Uma das características mais salientes da postura política de Pedro Santana Lopes tem sido a de vociferar quase todos os dias a sua condição de herdeiro político de Francisco Sá Carneiro. É verdade que nunca ninguém entendeu aquela fixação quase feudiana - até mesmo José Pacheco Pereira nunca a conseguiu explicar cabalmente - mas finalmente tudo se esclareceu: a prestação do homem foi tão má ao longo dos seus seis meses de dislates primeiro-ministeriáveis, que o PS conseguiu uma maioria absoluta, um governo e, ou muito se engana toda a gente, ou é mais que certo que a porta está escancarada para um qualquer candidato da esquerda à presidência da República ganhar as próximas eleições. Ou seja, Santana conseguiu o que Sá Carneiro só verbalizou que queria: uma maiortia, um governo e um presidente. É verdade que Santana conseguiu tudo isso para os adversários políticos, mas lá que conseguiu, conseguiu. É um grande estadista, a quem o PSD tanto fica a dever e que, agora sim, pode assumir sem mais equívocos e más vontades a sua condição de herdeiro político de Sá Carneiro. Um grande bem-haja para ele também.
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Uma das características mais salientes da postura política de Pedro Santana Lopes tem sido a de vociferar quase todos os dias a sua condição de herdeiro político de Francisco Sá Carneiro. É verdade que nunca ninguém entendeu aquela fixação quase feudiana - até mesmo José Pacheco Pereira nunca a conseguiu explicar cabalmente - mas finalmente tudo se esclareceu: a prestação do homem foi tão má ao longo dos seus seis meses de dislates primeiro-ministeriáveis, que o PS conseguiu uma maioria absoluta, um governo e, ou muito se engana toda a gente, ou é mais que certo que a porta está escancarada para um qualquer candidato da esquerda à presidência da República ganhar as próximas eleições. Ou seja, Santana conseguiu o que Sá Carneiro só verbalizou que queria: uma maiortia, um governo e um presidente. É verdade que Santana conseguiu tudo isso para os adversários políticos, mas lá que conseguiu, conseguiu. É um grande estadista, a quem o PSD tanto fica a dever e que, agora sim, pode assumir sem mais equívocos e más vontades a sua condição de herdeiro político de Sá Carneiro. Um grande bem-haja para ele também.