nortadas: NÃO É AI, É UI

31-05-2010
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Compreendo bem a posição dos que acham que Portugal já pagou a sua dívida com Timor e agora eles que se entendam. Acho mesmo que é uma atitude bem racional no plano dos interesses, haja em vista as declarações do PM Alkatiri, que manifestamente não é um amigo de Portugal - recentemente, chegou mesmo a dizer que a culpa da crise era da comunidade internacional porque não tinha treinado bem os polícias e os militares de Timor -, e os resultados do recente concurso das concessões petrolíferas. No fundo, nós também temos os nossos problemas e, portanto, cada um que trate de si.Pois bem, eu gostava de perfilhar este pragmatismo mas não sou capaz, não porque tenha argumentos para o contrariar, mas simplesmente por razões histórico-afectivas que eu considero que não devem deixar de estar presentes na vida dos povos. Estes afectos, sublinho, não querem significar que me tenha vestido de branco ou que tenha andado a cantar o Ai Timor! do Luís Represas. Acho que Portugal tem um dever histórico de ajudar os países lusófonos, principalmente os mais abandonados e que o queiram, como é o caso de Timor ou S. Tomé. As nossas ligações com essa terras são um dado e não me custa aceitar que uma pequena parte dos problemas que esses países atravessam é da nossa responsabilidade directa dada a forma como os abandonámos. Embora os ventos da história nos tenham levado para lá e de lá nos tenham retirado à pressa, por isso mesmo creio que devemos tentar outra vez.


Compreendo bem a posição dos que acham que Portugal já pagou a sua dívida com Timor e agora eles que se entendam. Acho mesmo que é uma atitude bem racional no plano dos interesses, haja em vista as declarações do PM Alkatiri, que manifestamente não é um amigo de Portugal - recentemente, chegou mesmo a dizer que a culpa da crise era da comunidade internacional porque não tinha treinado bem os polícias e os militares de Timor -, e os resultados do recente concurso das concessões petrolíferas. No fundo, nós também temos os nossos problemas e, portanto, cada um que trate de si.Pois bem, eu gostava de perfilhar este pragmatismo mas não sou capaz, não porque tenha argumentos para o contrariar, mas simplesmente por razões histórico-afectivas que eu considero que não devem deixar de estar presentes na vida dos povos. Estes afectos, sublinho, não querem significar que me tenha vestido de branco ou que tenha andado a cantar o Ai Timor! do Luís Represas. Acho que Portugal tem um dever histórico de ajudar os países lusófonos, principalmente os mais abandonados e que o queiram, como é o caso de Timor ou S. Tomé. As nossas ligações com essa terras são um dado e não me custa aceitar que uma pequena parte dos problemas que esses países atravessam é da nossa responsabilidade directa dada a forma como os abandonámos. Embora os ventos da história nos tenham levado para lá e de lá nos tenham retirado à pressa, por isso mesmo creio que devemos tentar outra vez.

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