas aos chineses em vez de lhes dar trabalho. Não vou julgar estas opiniões, que até compreendo (compreender não é a mesma coisa que apoiar, sublinho) mas lembro o que dizia um chinês recentemente: um Airbus vale milhões e milhões de t-shirts baratas. Infelizmente, o nosso problema no continente e na Madeira é que não produzimos nem um nem outras.

marcar artigo